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08 setembro 2018

Publicar ou perecer

O nome é infeliz, mas o assunto é importante: a publicação de pesquisadores em "revistas predatórias", ou seja, periódicos internacionais onde o critério de publicação é frouxo, é reduzido entre os brasileiros, mas a prática está crescendo. Menos de 1% doas artigos foram publicados nestes periódicos.

A determinação de uma "revista predatória" também é controverso. Há uma listagem de 1,5 mil publicações suspeitas, o periódico não fazer parte do Doaj e a inexistência de fator de impacto no Journal Citation Reports.

Embora a penetração das revistas predatórias seja restrita, o estudo apontou motivos de preocupação. Um deles é que vem crescendo o número de autores brasileiros que recorrem a esses periódicos. “Entre 2010 e 2015, triplicou o número de artigos de brasileiros em revistas listadas por Jeffrey Beall”, diz o engenheiro Denis Borenstein, especialista em pesquisa operacional aplicada, um dos autores do estudo. O dado mais delicado, porém, é que várias revistas apontadas como predatórias estavam presentes no sistema Qualis Periódicos, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que classifica cerca de 30 mil publicações para avaliar a produção científica dos programas de pós-graduação do Brasil. “Em todas as áreas do conhecimento, havia revistas recomendadas pelo Qualis que se encaixam nos três critérios adotados por nós para identificar práticas predatórias. Nenhuma delas têm conceito elevado, mas o fato de valerem algo na avaliação estimula pesquisadores a submeterem artigos a elas”, explica Borenstein.


Um aspecto interessante é a questão da idade do pesquisador:

O estudo fez outras constatações. Não se confirmou a ideia de que pesquisadores jovens e inexperientes são o público principal desses periódicos. Observou-se que, quanto mais antigo era o título de doutor, maior era a probabilidade de o autor publicar em títulos suspeitos. “A má conduta está associada a pesquisadores experientes, que possivelmente têm conhecimento das práticas levianas, mas acham que podem se beneficiar delas.”

Rir é o melhor remédio




07 setembro 2018

Razões da queda

As ações da Tesla sofreram uma redução no preço. As razões? Existem duas explicações. A primeira, divulgada pelo Globo e a Reuters, é que o executivo da empresa, Elon Musk apareceu supostamente fumando um cigarro de maconha (foto). Apesar de Musk ter afirmado que raramente fumava maconha, em agosto colocou uma mensagem na rede social informando que compraria as ações da empresa por 420 dólares; 420 é uma referência a maconha nos Estados Unidos.

Entretanto, outros, como o El Mundo, atribuem a queda a demissão do contador da empresa.

El desplome de Tesla se ha producido después de que la compañía anunciase la dimisión de Dave Morton como responsable de Contabilidad tras un mes en el cargo, pese a asegurar el propio directivo que cree "firmemente" en la compañía y en sus perspectivas de futuro.
"Desde que me incorporé a Tesla el 6 de agosto, el nivel de atención pública que se le dio a la empresa, así como el ritmo dentro de la compañía, han excedido mis expectativas. Como resultado, esto me llevó a reconsiderar mi futuro. Quiero dejar claro que creo firmemente en Tesla, en su misión y sus perspectivas futuras", señaló Morton.

É muito difícil identificar claramente as razões da queda no preço de uma ação. O fato de Musk aparecer fumando pode ser um sinal de que o executivo consumiu o produto antes de divulgar o twitter que provocou bastante discussão. Um investidor pode imaginar que isto pode acontecer novamente com o principal executivo da empresa. A demissão do contador também é importante e pode justificar a redução no preço também: afinal, um profissional que tem um mês de empresa já saiu? Será que ficou incomodado com algo.

06 setembro 2018

Ar condicionado e mudança climática

A urbanização também está empurrando a demanda por ar condicionado mais alto. (...) Ao mesmo tempo em que o ar-condicionado está resfriando os espaços interiores, está aquecendo o ar externo, o que aumenta o trabalho necessário para o resfriamento interno, o que aumenta as temperaturas do exterior. É um círculo vicioso urbano, para não mencionar seus efeitos na mudança climática.

A tabela a seguir mostra a distribuição desigual do número de aparelhos pelo mundo, para alguns países selecionados:

Isto me faz lembrar um dilema interessante que ocorre na minha instituição de ensino. Em comparação com as universidades do Nordeste, a UnB possui poucos aparelhos de ar condicionado. Mas a demanda por instalar esses aparelhos tem crescido com passar do tempo. Tem existido demanda até em salas onde a simples abertura de janelas resolve o problema na maior parte do ano. A decisão de comprar os aparelhos tem um impacto importante no longo prazo sobre a conta de energia elétrica. Ou seja, aumenta o custeio e reduz a verba para as atividades mais relevantes.

Comércio Internacional e Obesidade

Na busca por entender quem está provocando a onda de obesidade nos diferentes países do mundo, uma pesquisa disponibilizada agora achou mais um culpado: o comércio internacional. Segundo o artigo “Weight gains from trade in foods: Evidence from Mexico”, o comércio de comida tem uma responsabilidade bastante razoável na obesidade no México. Os autores fizeram um cruzamento entre o comércio de comida para o México e informações sobre a população. Eles encontraram que a exposição a produtos importados dos Estados Unidos explica 4% do aumento de obesidade entre as mulheres mexicanas no período que vai entre 1988 e 2012. Eles encontraram que os locais que receberam mais produtos importados pouco saudáveis tiveram um efeito mais pronunciado na obesidade.

Mercado acionário brasileiro nos últimos anos

Entre 1995 a 2018, o mercado brasileiro apresentou taxas anuais de crescimento que variavam entre -40% (2008 em relação a 2007, durante a crise financeira mundial) e 151,9% (entre 1999 e 1998, logo após o Plano Real e com o câmbio congelado). Em 276 taxas de crescimento anuais, a média foi de 13,14%, com desvio de 16,97%. Isto significa dizer que em 95% dos casos o crescimento ficou entre -21% e 47%.

Estes valores são nominais e para se ter uma ideia mais precisa é interessante corrigir pela inflação. De qualquer forma, os 13,14% de média corresponde a um P/L de 7,6 para o mercado brasileiro no período.