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23 janeiro 2019

Dezembro ruim para o mercado de Trabalho Contábil

Desde o ano de 2014, o mês de dezembro tem sido muito ruim para o setor contábil em termos de emprego. Tomando as informações de técnicos em contabilidade, escriturários, contadores e auditores, em todos os anos, dezembro é o pior mês em termos de criação de vagas. Há um exceção, em 2017, em que dezembro foi o segundo pior mês do ano.

Assim, esperava-se que a estatística de dezembro de 2018 também não fosse boa. E realmente não foi. Segundo dados divulgados pelo antigo Ministério do Trabalho, foram contratados naquele mês 6.025 profissionais, mas demitidos 8.154, indicando um saldo negativo de -2.129. Além desses números, os valores de 2018 indicam que ocorreu uma redução no número de vagas de emprego formal, a exemplo do que ocorre desde 2015. Esta é uma informação alarmante: são 43 mil empregos formais a menos no setor contábil.

O quadro faz um comparativo entre o setor contábil e a economia como um todo. O mês de dezembro parece ruim tanto para o setor como para economia. Mas no ano de 2018 a movimentação acumulada de emprego na economia foi positiva em 421 mil vagas (versus menos 123 do ano anterior), indicando uma “recuperação” no emprego. Os números de 2018 para o setor contábil são melhores do que no ano anterior: menos 324 versus menos 10.894, mas ainda é negativo.

O problema do emprego em dezembro atingiu homens e mulheres (menos 666 e menos 1463, na ordem), pessoas com curso superior completo (menos 912) ou incompleto (-282), contadores e auditores (-694). Em termos anuais, o ano teve criação de vagas para escriturários (3936 novas vagas), com curso superior completo (2456) ou incompleto (519).

Em geral em janeiro o mercado de trabalho reage. Nos últimos anos, somente em 2016, no auge da crise econômica, é que tivemos uma redução no número de vagas. Esperar para ver o que irá ocorrer.

Solução para o Oligopólio?

O professor da Universidade de Oxford, Karthik Ramanna, apresentou alguns comentários sobre a crise do setor de auditoria na Inglaterra. Esta crise começou com os problemas da empresa Carillion, que prestava serviços para o governo. Todas as quatro grandes empresas de auditoria tinha algum tipo de envolvimento com a empresa. Isto provocou uma reação por parte das autoridades britânicas, que começaram a pensar seriamente em reduzir o oligopólio das Big Four no mercado. Havia (há ?) uma clara ameaça ao poder da KPMG, EY, PwC e Deloitte.

Um dos aspectos que não ajudou muito, segundo Ramanna, foi a mudança nas regras contábeis. Durante anos existia uma regra de prudência, onde as pessoas deveriam ser cétidas com respeito ao que a administração de uma empresa informava. A regra da prudência protegeu os investidores contra os otimistas e os desonestos. E ajudou, por muito tempo, o auditor a fazer seu trabalho.

Mas a prudência foi eliminada como parte de um projeto bizarro que despojou os princípios contábeis da necessidade de ser "confiável".

Mas o Reino Unido não irá conseguir quebrar o oligopólio, principalmente em um momento que se discute a saída da Comunidade Europeia. Para Ramanna, mais norma não é a solução.

De fato, pode-se argumentar que não é a falta de regulamentação, mas sim a captura de reguladores por auditores que permitiu que a indústria operasse como tem feito. Se assim for, a proposta de mais regulamentação simplesmente lança óleo no fogo.

(...) Eu suspeito que a concorrência radical e disruptiva da tecnologia fará mais para que a transpiração Big Four agregue valor do que qualquer nova regulamentação. No entanto, eu ficaria muito surpreso se qualquer grande governo, com a possível exceção de Cingapura, fosse tão corajoso a ponto de considerar tal experimento.

Rir é o melhor remédio


22 janeiro 2019

China desenvolve App que mostra se tem devedor perto de você

Uma província no norte da China desenvolveu um aplicativo para informar às pessoas se elas estão andando perto de alguém endividado, de acordo com a mídia estatal. O programa pisca um aviso para mostrar ao usuário que ele está dentro de um raio de 500 metros de alguém endividado. Ele mostra a localização exata do devedor, de acordo com uma captura de tela do aplicativo. (...) O aplicativo quer que os cidadãos fiquem de olho nos chamados devedores. O China Daily disse que permitiria que as pessoas "denunciassem os devedores capazes de pagar suas dívidas".

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Doce escândalo

A primeira loja da empresa Patisserie Valerie abriu em 1926, no centro de Londre. Madame Valerie, um belga, criou uma loja de bolos, lanches, chás e cafés. Em 1987, a empresa foi comprada dos descendentes de Madame Valerie. Posteriormente, em 2006, foi novamente vendida para um fundo de risco. Este fundo de risco adotou uma política mais agressiva de expansão, o que incluiu a venda dos produtos na rede Sainsbury, a venda online e a abertura de lojas em diversos pontos da Inglaterra.

Para isto, a empresa captou recursos na London Alternativa Investment Market. Em outubro do ano passado, as ações da Patisserie Holdings foram suspensas em razão da descoberta de um potenciais irregularidades contábeis. O diretor financeiro foi preso e a Serious Fraud Office comunicou que estava abrindo uma investigação.

Logo a seguir, a Patisserie resolveu demitir seu auditor, a Grant Thornton IK e anunciou a contratação de outro auditor, em uma trapalhada onde anunciou o nome de um auditor que não existia.

O controlador da Patisserie afirmou agora que o escandâlo foi pior do que imaginado, incluindo manipulação do balanço e das contas de resultado, com lançamentos falsos na contabilidade. Isto tem consequências para a rentabilidade e o fluxo de caixa, que estão superestimados. Em outubro a empresa anunciou uma receita de 120 milhões de libras (algo um pouco abaixo de 600 milhões de reais) e lucro de 12 milhões.

Além da RSM, uma empresa de auditoria, a KPMG foi contratada para tentar uma recuperação da empresa. Um novo diretor-presidente e diretor financeiro foram nomeados.

Cristiano Ronaldo paga evitando prisão por fraude fiscal

O futebolista português Cristiano Ronaldo reconheceu esta terça-feira culpa de quatro crimes de fraude fiscal, num tribunal de Madrid, onde acordou pagar uma multa de 18,8 milhões de euros, escapando a uma pena de prisão de 23 meses.

Fonte do tribunal confirmou a assinatura do acordo pelo avançado da Juventus, que se deslocou ao Tribunal Provincial de Madrid, onde esteve durante aproximadamente uma hora, entrando e saindo em silêncio, apesar da cerca de centena de jornalistas presentes.

Este acordo permite fechar o processo judicial aberto contra Cristiano Ronaldo por ter fugido ao pagamento de impostos de rendimentos recebidos sobre os direitos de imagem em Espanha, quando jogava no Real Madrid.

Ronaldo estava acusado de ter, de forma “consciente”, criado empresas na Irlanda e nas Ilhas Virgens britânicas, para defraudar o fisco espanhol em 14.768.897 euros, cometendo quatro delitos contra os cofres do Estado espanhol, entre 2011 e 2014.


Fonte: aqui

A justiça da Espanha não aplica penas de prisão para condenação abaixo de 24 meses se o acusado não tiver antecedente. Ronaldo foi condenado a 24 meses. Mas exigiu a presença do jogador e não admitiu que ele entrasse pela garagem, para evitar os jornalistas.


Filho Pródigo

O último grande Refis, concedido pelo governo federal durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, perdoou R$ 47,4 bilhões em dívidas de 131 mil contribuintes, de acordo com o balanço final do programa de parcelamento de débitos tributários, obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo e o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). O restante – R$ 59,5 bilhões, ou pouco mais da metade da dívida original – foi parcelado em até 175 prestações.

O número, do Estado de S Paulo, é realmente gigante. Um problema adicional é que o devedor já conta com um futuro perdaõ. Ele paga a primeira parcela e depois de obter a certidão negativa volta a ficar em dívida.

(Imagem: Aqui. Algo como "o perdão não muda o passado, mas expande o futuro")