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24 setembro 2018

Poder da informação

No final de 2017, o autor desta postagem criou dois cursos à distância para o Ministério do Trabalho. Trata-se de uma iniciativa do governo em proporcionar ao desemprego uma oportunidade de ter acesso a reciclagem de conhecimento. O número de pessoas que se interessaram em fazer um dos 25 cursos que foram disponibilizados chegou a mais de 300 mil em menos de um ano. Além do fato de ser gratuito, em alguns programas sociais do governo exige-se que o desemprego busque o aprimoramento dos seus conhecimentos. Até a criação dos cursos, a maior saída do desempregado tem sido os cursos oferecidos pelo Sistema S.

Ainda não existe uma pesquisa indicando se estes cursos funcionam ou não, mas a proposta mais recente do governo tem como característica o baixo custo por aluno. Um aspecto interessante é que o custo é basicamente fixo e quanto maior o número de alunos, menor o custo por aluno. Provavelmente é a alternativa mais barata já criada pelo Ministério para qualificação do desempregado.

Apesar da divulgação, o número de inscritos ainda é reduzido. Foram mais de dois milhões de empregados que perderam seu posto desde o início da recessão. E estes são dados oficiais, do próprio Ministério do Trabalho. Uma explicação é que o desempregado não está procurando uma nova vaga; assim, fazer um curso de qualificação, como este, só será interessante para àquele que deseja voltar ao mercado de trabalho.

Outra possível explicação é a falta de divulgação. Neste sentido, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que a divulgação de informação encoraja o adulto a voltar para à escola. No gráfico, a linha pontilhada mais clara são das pessoas com seguro-desemprego que receberam  informação sobre o custo e benefício da educação. Com esta informação, aumentaram as chances do trabalhador fazer uma matrícula na escola; para os que não receberam a informação - linha pontilhada mais escura - a chance de se interessar pela educação é mais reduzida.

É a força da informação.

Para quem se interessar pelo programa do governo, clique aqui

Roubo de petróleo

Se no Brasil nós temos o roubo de energia elétrica, no México ocorre o roubo de petróleo. São mais de 20 mil barris por dia, que serão vendidos para motoristas de taxis, companhias de ônibus e caminhões. Em 2010 foram descobertos menos de 700 ligações ilegais nos gasodutos; em 2017 foram mais de 10 mil; em janeiro e fevereiro de 2018 foram descobertas mais de 2 mil.

O prejuízo para empresa estatal mexicana é de mais de 1,6 bilhões de dólares por ano. Os ladrões são chamados de "huachicoleros"

E isto é um grande problema para o governo: as receitas da Pemex são responsáveis por uma grande parcela das receitas públicas. Duas outras consequências: o aumento da violência e o fato de desencorajar investimentos no setor.

Rir é o melhor remédio

Rindo do poder:

Trump

Charles (na capa da Time) O Homem que queria ser rei (embaixo da rainha Elizabeth)

Militar:


23 setembro 2018

Suposição

Em muitos trabalhos realizados no Brasil e submetidos em congressos / periódicos tem sido comum a solicitação dos famosos testes do modelo de regressão (como a normalidade dos erros). Eis o que diz Gellman:

The key assumptions of a regression model are validity and additivity. Except when you’re focused on predictions, don’t spend one minute worrying about distributional issues such as normality or equal variance of the errors.

Kroton+Somos

A Kroton concretizou a aquisição da Somos. Dois aspectos destacam no processo:

1) O CADE aprovou a operação sem qualquer restrição. A surpresa aqui não é o fato da empresa resultante ser a maior empresa do país, do infantil até o superior. O setor de educação sempre foi pulverizado no Brasil e a concentração recente poderia despertar reações ideológicas ou algo do tipo. Além disto, nas operações recentes o CADE tem se mostrado mais criterioso com seus pareceres, impondo restrições onde existe permissividade.

2) Os gestores indicaram uma sinergia de 300 milhões de reais, para um valor de compra de 6,3 bilhões ou 5%. A sinergia é o fato de uma empresa (SOMOS+KROTON) em conjunto obter um valor adicional em relação as duas empresas em separado. Além de ser um valor reduzido, é sempre muito questionável a existência desta sinergia.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

22 setembro 2018

Emprego no setor: Agosto

Nesta semana, o presidente Temer fez questão de anunciar que o número de contratados na economia superou os demitidos em 110 mil. Para um governo que está sendo atacado por todos os lados, o resultado é uma comprovação que o Brasil, se não deixou a recessão, pelo menos não piorou. Este seria o segundo melhor mês do seu governo, que em termos acumulados tem uma marca negativa de 534 mil empregos destruídos.

Se a economia vai bem, isto é bom para os profissionais contábeis? Infelizmente não. Para uma profissão que se orgulhava de dizer que não falta emprego, o mês de agosto não foi o pior, ainda assim o saldo foi negativo: foram contratados 9.855 profissionais e demitidos 10.369, o que significa uma destruição de 514 vagas. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014, menos 40 mil.

A relação entre o setor contábil e a economia como um todo fica melhor visualizada no gráfico abaixo.

Neste gráfico o ponto de partida é janeiro de 2014, quando a economia começou uma das maiores recessões da história (se não tiver sido a maior). Os dados de emprego formal em vermelho são de todos as profissões. É possível observar que depois de uma brutal recessão do governo Dilma (e do início do governo Temer), os empregos formais aumentaram de janeiro de 2017 para cá. De azul, as funções relacionadas com a contabilidade, o que inclui auditores, contadores, técnicos e escriturários. Enquanto a um início de recuperação na economia, a crise persiste na contabilidade.

Os dados também mostram que a redução no número de vagas formais em agosto ocorreu principalmente entre os trabalhadores com o ensino médio completo e entre os contadores e auditores.