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02 fevereiro 2019

Contabilidade de um atleta

A UEFA divulgou um rico relatório sobre o futebol europeu. Os dados incluem salários, propriedade dos clubes, estádios, patrocinadores, receitas, custos operacionais, transferências de atletas e balanços.

Nos dados fica muito claro que o campeonato inglês é o mais rico em receitas, número de pessoas que comparecem nos estádios, patrocínios e outros índices. A UEFA enfatizou que pela primeira vez positivo, desde 2008. Para a UEFA, as regras de fair play financeira ajudam a explicar isto.

O site Soccernomics parece discordar; e enxerga que a explicação pode ser contábil. O ano de 2017 foi aquele recorde no valor das transferências. Na página 86 do relatório, a UEFA afirma:

Accounting for transfer activity is somewhat counterintuitive. When transfer spending goes up, the net cost of transfer activity, and therefore the level of aggregate club losses, is likely to go down. This is because of a difference in timing: profits, which increase if transfer activity goes up, are triggered immediately on sale, while costs, which also increase if transfer activity goes up, are spread out over the duration of players’ contracts (typically three to five years).

Assim, quando ocorre uma transferência de um atleta, para o clube que vendeu, o valor aparecerá na receita imediatamente. Para quem contra, o valor ficará diluído pelos anos do contrato do clube, geralmente de 3 a 5 anos. Por exemplo, se um atleta assina uma transferência de 100 milhões, isto será receita para o clube que “vendeu” os direitos, mas será ativo, amortizado pelo período do contrato. Como 2017 ocorreu um grande salto no volume de transferências, isto aumentou a receita, mas não os custos. Assim, parte da lucratividade não é do fair-play, mas do volume de transferências.

Goldman Sachs e o 1MDB

No passado, o governo da Malásia tinha um fundo soberano denominado 1MDB. Com o tempo, este fundo tornou-se uma fonte de recursos para políticos corruptos; até algumas celebridades aproveitaram do dinheiro, sabendo ou não da origem escusa do dinheiro.

Nesta semana, o governo da Malásia puniu uma das empresas responsáveis pelo escândalo: a empresa de auditoria responsável de verificação das aplicações que parece que sabia sobre o que estava ocorrendo.

Talvez antecipando a uma punição, a empresa Goldman Sachs resolveu reter um bônus, no valor de 7 milhões de dólares, que seria pago para um ex-executivo. Esta retenção será até quando as investigações sobre o envolvimento do banco no escândalo for esclarecida. Outros executivos podem ter seus proventos reduzidos se for comprovado que seu "desempenho" foi ajudado pelo papel que o banco teve na venda de títulos que arrecadaram 6,5 bilhões de dólares.

(Foto: Miranda Kerr, que ganhou presentes de um dos envolvidos)

Deutsche volta a ter lucro

Com problemas de controle interno e acusações diversas, o Deustche Bank, o maior banco da Alemanha, divulgou ontem o primeiro lucro anual desde 2014. Assim como ocorreu na GE, não foi um grande lucro: 341 milhões de euros de lucro líquido. Mas em 2017 foi um prejuízo de 735 milhões.

O Deustche reduziu o número de funcionários (menos 6 mil), reduziu a receita e existe uma especulação de que o governo alemão estaria preparando uma fusão com o Commerzbank, desmentida pelos executivos. No mesmo dia que divulgava os novos números, especulava-se que o Deustche poderia ser processado por conluio na venda de títulos.

Rir é o melhor remédio


01 fevereiro 2019

Doe sangue


Olha que história legal: recentemente, Lin Xiaofen disse ao seu namorado que teve um acidente de carro terrível há 11 anos. Sua vida foi salva graças a 10 litros de sangue, além de plaquetas. Seu namorado perguntou: “Será que era meu sangue?” Na época, Lian, o namorado, era doador regular. Foi o suficiente para despertar a curiosidade de Lin. Ela solicitou informações sobre a pessoa que tinha doado o sangue e confirmou: era Lian o doador, que tinha salvado sua vida, antes de se conhecerem.

Fonte: aqui

Malásia multa auditor

O regulador da Malásia multou a empresa de auditoria Deloitte em 584 milhões de dólares pelo seu trabalho no fundo estatal 1MDB. O regulador do país asiático afirmou que a empresa de auditoria encontrou irregularidades na sua auditoria, mas não cumpriu com suas obrigações.

O escândalo do fundo 1MDB envolveu o ex-dirigente máximo do país. O fundo soberano foi usado para gastos inadequados, como a compra de um iate e outros. Os valores foram desviados. Um dos envolvidos, Jho Low, usou o dinheiro para comprar presentes caros para suas ex-namoradas (Miranda Kerr, Paris Hilton e Elva Hsiao) ou brindes para "amigos (Foxx, Alicia Keys e DiCaprio. Por sinal, este último chegou a prestar depoimento para esclarecer a amizade)

Recentemente um jornal chinês chegou a anunciar que o regulador estava analisando o papel do auditor no escândalo.

(Foto: Low e Hilton)

GE em recuperação?

A General Electric é uma empresa com mais de um século de vida. Chegou a ser a empresa mais valiosa do mundo, sinal de boa gestão. Os últimos anos foram ruins, com uma queda de braço com alguns acionistas para manter uma ligação centenária com a KPMG e suspeita de falência.

No último dia de janeiro a empresa divulgou alguns números contábeis. E a reação dos investidores foi positiva, com uma valorização de 17% nas ações. O lucro foi pequeno, de 666 milhões (número cabalístico), para uma receita de 31 bilhões. Mas muito melhor do que o esperado. Além disto, a nova gestão parece estar tentando resolver alguns problemas do passado, como investigação do governo dos EUA. E reformulando a área de energia (mais aqui).

O lendário CEO Jack Welch administrou a GE por 20 anos. Seu sucessor, Immelt, durou 16 anos; e Flannery apenas um. Não é de admirar que Culp esteja se movendo rapidamente.

O ano de 2018 foi realmente ruim. Por este motivo, um certo otimismo. Mas o resultado não foi dos melhores:

"Os únicos dados relevantes nos números trimestrais são que as vendas reais e o fluxo de caixa livre do negócio industrial foram melhores do que o esperado", disse Nicholas Heymann, analista da William Blair.

Há ainda muitas questões e desafios pela frente. A atual gestão evita fazer projeções, mas tem falado de maneira franca com o mercado. Isto agrada.