Translate

20 dezembro 2018

Melhores livros de não ficção

Aqui um colunista da Bloomberg faz uma lista dos melhores livros de não ficção. Entre eles, Bryan Caplan, com a obra "contra a educação". O comentário é o seguinte:

Não tenho certeza se ele está certo, especialmente sobre a educação ser quase que inteiramente uma sinalização, mas ele tem um bom argumento. Concorde com ele ou não, você nunca verá as escolas e as universidades da mesma maneira.

Realmente,sua visão sobre a educação não será a mesma. O problema é que você sente que provavelmente ninguém perto de você irá compartilhar suas ideias. Um reparo somente no comentário: não há como não concordar com Caplan. Mas é impossível imaginar as pessoas acreditando no que ele diz nos dias de hoje. Imaginar que a educação NÃO ajuda no crescimento econômico de um país é uma heresia. Caplan defende estas heresias. Se você tem a mente aberta, irá concordar com ele fatalmente.

Uma leitura recomendada somente para quem está disposto a evitar o viés da confirmação.

Aqui uma resenha do livro.

KPMG e GE

No início deste ano, um grupo de acionistas fizeram oposição a renovação do contrato com a empresa de auditoria por parte da General Electric. Mesmo com uma forte oposição, a General Electric renovou o contrato com a KPMG. Em um cenário onde as Big Four são consideradas com desconfiança, o movimento na centenária empresa dos Estados Unidos chamou a atenção: em geral a votação da renovação do contrato com uma empresa de auditoria é uma questão secundária nas assembleias.

Agora, a empresa anunciou que abriu um processo para uma contratação de auditor independente. A solicitação de propostas pode ser um sinal do fim de uma longa parceria: há 109 anos que a KPMG (e antecessores) fazem este trabalho. Em março, o comitê de auditoria da GE pretende esclarecer melhor este assunto, mas o fato de ter feito a divulgação de uma potencial concorrência já pode ser um indício de que algo pode mudar.

Foram 109 anos com a mesma empresa de auditoria.

Massa Falida de Madoff

Recentemente a imprensa divulgou que o responsável pela administração do fundo gerenciado por Bernard Madoff conseguiu uma taxa de recuperação do investimento bastante elevada.

Somente para relembrar, há dez anos as autoridades do maior mercado de capitais do mundo descobriu que um administrador de recursos, Madoff, tinha instituído um esquema de pirâmide ou Ponzi. Madoff recebia os recursos do investidor e prometia uma taxa de rentabilidade elevada para os padrões do mercado dos Estados Unidos. Como não conseguia entregar a rentabilidade prometida, Madoff usava os novos investimentos para pagar a rentabilidade passada.

Uma das razões para Madoff ter conseguido enganar tantas pessoas foi uma contabilidade frágil, feita por uma empresa sem prestigio e auditada de maneira inadequada. Pessoas famosas, como Spielberg, Malkovich e Kevin Bacon, assim como investidores pequenos, foram enganados durante anos por Madoff. Mais de 65 bilhões de dólares foram investidos.

Com a descoberta do esquema, Madoff foi preso e a justiça nomeou um gestor financeiro, há dez anos, para tentar recuperar a maior parte dos recursos. E parece que o administrador da massa falida, Irving Picard, fez o seu trabalho. A descrição do Cinco Dias é bastante interessante sobre este caso. Em primeiro lugar, Picard fez uma análise detalhada sobre quem investiu dinheiro no fundo e quem fez retiradas. Ou seja, um demonstrativo de caixa detalhado por investidor. Depois, ele assumiu um método de mensuração. Em lugar de técnicas como valor justo, reposição e outras, Picard trabalhou com o valor que foi investido. Em outras palavras, o valor de entrada dos recursos. No resultado final, Picard descobriu que o valor investido era de 19 bilhões de dólares e não os 65 bilhões que constavam na contabilidade.

A partir deste valor de 19 bilhões, tentou-se recuperar os recursos. Parte do trabalho foi obter de volta dos clientes que retiraram o dinheiro após a sua “valorização” e antes dos problemas com o fundo de investimento. Na lógica de Picard, a rentabilidade do fundo era falsa e qualquer pagamento realizado além do valor investido deveria ser devolvido. O judiciário aceitou o argumento de Picard. A lógica é bastante simples: basicamente quem tinha retirado seus investimentos estaria levando um dinheiro roubado de outros clientes.

Com isto, dos 19 bilhões, o administrador da massa falida recuperou 13,3 bilhões, ou 70%. Como o trabalho ainda não foi finalizado, é possível que parte do restante seja recuperado nos próximos anos. A expectativa é que a taxa de recuperação chegue a 90%.

Profissões ameaçadas 2

Ainda sobre a questão das profissões ameaçadas, as fotografias a seguir mostram como era o mundo antes do AutoCad:


Mais fotos aqui

Rir é o melhor remédio

Fotos de casamento podem ser criativas. Eis uma premiação para as melhores de 2018




19 dezembro 2018

Reino Unido versus Big Four

Os reguladores do Reino Unido terminaram uma investigação sobre a questão da auditoria. As propostas estão no sentido de melhorar a qualidade do trabalho e resolver o conflito de interesses dos auditores que também fazem consultoria.

As Big Four são responsáveis pela auditoria de quase 100% das grandes empresas do Reino Unido. Ao mesmo tempo, uma grande parte da receita é proveniente do trabalho de consultoria, muitas vezes para os mesmo clientes que estão auditando.

Agora a CMA está propondo uma divisão operacional entre as unidades. A proposta é no sentido de melhorar a qualidade da auditoria. A oposição ao atual governo britânico quer uma medida mais radical: a separação dos negócios. Já o CMA reconhece a possibilidade de que a proibição pode acabar com alguns benefícios da consultoria.

Fonte: Aqui