Fan BingBing é uma das atrizes chinesas mais conhecidas. Entre seus trabalhos, Cell Phone e X-Man Dias de um Futuro Esquecido. Por este motivo, desde 2013 é a celebridade chinesas mais bem paga, segundo a Forbes, mais do que Jack Chan.
Em maio de 2018, um apresentador de televisão paresentou um contrato em que Fan teria recebido 10 milhões de yuans para trabalhar em Cell Phone 2. No dia seguinte, este mesmo apresentador apresentou um segundo contrato, com um valor de 50 milhões de yuans, pelo mesmo trabalho. Isto despertou a curiosidade das autoridades fiscais da China, que começaram a investigar o caso como evasão fiscal.
Fan desapareceu por três meses, inclusive das mídias sociais. Em outubro, Fan aparece, pedindo desculpas por ter cometido o crime de evasão fiscal. As informações divulgadas afirmam que Fan ficou presa neste período e só foi libertada depois do pagamento de 883 milhões de yuans ou 127 milhões de dólares em impostos e multas. Além disto, afirmou estar “envergonhada” e fez elogios as autoridades chinesas. Da multa, a maior parte deve ser paga pela própria Fan, dentro de um prazo acertado com as autoridades (mas não revelado). Caso não pague, o fisco chinês irá transferir o caso para as autoridades de “segurança pública”. O comunicado oficial da autoridade chinesa não esclarece o que isto significa.
A punição de um celebridade tem um impacto sobre as pessoas. Não importa o quão famoso você seja, passar três meses “publicamente desaparecido” pode ser um castigo substancial, além de perder a reputação.
28 novembro 2018
Cinismo
Quando surgiu o escândalo relacionado com a gestão de Carlos Ghosn na Renault-Nissan, imediatamente da empresa japonesa descartou a proximidade com o executivo e aproveitou para criticá-lo. Agora a Reuters mostra como a empresa foi cínica.
A Ernst Young ShinNihon LLC questionou a administração da Nissan várias vezes, principalmente por volta de 2013, sobre compras de casas de luxo no exterior para uso pessoal de Ghosn e de direitos de valorização de ações que lhe foram conferidos.
Mas a montadora japonesa disse que as transações e os relatórios financeiros são apropriados, disse a fonte à Reuters sob condição de anonimato.
A empresa japonesa, através de uma coletiva do seu CEO, afirmou que Ghosn e um ex-diretor eram culpados. Este é um dos acertos de um auditor que não aparece para o público externo.
A Ernst Young ShinNihon LLC questionou a administração da Nissan várias vezes, principalmente por volta de 2013, sobre compras de casas de luxo no exterior para uso pessoal de Ghosn e de direitos de valorização de ações que lhe foram conferidos.
Mas a montadora japonesa disse que as transações e os relatórios financeiros são apropriados, disse a fonte à Reuters sob condição de anonimato.
A empresa japonesa, através de uma coletiva do seu CEO, afirmou que Ghosn e um ex-diretor eram culpados. Este é um dos acertos de um auditor que não aparece para o público externo.
Transparência no BNDES
Um texto da BBC comenta sobre a transparência do BNDES (publicado aqui). Isto coincidiu com uma frase, polêmica, do seu presidente que disse que o banco seria o mais transparente do mundo. No mapa de risco do TCU (via aqui) a instituição aparece bem, com fragilidade de controle de fraude e corrupção próximo da fronteira do “baixa”. (Mas é estranho a escala do poder econômico neste mesmo mapa)
O texto da BBC lembra a polêmica passada do BNDES com o TCU e o fato do banco ter sido um assunto bastante comentado da campanha eleitoral.
A resposta simples é que o banco, de fato, mantinha muitos dados em segredo e se recusava a fornecer informações. Mas isso mudou a partir de 2015, após grande pressão da imprensa e de órgãos de controle. Desde então, o BNDES divulga detalhes sobre seus empréstimos - não só os atuais, mas também os passados, englobando as operações feitas durante os governos do PT.
"O BNDES está sendo muito sincero e transparente sobre o que está acontecendo no banco. Por incrível que pareça, o BNDES está hoje até mais avançado que outros bancos internacionais", explica Sérgio Lazzarini, economista do Insper, que estuda a relação entre os setores público e privado e analisa dados do banco há mais de uma década.
Um exemplo do que o BNDES divulga, e outros bancos públicos de desenvolvimento não costumam revelar, são os próprios contratos de financiamento relacionados a obras no exterior.
O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão federal que fiscaliza as contas públicas, diz que passou a receber do banco "todas as informações que lhe foram requisitadas" - diferentemente do que ocorria antes de 2015, quando "diversas informações e documentos solicitados pelo tribunal eram negadas pelo BNDES".
(...) A BBC News Brasil consultou os sites de outros bancos públicos de desenvolvimento, como o CDB, da China, e o KfW, da Alemanha, e não encontrou o volume de dados que está disponível no site do BNDES.
É um artigo interessante, que apresenta alguns aspectos importantes sobre as mudanças recentes. Mas acho que cabe mais discussão sobre o tema.
O texto da BBC lembra a polêmica passada do BNDES com o TCU e o fato do banco ter sido um assunto bastante comentado da campanha eleitoral.
A resposta simples é que o banco, de fato, mantinha muitos dados em segredo e se recusava a fornecer informações. Mas isso mudou a partir de 2015, após grande pressão da imprensa e de órgãos de controle. Desde então, o BNDES divulga detalhes sobre seus empréstimos - não só os atuais, mas também os passados, englobando as operações feitas durante os governos do PT.
"O BNDES está sendo muito sincero e transparente sobre o que está acontecendo no banco. Por incrível que pareça, o BNDES está hoje até mais avançado que outros bancos internacionais", explica Sérgio Lazzarini, economista do Insper, que estuda a relação entre os setores público e privado e analisa dados do banco há mais de uma década.
Um exemplo do que o BNDES divulga, e outros bancos públicos de desenvolvimento não costumam revelar, são os próprios contratos de financiamento relacionados a obras no exterior.
O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão federal que fiscaliza as contas públicas, diz que passou a receber do banco "todas as informações que lhe foram requisitadas" - diferentemente do que ocorria antes de 2015, quando "diversas informações e documentos solicitados pelo tribunal eram negadas pelo BNDES".
(...) A BBC News Brasil consultou os sites de outros bancos públicos de desenvolvimento, como o CDB, da China, e o KfW, da Alemanha, e não encontrou o volume de dados que está disponível no site do BNDES.
É um artigo interessante, que apresenta alguns aspectos importantes sobre as mudanças recentes. Mas acho que cabe mais discussão sobre o tema.
27 novembro 2018
Fim da PPP?
O fracasso chamado Carillion provocou outra baixa, na parceria pública-privada (PPP):
A pedido das empresas sediadas em Londres, o modelo (PPP) foi exportado para todo o mundo. Agora, duas décadas e meia depois, o Reino Unido tornou-se o primeiro país a descartá-lo oficialmente.
Existe um problema contábil neste caso:
O governo britânico tem usado por décadas a fraude financeira para manter muitos dos seus passivos atuais fora do balanço. Em 2011, o Parliamentary Treasury Select Committee solicitou ao Tesouro a trazer a PPP para o balanço, “garantindo que a PPP não seja usada para contornar os limites do orçamento”. Foi ignorado. E, assim como aconteceu com a Enron, ao fazê-lo, o governo poderia estar acumulando sérios custos e problemas de fluxo de caixa para o futuro.
A pedido das empresas sediadas em Londres, o modelo (PPP) foi exportado para todo o mundo. Agora, duas décadas e meia depois, o Reino Unido tornou-se o primeiro país a descartá-lo oficialmente.
Existe um problema contábil neste caso:
O governo britânico tem usado por décadas a fraude financeira para manter muitos dos seus passivos atuais fora do balanço. Em 2011, o Parliamentary Treasury Select Committee solicitou ao Tesouro a trazer a PPP para o balanço, “garantindo que a PPP não seja usada para contornar os limites do orçamento”. Foi ignorado. E, assim como aconteceu com a Enron, ao fazê-lo, o governo poderia estar acumulando sérios custos e problemas de fluxo de caixa para o futuro.
Mapa de Risco no Setor Público
O TCU lançou onde um mapa de exposição a Fraude. Conforme a entidade:
Os dados coletados possibilitaram a construção de mapa de risco, um dos principais produtos desse trabalho. Ele está dividido em quatro áreas, identificadas pelas cores verde (baixa exposição), amarela (média exposição), laranja (alta exposição) e vermelha (altíssima exposição). O posicionamento do órgão ou instituição em uma dada faixa permitirá análises sobre o seu grau de exposição a fraude e corrupção, bem como avaliar quais controles precisam de aprimoramento.
Segundo o TCU:
O mapa não dever ser considerado como ranking entre as instituições e não apresenta indícios de irregularidades, nem ocorrência de casos concretos. O que se apresenta é o grau de exposição ao risco de fraude e corrupção, considerando a metodologia aplicada, sendo diretamente proporcional ao seu poder e a fragilidade dos seus controles preventivos e detectivos. Assim, o Tribunal oferece uma ferramenta para que as instituições possam aprimorar os controles e aperfeiçoar a gestão de risco.
O mapa pode ser encontrado aqui . A seguir o resultado a FUB, minha instituição, para o quesito de auditoria interna:
Segundo o TCU, a FUB tem alta exposição ao risco neste quesito. Observe agora a figura abaixo. É sobre o controle de fraude e corrupção:
No canto superior esquerdo, a Petrobras. Segundo o TCU, a empresa possui alta exposição neste quesito. Preocupante.
Os dados coletados possibilitaram a construção de mapa de risco, um dos principais produtos desse trabalho. Ele está dividido em quatro áreas, identificadas pelas cores verde (baixa exposição), amarela (média exposição), laranja (alta exposição) e vermelha (altíssima exposição). O posicionamento do órgão ou instituição em uma dada faixa permitirá análises sobre o seu grau de exposição a fraude e corrupção, bem como avaliar quais controles precisam de aprimoramento.
Segundo o TCU:
O mapa não dever ser considerado como ranking entre as instituições e não apresenta indícios de irregularidades, nem ocorrência de casos concretos. O que se apresenta é o grau de exposição ao risco de fraude e corrupção, considerando a metodologia aplicada, sendo diretamente proporcional ao seu poder e a fragilidade dos seus controles preventivos e detectivos. Assim, o Tribunal oferece uma ferramenta para que as instituições possam aprimorar os controles e aperfeiçoar a gestão de risco.
O mapa pode ser encontrado aqui . A seguir o resultado a FUB, minha instituição, para o quesito de auditoria interna:
Segundo o TCU, a FUB tem alta exposição ao risco neste quesito. Observe agora a figura abaixo. É sobre o controle de fraude e corrupção:
No canto superior esquerdo, a Petrobras. Segundo o TCU, a empresa possui alta exposição neste quesito. Preocupante.
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