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11 janeiro 2019

Cordel

A literatura de cordel é um gênero popular com origem no século XVI. O nome vem da forma como os folhetos eram expostos para venda, pendurados em barbantes. Desde o ano passado, a literatura de cordel é um patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Um texto interessante mostra a dificuldade mostra a luta dos autores para manter viva a tradição da literatura de cordel. O texto descreve as perseguições e os problemas de manter o acervo produzido durante muito tempo. Também mostra como a migração interna, ocorrida no Brasil, foi importante para a divulgação deste tipo de literatura. Há anos conheço o "seu Manoelzinho", que produz cordel e lançou livro com este tipo de poesia.

Um ponto importante é a questão da produção e reprodução impressa da literatura. Veja um trecho onde se comenta a questão do custo de produção e reprodução da literatura e sua evolução recente:


Na tentativa do cordel de sobreviver, os poetas buscaram, ao longo das décadas, diferentes maneiras de concretizar seu trabalho. Inicialmente, os folhetos eram impressos em gráficas nas capitais e pequenas tipografias em cidades do interior. Com a proliferação de jornais e a diminuição do custo dos equipamentos, alguns poetas adquiriram suas próprias máquinas, ganhando autonomia no processo de produção e, consequentemente, de divulgação do trabalho. Entre 1910 e 1960, inicialmente no Nordeste, e depois com a circulação do cordel por outras regiões do país, constituiu-se uma rede de produção e venda que permitiu a autores e editores sobreviver dos folhetos.

Contratando um auditor que não existe

A Patisserie Holding resolveu demitir seu auditor, a Grant Thornton UK. Anteriormente, seu CFO quase levou a empresa para a falência por conta de falcatruas contábeis. E o auditor não percebeu.

Em um comunicado, a empresa anuncia que estaria contratando um novo auditor. Mas o nome apresentado estava errado. O que levou a um novo comunicado, corrigindo o nome (acima).

Velocidade da Internet e Desenvolvimento do Município

O setor de processamento e terceirização de negócios está em expansão de Madagascar. Empregando entre 10 a 15 mil pessoas, algumas empresas estão optando pela ilha por uma combinação de custo e qualidade. Um dos fatores que tornam Madagascar atraente é a velocidade da internet, um requisito importante para chamadas de qualidade e serviço em tempo real.

Ter uma internet com elevada velocidade parece ser algo importante para que uma região possa desenvolver. Entretanto, em geral locais mais desenvolvidos geralmente possuem melhor qualidade na rede, o que impede, muitas vezes, que o ciclo de pobreza seja interrompido.

Um levantamento feito pelo site minhaconexao.com.br em 350 municípios brasileiros mostra que a localidade com pior conexão é Mulungu, na Paraíba. Mulungun possui menos de dez mil habitantes, distribuídos em 195,31 km2. O PIB per Capita da cidade está muito próximo ao menor do Brasil. Em Mulungu, a velocidade da internet é de 2,2 Mbps.

A localidade com maior velocidade de internet é Louveira, em São Paulo. Os seus 43 mil habitantes possuem um PIB per Capita de 270 mil reais/ano, um dos maiores do Brasil. O IDH da cidade é de 0,90, padrão de um país desenvolvido.

Usando os dados destes 350 municípios e os valores do PIB Per Capita, eu calculei a correlação entre os valores: foi significativa, de 0,34. O gráfico abaixo mostra a visualização da relação:

O que isto está dizendo? Que uma cidade com melhores níveis de desenvolvimento terá condições de fornecer melhor internet para sua população. As chances de uma empresa de processamento e tratamento de dados ou de call center instalar em Mulungu é próxima de zero.

O gráfico a seguir apresenta a relação entre o IDH do município e a velocidade da internet.
A correlação, de 0,353, também é significativa.

Rir é o melhor remédio

Sonho de ser um contador

10 janeiro 2019

Reflexo da Corrupção

A fotografia a seguir estava em uma resposta do Quora: Qual a melhor fotografia da corrupção?

Quem respondeu lembrou que na Rússia, o presidente Putin apareceu com relógios com valor de 6 vezes o seu salário de presidente. A fotografia é o Patriarca da Igreja Ortodoxa. A assessoria trabalhou no Photoshop, mas esqueceu do reflexo da mesa brilhante, onde aparece um Breguet com valor estimado de 30 mil dólares. Reflexo da corrupção:

 (Este é um bom exemplo para mostrar como é possível pegar sinais de corrupção em pequenos objetos)

Pesquisa em Contabilidade Pública

"Edição 2019 do Meu Mestrado e Doutorado em Contabilidade Pública"

"Futuros mestrandos e doutorandos podem aprimorar e refletir suas propostas de projeto de pesquisa antes de iniciarem o processo seletivo. Essa é a idéia da inicativa Meu Mestrado e Doutorado (MMD) em Contabilidade Pública. Em sua 3a edição, a iniciativa já ajudou candidatos a entrarem em programas de pós-graduação pelo país, dando a chance de refletirem suas propostas de pesquisa.

Essa é uma inicativa da Série de eventos 'Young Reserchers in Public Sector Accounting', para desenvolvimento de jovens pesquisadores no tema, para que tenha contato com o que tem sido pesquisado na área, teorias e métodos. Se você é um orientador no tema, está convidado a se juntar na avaliação dos projetos. Entre em contato com a coordenação. Se você é um candidato a mestrado e doutorado, veja as condições para submissão da proposta e venha discuti-la conosco. Os debates acontecem totalmente online, participantes de todo país podem apresentar suas propostas

Participar da iniciativa não garante vaga em qualquer programa de pós-graduação, e nem orientador. Vagas e orientadores devem ser vistos no programa de pós-graduação de seu interesse.

Submissões: de 10/01/19 a 30/04/2019
Confirmação dos selecionados e do programa: até 30/05/2019
Debate dos projetos (online): 04 e 05/06/2019 das 10h às 13h.

Link para inscrições e submissão: https://www.even3.com.br/MMD2019
Mais detalhes de submissão em https://bit.ly/2ABH4AZ
Modelo do projeto em: https://bit.ly/2VCiOre

Auditoria Interna


Auditoria Interna e Conselho de Administração, por Rene Andrich

A auditoria interna é peça fundamental para o fortalecimento das estruturas de governança das organizações. Embora ela seja indispensável para a proteção e adição de valor nas organizações, contribuindo para que essa alcance seus objetivos estratégicos e melhore a eficácia do gerenciamento de riscos, controles internos e governança, ainda há pouco entendimento sobre suas reais responsabilidades.

Trata-se de um tema explorado na comunidade de auditores, contudo, pouco discutido externamente. A falta de compreensão por parte do conselho de administração em relação a atuação da auditoria interna, pode impedir que esse extraia o máximo desta função, que desempenha importante papel de guardiã da governança, sendo um ponto de apoio imprescindível aos responsáveis pela gestão da organização.

Esse inesperado e involuntário distanciamento foi objeto de debate por diversos executivos de auditoria interna, membros de conselho de administração e de comitês de auditoria, ao longo de 2018. Eles estiveram envolvidos na produção do conteúdo técnico "Auditoria Interna – Aspectos essenciais para o conselho de administração", realizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), em parceira com o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (IIA Brasil).

Durante o processo de produção deste conteúdo, percebeu-se que há muito mais clareza quanto a atuação dos auditores externos do que com as ações e resultados gerados pelos internos. As razões são diversas, mas há de se destacar o fato de que no passado, revisão das demonstrações financeiras era o principal tópico da agenda de conselheiros ou comitês de auditoria. Com o passar dos anos, esta agenda cresceu, e hoje temas como gerenciamento de riscos, controles internos, conformidade, canal de denúncias e investigação, tomaram proporções nunca antes observadas.

A auditoria interna passou a desempenhar importante papel nesse apoio ao conselho, tendo agora, mais do que nunca, o papel de se apresentar como parceira do negócio, sem, contudo, nunca perder sua independência e atitude imparcial. Tem agora a missão de apresentar insights constantes ao conselho, que por sua vez, deve ter clareza quanto ao valor que a auditoria interna pode oferecer a organização.

É fundamental mostrar que a auditoria, além de guardiã da governança, não pode mais apenas atuar como uma protetora dos valores da organização. Ela deve também ser proativa na geração de valor, por meio da interação e contribuição com as demais partes interessadas da organização, como a diretoria executiva, órgãos de riscos, controles internos, governança, conselho fiscal, auditoria externa e com órgãos reguladores.

Nada disso será possível sem qualificação. O mercado hoje tem exigido um processo de inovação constante, postura sustentável, ética e uso de tecnologia de ponta. A auditoria que não acompanhar este processo não estará cumprindo sua função. A preocupação com capacitação deve ser prioridade.

Hoje há muita oportunidade de desenvolvimento para auditores, incluindo processos de certificações internacionais e processos de revisão de qualidade da função de auditoria interna. As estatísticas são preocupantes. Em um universo global de quase 150 mil certificações CIA (Certified Internal Auditor), menos de 1% está na América do Sul e Central, com apenas cerca de 300 no Brasil. O conselho deve estar ciente dessa necessidade, oferecendo oportunidades de desenvolvimento, colocando este tópico entre os objetivos dos auditores e avaliando sua evolução.

As diretrizes que garantem a independência e atitude imparcial de um auditor interno é algo que deve ser chancelado constantemente pelo conselho de administração.

Contudo, nada se alcançará sem que o conselho e o próprio auditor tenham plena consciência da necessidade de desenvolvimento contínuo e transparência na relação entre eles. O auditor tem que estar cada vez mais próximo ao negócio e atuar verdadeiramente como um “assessor de confiança” sempre de forma independente e ética.