Translate

25 julho 2018

Punição na Postalis

Postalis é um exemplo de como não gerir um fundo de pensão. Ontem, a CVM aplicou uma multa à BNY Mellon de 7 milhões de reais por prejuízos no fundo de pensão.


O relatório da Superintendência de Relações com Investidores Institucionais da CVM (SIN/CVM) mostra que o Postalis investiu R$ 72 milhões, por meio de uma estrutura de fundos exclusivos geridos pelo BNY, em debêntures de uma sociedade de propósito específico (RO Participações). Na operação, pagou mais de R$ 12 milhões em consultorias e custos de emissão, com expectativas de retorno abaixo do praticado no mercado e sem qualquer garantia. De acordo com a análise, parte da remuneração prometida era "desprovida de sustentabilidade econômica".

Renteria [o relator do caso na CVM] chamou atenção para o fato de que os acusados fabricaram documentos para ocultar os delitos e induzir em erro os órgãos fiscalizadores. Ele se referiu a uma análise de risco elaborada após o investimento ser realizado e que chegou a ser alterada, já que uma primeira versão chamava atenção para os riscos das debêntures.

Rir é o melhor remédio



Quando existe algo errado

24 julho 2018

Tornado a ciência acessível

Existem diversas maneiras de tornar a ciência acessível. Um delas é fazer com que os textos dos artigos sejam o mais simples possível, usando a menor quantidade de jargão. Outra forma é disponibilizar as pesquisas de maneira gratuita para o público em geral. Finalmente, a divulgação das pesquisas pode ser feita por obras de divulgação científica, como alguns livros e sites que tentam "traduzir" a pesquisa para o leitor comum.

Um movimento interessante foi realizado pela LSE Library que decidiu transformar alguns artigos em quadrinhos. Veja um exemplo abaixo:

Odiamos tomar decisões financeiras

Nossa pesquisa sugere que o culpado pode ser nossos estereótipos sobre questões de dinheiro. Descobrimos que as pessoas percebem decisões financeiras - mais do que decisões em muitos outros domínios igualmente complexos e importantes - como frias, sem emoção e extremamente analíticas - em outras palavras, altamente incompatíveis com sentimentos e emoções.

Isso pode não ser surpreendente, considerando como os gurus da mídia rotineiramente alertam as pessoas contra a possibilidade de sentimentos atrapalharem nossas finanças pessoais, e como a cultura popular frequentemente retrata Wall Street e outros profissionais financeiros como “peixes frios” que são moral e emocionalmente apáticos.  (...)

Acho que muitas pessoas irão se identificar com o texto. No fundo, odiamos tomar decisões financeiras.

Veneno oculto

Um texto muito interessante mostra como no passado a nobreza se preocupava com a possibilidade do envenenamento. Entretanto, certas crenças eram muito mais perigosas:

Ironicamente, aqueles nas cortes reais apavorados com o veneno estavam se envenenando sem saber diariamente com seus cosméticos e medicamentos. As nobres usavam maquiagem branca feita de mercúrio, chumbo, vinagre e uma pitada de arsênico. Eles coloriram suas bochechas e lábios com vermelhão - cinábrio em pó - que continha mercúrio. Como toque final, aplicaram uma fina camada de pó facial de arsênico.

Além do uso destes produtos, a higiene não era algo observado: aplicava-se fezes nas feridas, as pessoas urinavam em locais públicos, entre outras práticas. Isto na Europa, onde moravam os "civilizados".

Medindo o Markup

O Markup tem aumentado nos últimos anos (grifo nosso):

Em resposta, De Loecker e Eeckhout (2017, 2018) optaram por usar uma metodologia baseada em custos; a principal vantagem, além de não ter que fazer suposições sobre a demanda ou competição, reside na capacidade para extrair dados das demonstrações financeiras de empresas. Usando informações públicas de empresas com ações negociadas na bolsa, os autores estimam a evolução do mark-up ao longo do tempo e podem agregar os dados ao nível de uma economia.

Para os EUA, desde a década de 1980, as margens aumentaram constantemente até 2000 e, após a Grande Recessão de 2008, voltaram a subir para níveis de 1,6 em 2016. Este aumento significa que os preços são de 61% acima do custo marginal.

Em nível global, observamos a mesma coisa - um aumento sustentado de níveis próximos a 1,1 na década de 80 para níveis de 1,6 em 2016.


O mais interessante é a distribuição dessas marcações : a mediana permanece relativamente estável ao longo do tempo, mas não a média. O aumento é experimentada a partir do 75 em diante, com o percentil 90 mostrando o maior aumento: de 1,8 em 1980 para 2,8 em 2016. Em conclusão, a mudança na marcação média algumas empresas devem estar dentro de cada industria

Essa tendência é observada dentro de cada setor, ou seja, não é um único setor como a tecnologia poderia estar empurrando a média da economia. (...)

Crise no Mercado de Trabalho Contábil Persiste

Os dados do mercado formal de trabalho no Brasil revelam que o número de demissões ainda é superior ao de admissões. De janeiro de 2015 até junho de 2018 (42 meses), em somente cinco meses as admissões foram superiores as demissões. Em junho, foram admitidos 8.901 empregados e demitidos 9.502, representando um saldo de -602. O número acumulado desde janeiro de 2014 indica uma redução no número de postos de trabalhos de 40.282.

O gráfico abaixo mostra a evolução comparativa entre o setor contábil - composto por auditores e contadores, técnicos em contabilidade e escriturários - e a economia como um todo. Os gráfico mostra visualmente que a crise no mercado de trabalho contábil acompanhou o que estava ocorrendo na economia até meados do ano passado. A partir desta data, enquanto observava uma "recuperação" no mercado de trabalho com um todo, o setor contábil continuava com mais demissões que admissões.
É bem verdade que existem setores com pior desempenho. Um levantamento divulgado no Estado de S Paulo mostra que empregos vinculados a construção civil estão entre os que mais demitiram.

A tabela acima faz um resumo comparativo do que ocorreu. Um dado adicional do desempenho do mercado de trabalho de junho é que o saldo foi positivo entre aqueles com curso superior completo (+35) ou incompleto (+63), mas negativo para os trabalhadores com curso médio completo ou incompleto (-615 e -84, nesta ordem).