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20 novembro 2018

Reduzindo imposto com a Depreciação

Em outubro deste ano, o jornal New York Times publicou o resultado de uma investigação sobre os negócios de Jared Kushner, o marido da filha do presidente Donald Trump. O resultado foi que Kushner (foto com Trump) pagou poucos impostos entre 2009 a 2016. Achei bastante curioso o seguinte trecho destacado no Business Insider:

They found that he and his family's New York real-estate firm used a common tax deduction known as depreciation, which is designed to protect property owners from an asset's gradual decline in value.


Para um contador, a depreciação parece algo tão natural e normal. Espanta ver uma investigação jornalística chamar a atenção para seu uso para fins de dedução do imposto de renda. Mas pensando em termos históricos, o uso da depreciação não é tão antigo assim.

(É bem verdade que o texto destaca que o uso da depreciação é permitido por lei)

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19 novembro 2018

Informação e decisão

A relação entre quantidade de informação e qualidade da decisão é bastante controversa. E precisamos cada vez mais de pesquisas. Mas este texto do The Economist, sobre a quantidade de dados no futebol e a melhoria nas decisões dos clubes, pode ser uma interessante discussão sobre o assunto:

Os olheiros de hoje, no entanto, têm acesso a imagens e estatísticas de todas as ligas do mundo. Raffaele Poli, chefe do Observatório de Futebol do CIES, diz que o afluxo de funcionários de empresas financeiras levou a um maior interesse pelo big data. Em 2012, o Arsenal comprou a StatDNA, uma empresa de análise americana. Tanto o Bayern Munique quanto o Manchester City trabalham com a SAP, uma empresa de software que forneceu insights para os vencedores da Copa do Mundo em 2014.

O resultado, diz Poli, é um mercado cada vez mais racional.

Queda de Ghosn

Um dos mais admirados executivos mundiais, o brasileiro Carlos Ghosn, foi detido hoje em Tóquio. Com 64 anos, Ghosn foi considerado o responsável por salvar a Nissan da falência, em 1999. O brasileiro é presidente do conselho de administração da Nissan, executivo-chefe da Renault e presidente do conselho da Mitsubishi.

Ghosn teria manipulado sua declaração de imposto, informando um salário menor do que aquele que foi recebido. Esta redução seria de 44 milhões de dólares. Além disto, o executivo teria usado ativos da empresa.

Além da detenção, a sede da empresa Nissan foi objeto de busca por parte das autoridades japonesas. Como consequência, as ações da Renault cairam na bolsa de valores.

A empresa Nissan afirmou ter descoberto a conduta do executivo e pretende retirar o mesmo do cargo. Segundo informação da imprensa, a Nissan está cooperando com as investigações.

Em 2011, em uma pesquisa de opinião pública, foi perguntado aos japoneses quem eles gostariam que governasse o país. Ghosn ficou em sétimo lugar. Isto mostra o prestígio dele no país.

GE

As notícias sobre a General Electric levantaram uma debate sobre a capacidade de sobrevivência da empresa a médio prazo. A empresa parece ter optado por um plano de enxugamento, vendendo algumas unidades. Típico de uma empresa em crise. Há um risco do novo executivo repetir uma história conhecida: buscando parar a queda no preço das ações, a medida de vender ativos para reduzir dívidas piorou a situação. Ou como resumiu a Bloomberg: mais ação, menos palavras.

Uma análise levantou a possibilidade da empresa entrar em falência em um futuro próximo. Já Damodaran, fazendo uma análise de longo prazo, afirma que (1) Conglomerado sempre foi e será uma ideia ruim; (2) a complexidade tem um custo; (3) dinheiro fácil é uma pegadinha e (4) o executivo genial é um mito.

É interessante a análise de Damodaran por considerar alguns erros comuns. Recentemente discuti em sala de aula a ideia do conglomerado: "diversificar deve ser feito pelo acionista e não pela empresa". Parece que a lição valeu para a empresa.

Como contraponto, o fato da GE ter dado certo por tanto tempo, com diversificação, complexidade, usando dinheiro fácil e centrado na figura imperial de um executivo, pode ser um argumento contrário a posição de Damodaran (e deste blogueiro). Além disto, é somente um "estudo de caso".

Rir é o melhor remédio





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18 novembro 2018

Educação financeira funciona? Parte 2

Ainda sobre a questão se a educação financeira funciona:

Outra pesquisa, realizada na Alemanha, revisa pesquisas e teorias para mostrar que os efeitos de curto prazo da educação financeira variam conforme o grupo. O texto mostra a existência de uma confusão entre efeitos da educação financeira com a própria educação em si e com o comportamento financeiro. Olhando os imigrantes, as pessoas de baixa renda e os jovens, os autores chegam a conclusão que parece existir um efeito positivo de curto prazo no conhecimento financeiro dos jovens, mas não existe nenhuma evidência que prove que o comportamento de longo prazo tenha se alterado.

IZA DP No. 11515, Abril de 2018, Financial Education for the Disadvantaged?