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17 julho 2018

Maior nota em circulação

Recentemente a Índia resolveu retirar de circulação as notas de 500 e 1000 rúpias para combater a corrupção. (Parece estranho, mas faz sentido. Você poderia imaginar as malas encontradas em Salvador, em 2017, com muitas notas de R$100 e R$50. Se estas notas não existissem, o transporte físico deste dinheiro seria muito mais difícil)

Mas existe um país que possui a nota com maior valor de face. É o Brunei, um pequeno país da Ásia, que emitiu em 2006 notas de 10 mil dólares do Brunei, que corresponde a quase 7.500 dólares dos EUA. A nota tem o retrato do sultão. A Cingapura também chegou a ter uma nota com valor bastante elevado, mas não é mais emitida.

Meditação e Trabalho

Um grupo de cientistas estudou o efeito da meditação sobre a motivação e desempenho de trabalhadores. Aquelas que meditam, são menos motivadas. A meditação conduz a sentimentos de serenidade, um estado de espírito não condizente com muitas tarefas que são executadas no trabalho.

Para a administração de uma empresa, a motivação geralmente está relacionada com dinheiro. Isto pode ser útil nas tarefas rotineiras e repetitivas. Mas a meditação pode fazer com que as pessoas questionem a importância destas tarefas, o que pode afetar o desempenho (Além de não fazerem as pessoas melhores)

Um final feliz para Toshiba II

Há menos de um mês, a Toshiba comunicou que a SEC tinha concluído a investigação sobre as irregularidades contábeis. E que o regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos não tinha aplicado multa.

Agora uma corte de apelação decidiu favoravelmente aos minoritários dos EUA. A corte deu uma nova chance aos minoritários de mostrar que sofreram perdas em razão dos problemas contábeis.

Economia do Blockchain

Resumo:

When is record-keeping better arranged through distributed ledger technology (DLT) than through a traditional centralized intermediary? The ideal qualities of any record-keeping system are (i) correctness, (ii) decentralization, and (iii) cost efficiency. We point out a \textit{Blockchain Trilemma}: no ledger can satisfy all three properties simultaneously. A centralized ledger writer extracts rents due to its monopoly on the ledger. Its franchise value dynamically incentivizes honest reporting. Decentralized ledgers provide static incentives for honesty through computationally expensive Proof-of-Work algorithms but eliminate rents through "fork competition." Portability of information between "forks" and competition among miners fosters competition among decentralized ledgers that is fiercer than traditional competition. However, fork competition can engender instability and miscoordination. While blockchains can keep track of ownership transfers, enforcement of possession rights is still needed in many blockchain applications.

Abadi, Joseph, and Markus K. Brunnermeier. “Blockchain Economics”. Working Paper:
 
 

Turismo e Bens Culturais

Para se tornar Patrimônio Mundial da Unesco, um local deve submeter a um processo bastante competitivo. Mas muitos buscam este status para promover um local como atração turística e também ajudar na sua conservação. Mas segundo Jo Caust, um professor australiano, a chancela de Patrimônio por parte da Unesco tem um armadilha inesperada e pode estar ajudando a matar os locais que deveriam ser promovidos.

Segundo Caust, o principal ponto é justamente a atenção recebida pelo local. Após a promoção, existe um aumento no número de turistas. Isto pode trazer problemas que não existiam antes. Caust cita Hoi An, uma cidade do Vietnã, que teve um aumento de 22% no número de turistas em um ano. Hoi An foi considerada Patrimônio Mundial em 1999 e mesmo com a cobrança de ingresso, o número de turistas fez com que as casas fossem transformadas em cafés e lojas e as pessoas passassem a morar fora da cidade. Outra situação é Angkor Wat (foto), que recebeu o título em 1992. De 2004 a 2014, o número de turistas aumento em mais de 300%. Isto coloca em risco da estrutura da cidade, seja pela presença de muitos turistas, pela construção de grandes hotéis ou uso ilícito de água que afeta o lençol subterrâneo.

(É interessante notar que alguns modelos de avaliação de bens culturais levam em consideração o afluxo de turistas ao local. Diante dos fatos narrados por Caust, isto seria incoerente, já que aumenta o risco de destruição destes ativos)

Custo da arena

Barry Ritholtz analisa o custo de construir e manter instalações esportivas nos Estados Unidos. Segundo dados do New York Times, cerca de 330 mil novos assentos em arenas esportivas tiveram um custo de 7,5 bilhões de dólares, sendo 2,75 bilhões pagos pelos contribuintes dos Estados Unidos. Ou 8.200 mil dólares por assento.

O colunista apresenta quatro razões para a não construção destas arenas:

1. Concorrência : Esportes e música ao vivo são negócios incrivelmente bem-sucedidos e lucrativos em geral. Eles devem ser capazes de competir por conta própria pelos dólares dos consumidores. Se um local não puder gerar a receita necessária, isso indica que ele é mal administrado ou visto como não é necessário pelo mercado. Em ambos os casos, os contribuintes não deve subsidiá-lo.
2. Riquezas para os ricos: as equipes esportivas são propriedades extremamente valiosas. Por que os não-proprietários devem subsidiar empresas que podem facilmente construir suas próprias instalações? Os subsídios do contribuinte também distorcem o cálculo do mercado, destruindo os sinais que a oferta e a demanda devem enviar. Portanto, os donos ricos não apenas evitam pagar o custo total por seus locais, mas também obtêm toda um aumento do valor de suas equipes. E diminuindo o custo real da operação, os subsídios tornam muito mais fácil para os proprietários ricos obter lucro.
3. Impacto econômico : os acadêmicos analisaram os dados e há pouca dúvida: os estádios acrescentam pouco ou nada à economia local. Certamente não vale a pena dar bilhões de dólares para essas empresas. O retorno do investimento para o público é nulo. Esses subsídios perdulários têm demonstrado pouco ou nenhum impacto econômico positivo nos municípios e estados.
4. Prioridades : Dado o estado da infra-estrutura do país , é possível imaginar que possa haver projetos com maior prioridade para os dólares dos contribuintes. (...)

Nós, brasileiros, temos experiência sobre este assunto.  Talvez o nosso caso seja pior, já que os estádios construídos geraram não somente valores elevados de construção, mas representam hoje um grande problema em razão do custo elevado de manutenção. A falácia do custo perdido impede que a quase totalidade destas obras seja simplesmente derrubada.

Em 2012 fizemos uma análise do custo dos estádios da Copa. Afirmamos que “talvez” (em negrito) o custo da copa não estivesse tão superfaturado assim. Naquele momento, com um câmbio a 2,02, 587 mil assentos custavam 4,1 bilhões de dólares ou cerca de 7 mil dólares por assento para o contribuinte, um pouco abaixo do valor citado pelo colunista (aqui outros valores). Quatro pontos nestes cálculos: (1) os valores brasileiros precisariam ser atualizados (2) cada arena esportiva possui sua estrutura e torna-se complicado fazer estas comparações; (3) o desembolso do contribuinte brasileiro continua, já que ainda existem gastos de manutenção das arenas; e (4) o valor de 8.200 dólares refere-se somente a parcela paga pelo contribuinte, enquanto que os 7 mil dólares dos estádios brasileiros dizem respeito ao custo total. Provavelmente os três primeiros pontos podem significar um aumento no valor do estádio no Brasil, enquanto o último seria desfavorável ao caso dos EUA.

(Fotografia: Estádio Mané Garrincha, um dos estádios que deveriam ser derrubados, se prevalecesse a análise dos números)

Rir é o melhor remédio

Enquanto isto na internet: