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04 dezembro 2018

Internet melhora a educação infantil?

Será que o acesso à internet melhora a educação infantil? Um experimento realizado no Peru entregou a um grupo de crianças laptops com acesso à internet de alta velocidade. Para outro grupo, computadores sem internet. Para o primeiro, as crianças passaram a ter melhor habilidade com computadores.

No entanto, não houve efeitos significativos do acesso à Internet em matemática e leitura, habilidades cognitivas, auto-estima, percepções do professor ou notas escolares, quando comparando os grupos.


Foto: aqui

Receitas e Despesas Primárias e Financeiras

O Orçamento Fácil é uma série criada pelo Senado para explicar a importância do orçamento público e como ele é elaborado no Brasil. Disponível: aqui.

Abaixo o vídeo de animação sobre receitas e despesas primárias e financeiras.

Rir é o melhor remédio


03 dezembro 2018

Quanto vale?

O castelo acima, localizado na Baixa Saxônia, foi vendido recentemente. O Príncipe Ernst August de Hanover, herdeiro do castelo, decidiu pela venda. Duas perguntas: (1) quanto você acha que vale este castelo? (2) O que motivou a venda?

Resposta nos comentários do blog.

Vítima

Um artigo publicado na revista Época, o jornalista Helio Gurovitz faz o seguinte comentário:

[A Petrobras] Sempre se apresentou ao mercado como vítima da corrupção, papel que serviu para condenar executivos e políticos na Justiça, mas nunca convenceu quem conhecia o esquema de perto

Depois de analisar o acordo de leniência feito nos Estados Unidos, Gurovitz afirma que a empresa "nada tem de vítima", já que assumiu os crimes dos executivos.

Em 2014 já postamos sobre isto. E um análise das demonstrações de 2016 afirmamos:

Obviamente que a empresa atrai a atenção pelos problemas de corrupção dos últimos anos. É interessante que a área responsável pelas demonstrações contábeis usa o espaço para reescrever a história. Por seis vezes a palavra “vítima” aparece nas informações contábeis

Fonte da imagem: aqui

Resenha: The Tyranny of Metrics - Jerry Muller

Este pequeno livro (220 páginas), lançado em 2018, é uma tentativa de combater o excesso de métricas. Para os contadores, o tema é polêmico, já que aprendemos a máxima de que só podemos administrar aquilo que podemos mensurar. Muller, em 16 breves capítulos, mostra como as métricas tornaram tão populares que o seu papel foi invertido: em lugar de ser um meio, tornou-se um fim. Para ele, a fixação pelas métricas termina por não trabalhar tão bem assim. Na área acadêmica, o zelo pela métrica fez nascer e florescer a pesquisa salame, onde uma pesquisa é fatiada para render mais publicações. A métrica, o número de artigos publicados por um pesquisador, induz o comportamento do pesquisador, que procura render ao máximo suas pesquisas.

Neste sentido, surgiu, em 1975, a chamada Lei de Campbell. Em resumo a lei indica que quanto mais uma métrica é usada para decisão, mais sujeita estará a pressão para ser corrompida e, por consequência, mais distante estará do processo que deseja medir. Se o número de artigos pretende medir a produtividade de um pesquisador, fatie a pesquisa em três ou mais artigos. Se for o número de citações, desenvolva um círculo de amigos para citá-lo ou obrigue os alunos a fazê-lo.

O excesso das métricas incentiva o curto prazo, premia a sorte, desencoraja a tomada de risco, desestimula a cooperação, entre outras mazelas. Particularmente o que eu achei mais interessante na crítica de Muller foi sua ojeriza pela accountability. O “dever de prestar contas” e a associação com a transparência é duramente criticada por Muller, que exalta que a transparência é inimiga da política, diplomacia, do casamento ... Segundo o autor, as virtudes da accountability são exageradas e seus custos são subestimados. Não me lembro de um autor que tenha sido tão crítico da accountability. Para refletir, sem dúvida.

Vale a Pena? Apesar de ser um livro de rápida leitura (as duzentas páginas estão em um formato de livro de bolso) e ter alguns argumentos interessantes, eu achei que o livro não consegue convencer o leitor com argumentos comprováveis. De certa forma, sei que Muller tem sua razão, mas em um mundo dominado pela métrica, não sei se seria possível ter outra alternativa.

MULLER, Jerry. The Tyranny of Metrics. Princeton, 2018.