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16 setembro 2018

Emprego inútil

Um extrato de um texto de opinião da Bloomberg sobre a inutilidade de certos empregos:

Os fatores políticos também parecem cada vez mais desempenhar um papel importante na geração de lucros corporativos, à medida que novos regulamentos ajudam empresas estabelecidas (...)

David Graeber da London School of Economics argumenta em um livro recente que os mitos predominantes sobre a eficiência do capitalismo nos cegam para o fato de que grande parte da realidade econômica é moldada pela disputa por poder e status e não possui nenhuma função econômica.

É claro que a ideia de que os negócios podem ser um desperdício não é nova. Há trinta anos, o economista William Baumol sugeriu que o futuro do capitalismo poderia muito bem pertencer a empresas improdutivas, que usam o poder e a influência para lucrar sem necessariamente beneficiar a sociedade. Ele se preocupava com a ascensão de “empreendedores improdutivos” que compram rivais ou usam regulamentações para sufocar a concorrência, prosperando como parasitas em partes produtivas da economia. (...)

Xavier Gabaix, economista do MIT, mostrou que os indivíduos mais ricos (...) encontraram maneiras - como acesso a melhores informações, serviços jurídicos ou de planejamento tributário - para captar mais lucros provenientes do trabalho produtivo. Luigi Zingales argumentou que o comportamento das empresas mudou à medida que as corporações se tornaram tão grandes. As grandes corporações agora veem exercendo influência política por meio de doações de campanha ou lobbying como parte importante de assegurar sua vantagem econômica.

Em um ensaio há cinco anos, ele [David Graeber] fez a afirmação aparentemente bizarra de que talvez 30% de todos os empregos realmente não contribuem para a sociedade. Pode parecer uma afirmação desagradável, se não pelo fato de que um grande número de pessoas atestam voluntariamente a inutilidade de seus próprios empregos. Uma pesquisa realizada em 2015 no Reino Unido revelou que 37 por cento das pessoas sentiram que seus empregos “não deram uma contribuição significativa para o mundo”, e uma pesquisa posterior na Holanda encontrou 40 por cento dizendo a mesma coisa.

(...) Desde que escreveu seu ensaio, Graeber diz que ele foi contatado por centenas de pessoas dizendo concordar com ele - trabalham em empregos inúteis que poderiam ser eliminados sem absolutamente nenhuma perda para a sociedade - e os empregos vêm principalmente de recursos humanos, relações públicas, lobby ou telemarketing, ou em finanças e banca, consultoria, gestão e direito societário.  

Depois que li Against Education, de Bryan Caplan, senti um pouco nesta parcela de inutilidade. E agora, na quinta, dando aula para graduação, com muitos alunos no celular, sem prestar nenhuma atenção no que estava apresentando.

2020: o ano da próxima crise financeira mundial

Essas é a aposta de Roubini:


The current global expansion will likely continue into next year, given that the US is running large fiscal deficits, China is pursuing loose fiscal and credit policies, and Europe remains on a recovery path. But by 2020, the conditions will be ripe for a financial crisis, followed by a global recession.
There are 10 reasons for this.

 First, the fiscal-stimulus policies that are currently pushing the annual US growth rate above its 2% potential are unsustainable. By 2020, the stimulus will run out, and a modest fiscal drag will pull growth from 3% to slightly below 2%

Second, because the stimulus was poorly timed, the US economy is now overheating, and inflation is rising above target. The US Federal Reserve will thus continue to raise the federal funds rate from its current 2% to at least 3.5% by 2020, and that will likely push up short- and long-term interest rates as well as the US dollar.

Third, the Trump administration’s trade disputes with China, Europe, Mexico, Canada, and others will almost certainly escalate, leading to slower growth and higher inflation.

Fourth, other US policies will continue to add stagflationary pressure, prompting the Fed to raise interest rates higher still. The administration is restricting inward/outward investment and technology transfers, which will disrupt supply chains. It is restricting the immigrants who are needed to maintain growth as the US population ages. It is discouraging investments in the green economy. And it has no infrastructure policy to address supply-side bottlenecks.

Fifth, growth in the rest of the world will likely slow down – more so as other countries will see fit to retaliate against US protectionism. China must slow its growth to deal with overcapacity and excessive leverage; otherwise a hard landing will be triggered. And already-fragile emerging markets will continue to feel the pinch from protectionism and tightening monetary conditions in the US.

Sixth, Europe, too, will experience slower growth, owing to monetary-policy tightening and trade frictions. Moreover, populist policies in countries such as Italy may lead to an unsustainable debt dynamic within the eurozone. The still-unresolved “doom loop” between governments and banks holding public debt will amplify the existential problems of an incomplete monetary union with inadequate risk-sharing. Under these conditions, another global downturn could prompt Italy and other countries to exit the eurozone altogether

Seventh, US and global equity markets are frothy. Price-to-earnings ratios in the US are 50% above the historic average, private-equity valuations have become excessive, and government bonds are too expensive, given their low yields and negative term premia. And high-yield credit is also becoming increasingly expensive now that the US corporate-leverage rate has reached historic highs.
 Eighth, once a correction occurs, the risk of illiquidity and fire sales/undershooting will become more severe. There are reduced market-making and warehousing activities by broker-dealers. Excessive high-frequency/algorithmic trading will raise the likelihood of “flash crashes.” And fixed-income instruments have become more concentrated in open-ended exchange-traded and dedicated credit funds.

Ninth, Trump was already attacking the Fed when the growth rate was recently 4%. Just think about how he will behave in the 2020 election year, when growth likely will have fallen below 1% and job losses emerge. The temptation for Trump to “wag the dog” by manufacturing a foreign-policy crisis will be high, especially if the Democrats retake the House of Representatives this year.

Finally, once the perfect storm outlined above occurs, the policy tools for addressing it will be sorely lacking. The space for fiscal stimulus is already limited by massive public debt. The possibility for more unconventional monetary policies will be limited by bloated balance sheets and the lack of headroom to cut policy rates. And financial-sector bailouts will be intolerable in countries with resurgent populist movements and near-insolvent governments.

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15 setembro 2018

Sistema S

Aproveitando a postagem do Pedro, um texto sobre o Sistema S, um sorvedouro de dinheiro público, com pouca fiscalização e benefício duvidoso:

Já estava mais do que na hora de retomar o debate sobre a revisão dos recursos transferidos para o Sistema S, que inclui Senai, Sesi, Senac, Sebrae, Senar, entre outros. Uma máquina que consome mais de R$ 16,4 bilhões por ano. Dinheirama pública que fica à margem de fiscalização e de uma transparência responsável. Simplesmente não há prestação de contas. Uma caixa-preta ainda intocável. O Sebrae sozinho tem orçamento maior do que Rondônia, Sergipe, Tocantins, Acre, Roraima e Amapá arrecadam com ICMS – o seu principal tributo. Entre os municípios, só perde para as receitas obtidas por São Paulo e Rio de Janeiro.


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Estado Brasileiro é o Robin Hood às avessas


Fonte: Robin Hood in reverse’: the crisis in the Brazilian state

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