Nos Estados Unidos, quando um suspeito é acusado de um crime, tem direito a um advogado. Se não tiver dinheiro, o governo paga por este advogado. Em geral isto não significa uma boa defesa; pelo contrário, já que em muitos casos os suspeitos cumprem uma pena acima do seu crime ou são considerados culpados, quando são na verdade inocentes. Uma possível alternativa é o governo escolher o advogado.
Existem várias maneiras de o governo fornecer conselhos para os réus pobres. Uma delas envolve firmas ou advogados particulares oferecendo um leilão por um contrato de um ano, o que explicita os termos de uma taxa fixa por acusado ou taxa horária com limite máximo.
Isto já foi tentado em algumas regiões dos Estados Unidos e o resultado foi pior.
Um exemplo infame envolve um advogado da Geórgia chamado Bill Wheeler , que ganhou um contrato para representar todos os réus pobres no condado de McDuffie (...) Wheeler se recusou a discutir seus casos com eles [os clientes] e conheceu a maioria deles pela primeira vez no tribunal. Ele também freqüentemente encorajava seus clientes a se declararem culpados sem fazer qualquer investigação factual ou legal. (...) Se o objetivo é fornecer a todos assessoria jurídica efetiva, então o melhor sistema é aquele em que os advogados são aleatoriamente designados para os réus usando um sistema de loteria
Isto corresponde ao que chamamos de risco moral. Lembrou duas situações na contabilidade. A primeira é a designação de peritos judiciais feita por um juiz. Nada garante que o perito selecionado irá se dedicar aos processos mais complicados, com reduzidas chances de sucesso. O segundo caso é a proposta de mudar o sistema de auditoria. Atualmente as empresas contratam seu auditor; há uma ideia que isto deveria ser feito pela CVM, o que poderia garantir maior independência. Entretanto, uma empresa de auditoria poderia correr o risco de deixar passar um problema, quando o custo de investigação é elevado. O auditor não teria incentivo para fazer a investigação, exceto o risco reputacional. Talvez isto não seja suficiente.
29 agosto 2018
28 agosto 2018
Educação financeira na inserção dos investidores no mercado de capitais
Resumo: A educação financeira e o entendimento do mercado de capitais abrem as portas de interação entre os agentes econômicos. Autores afirmam que o funcionamento do mercado de capitais no Brasil é conhecido por poucos, contudo, ressaltam que apesar desses aspectos, parece existir uma preocupação recente em atrair os investidores com credibilidade e sustentabilidade. Nesse sentido, no presente estudo investigou-se o nível de educação financeira de discentes da área de negócios de uma universidade pública e a sua relação com a participação no mercado de capitais. Para tal fim, definiu-se a hipótese de que a educação financeira dos investidores influencia positivamente a probabilidade de participação no mercado de capitais brasileiro. Para a elaboração do indicador de educação financeira, coletaram-se os dados necessários baseados nos quesitos utilizados por Atkinson e Messy (2012), publicados na Organization for Economic Cooperation and Development (OECD). O método utilizado foi a regressão logística múltipla, cujo principal escopo foi investigar a possibilidade de ocorrência de um determinado evento. Os resultados encontrados demonstraram, a partir do efeito marginal, uma probabilidade de inserção no mercado de capitais de 6% para a amostra utilizada. Para tanto, verificou-se que o aumento de pontuações adquiridas nas questões de conhecimento financeiro refletiram em uma maior probabilidade de inserção nesse mercado. Com base nos resultados apresentados, a hipótese do estudo não é rejeitada, entretanto, destaca-se que os investimentos em educação financeira no País precisam ser aprimorados, visto que os conhecimentos financeiros dos brasileiros se apresentaram em 1,2% abaixo da média internacional, de acordo com o relatório da Organization for Economic Cooperation and Development (2016).
A influência da educação financeira na inserção dos investidores no mercado de capitais brasileiro: um estudo com discentes da área de negócios
Klerton Andrade Freitas de Amorim, Greicy Kelly Farias Lucena, Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão, Dimas Barrêto de Queiroz
Klerton Andrade Freitas de Amorim, Greicy Kelly Farias Lucena, Luiz Felipe de Araújo Pontes Girão, Dimas Barrêto de Queiroz
Fonte: Aqui
Musk
Na história toda sobre Elon Musk (aqui e aqui) e a Tesla, cogitou-se a saída do executivo da empresa. Entretanto, isto seria inviável já que...
“Você investiria em Tesla sem Elon Musk? Não faz sentido.
Se Musk se for, os investidores + torcedores abandonariam as ações. Eles estão investindo em um sonho e em um semideus, e não em uma empresa real com modelo de negócio sustentável. Desse ponto de vista, não faz sentido demitir Musk, não importa o que aconteça. Se a realidade fosse autorizada a assumir o controle da empresa, as ações da Tesla entrariam em colapso sem cerimônia, e a empresa iria à falência (...)
Em linguagem contábil, o principal ativo da empresa é Musk.
“Você investiria em Tesla sem Elon Musk? Não faz sentido.
Se Musk se for, os investidores + torcedores abandonariam as ações. Eles estão investindo em um sonho e em um semideus, e não em uma empresa real com modelo de negócio sustentável. Desse ponto de vista, não faz sentido demitir Musk, não importa o que aconteça. Se a realidade fosse autorizada a assumir o controle da empresa, as ações da Tesla entrariam em colapso sem cerimônia, e a empresa iria à falência (...)
Em linguagem contábil, o principal ativo da empresa é Musk.
27 agosto 2018
Aramco: temendo a evidenciação
Na novela que se tornou a oferta pública de ações da empresa estatal de petróleo da Arábia Saudita, a Aramco, um fato curioso. Segundo a Reuters, não haverá a oferta por um motivo simples. O rei, pai do príncipe, saiu da sua quase aposentadoria para dizer não. O motivo:
Os interlocutores do rei disseram-lhe que o IPO, longe de ajudar o reino, o enfraqueceria. Sua principal preocupação era que um IPO traria divulgação pública completa dos detalhes financeiros da Aramco, disseram as fontes.
Evidenciação é para os fortes.
Os interlocutores do rei disseram-lhe que o IPO, longe de ajudar o reino, o enfraqueceria. Sua principal preocupação era que um IPO traria divulgação pública completa dos detalhes financeiros da Aramco, disseram as fontes.
Evidenciação é para os fortes.
Resenha: Non Uccidere, Stella Blomkvist e DeadWind
A popularização dos serviços de streaming (Netflix, Amazon e outros), e do torrent, permite que possamos assistir programas que foram feitos em diversas partes do mundo. E como estamos em um tempo de séries, esta resenha fala de três delas que foram feitas em diferentes países. Todas possuem em comum o fato de ter uma protagonista (no feminino), tratar de crimes e ter como cenário locais de altíssimo IDH.
Non Uccidere é uma série italiana, produzida pela RAI e foca no trabalho da policial Valeria Ferro (atriz Mirian Leone) em Turim. Cada episódio possui em torno de 90 minutos e traz um crime que Ferro tentará solucionar. Ao mesmo tempo, como pano de fundo, Ferro tem que conviver com a mãe, em uma relação conturbada e que passou 17 anos na prisão. Os crimes que Ferro tenta solucionar envolve os relacionamentos familiares e o título da série significa “não matarás”. Os episódios não possuem o ritmo frenético de Elementary (por exemplo), mas são bem construídos.
Stella Blomkvist não é propriamente uma série. São seis episódios, com três casos, sendo que cada caso toma dois episódios. O cenário é um país, Islândia, que teve uma grande crise em 2008, e os políticos fizeram um acordo com enormes concessões aos chineses. Stella, uma advogada que gosta de beber e possui algumas atitudes questionáveis, é vivida por Heida Reed. A série faz questão de mostrar uma Islândia que está longe dos postais, com drogas e políticos corruptos. E crimes, que serão solucionados por Stella. Stella lembra a personagem Lisbeth Salander, da série Millemium (que, por sinal, se passa na Suécia).
Finalmente DeadWind, cujo título original é Karppi, talvez seja a mais acessível, pois já está disponível na Netflix. Sofia Karppi volta da Alemanha para retomar seu trabalho de investigadora na Finlândia. A primeira temporada mostra Karppi (papel de Pihla Viitala) tentando desvendar os mistérios da morte de Ana Bergdahl. Isto inclui um marido taxista, um empresário que investe em energia eólica, um ecoterrorista, entre outros suspeitos. Ana também teve um passado estranho e depois doze episódios, de 45 minutos cada, o mistério será solucionado.
Vale a pena - Talvez, das três, DeadWind seja a mais fraca, na minha opinião. Non Uccidere é bem lenta, mas cada episódio passa sem você perceber. Stella é a mais "estranha". Para quem gosta de série, vale a pena, sim.
Non Uccidere é uma série italiana, produzida pela RAI e foca no trabalho da policial Valeria Ferro (atriz Mirian Leone) em Turim. Cada episódio possui em torno de 90 minutos e traz um crime que Ferro tentará solucionar. Ao mesmo tempo, como pano de fundo, Ferro tem que conviver com a mãe, em uma relação conturbada e que passou 17 anos na prisão. Os crimes que Ferro tenta solucionar envolve os relacionamentos familiares e o título da série significa “não matarás”. Os episódios não possuem o ritmo frenético de Elementary (por exemplo), mas são bem construídos.
Stella Blomkvist não é propriamente uma série. São seis episódios, com três casos, sendo que cada caso toma dois episódios. O cenário é um país, Islândia, que teve uma grande crise em 2008, e os políticos fizeram um acordo com enormes concessões aos chineses. Stella, uma advogada que gosta de beber e possui algumas atitudes questionáveis, é vivida por Heida Reed. A série faz questão de mostrar uma Islândia que está longe dos postais, com drogas e políticos corruptos. E crimes, que serão solucionados por Stella. Stella lembra a personagem Lisbeth Salander, da série Millemium (que, por sinal, se passa na Suécia).
Finalmente DeadWind, cujo título original é Karppi, talvez seja a mais acessível, pois já está disponível na Netflix. Sofia Karppi volta da Alemanha para retomar seu trabalho de investigadora na Finlândia. A primeira temporada mostra Karppi (papel de Pihla Viitala) tentando desvendar os mistérios da morte de Ana Bergdahl. Isto inclui um marido taxista, um empresário que investe em energia eólica, um ecoterrorista, entre outros suspeitos. Ana também teve um passado estranho e depois doze episódios, de 45 minutos cada, o mistério será solucionado.
Vale a pena - Talvez, das três, DeadWind seja a mais fraca, na minha opinião. Non Uccidere é bem lenta, mas cada episódio passa sem você perceber. Stella é a mais "estranha". Para quem gosta de série, vale a pena, sim.
Símbolo da corrupção
Geralmente os grandes escândalos de corrupção apresentam algo que simboliza o desvio: pode ser um sítio, uma fotografia de um grupo de amigos em Paris ou um iate. Na Malásia, o escândalo de desvio de dinheiro do fundo soberano, que resultou na prisão do antigo primeiro-ministro é um iate, com sala de massagem, sauna, heliporto, cinema e alguns itens folheados a ouro. O nome é Equanimity (foto, algo como equanimidade, mas também pode ser traduzido como tranquilidade). O navio foi devolvido para a Malásia no início de agosto.
O atual governo da Malásia, comandado por Mahathir Mohamad, de 93 anos, decidiu investigar o escândalo que começou em 2009. Naquele ano, o antigo ocupante do cargo, Najib Razak, criou o 1Malaysia Development Bhd., um fundo soberano que também tinha a função de ajudar o país a crescer. Mas bilhões de dólares foram gastos em arte, imóveis, filmes e este iate. O iate foi devolvido pela Indonésia e deve ser vendido para que o país possa recuperar parte do dinheiro roubado.
O atual governo da Malásia, comandado por Mahathir Mohamad, de 93 anos, decidiu investigar o escândalo que começou em 2009. Naquele ano, o antigo ocupante do cargo, Najib Razak, criou o 1Malaysia Development Bhd., um fundo soberano que também tinha a função de ajudar o país a crescer. Mas bilhões de dólares foram gastos em arte, imóveis, filmes e este iate. O iate foi devolvido pela Indonésia e deve ser vendido para que o país possa recuperar parte do dinheiro roubado.
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