O governo de Uganda, um país localizado na África, está inovando na área tributária: instituiu um imposto pelo uso de mídia social no país, incluindo WhatsApp, Facebook, Twitter e Skype, entre outros. O imposto é cobrado através das grandes empresas de telecomunicações do país (MTN, Airtel, Africell). No total são 58 sites onde os usuários pagam para ter acesso ao conteúdo.
O processo de cobrança é relativamente simples. A operadora configura a rede para o pagamento. Antes de acessar, o valor do imposto é descontado do pacote de dados. Quando acessa um dos sites, o software da operadora verifica o pagamento e libera o acesso.
A cobrança é ruim, pois estes sites impulsionam o uso da internet. Mas caso não implementasse a cobrança, poderiam ser multados ou suspensos pelo regulador. A medida parece ser impopular entre os ugandenses.
Leia mais sobre Uganda: O custo do casamento em Uganda
04 julho 2018
Entidade na prática
Um bom exemplo de aplicação do conceito de entidade. A SEC, entidade que regula o mercado de capitais dos EUA, concluiu uma investigação sobre a Dow Chemical. Segundo a SEC, a Dow não divulgou cerca de 3 milhões de dólares em benefícios pagos para o ex-presidente Andrew Liveris (ao lado). Neste valor estão inclusos uso pessoal de aviões da empresa em eventos esportivos e dívidas de Liveris, pagas pela empresa, com uma instituição de caridade que Liveris presidia.
Pelo problema, a Dow irá pagar 1,75 milhão de dólar e deverá adotar medidas internas sobre o assunto.
Pelo problema, a Dow irá pagar 1,75 milhão de dólar e deverá adotar medidas internas sobre o assunto.
Quando parar de ler um livro
É muito comum estar diante do seguinte dilema: comecei a ler um livro e não estou gostando. Devo seguir ou parar? Uma regra interessante, que encontrei aqui, é a regra do 50.
Basicamente consiste em "dar ao livro 50 páginas". Ao final deste número, pergunte se você está gostando. Se sim, continue a leitura. Se a resposta for não, abandone a leitura e procure outro livro. Nada impede que você retorne a leitura mais tarde.
Há um problema nesta dica com os livros eletrônicos, onde a numeração das páginas muda, conforme o tamanho das letras. A regra pode ser alterada para um percentual (talvez 20%).
Basicamente consiste em "dar ao livro 50 páginas". Ao final deste número, pergunte se você está gostando. Se sim, continue a leitura. Se a resposta for não, abandone a leitura e procure outro livro. Nada impede que você retorne a leitura mais tarde.
Há um problema nesta dica com os livros eletrônicos, onde a numeração das páginas muda, conforme o tamanho das letras. A regra pode ser alterada para um percentual (talvez 20%).
Justiça e Eike
O grande destaque do Brasil, para a imprensa internacional, foi a condenação de Eike Batista. O assunto foi notícia na Reuters, BBC, entre outros. O empresário, fundador e presidente do grupo EBX, foi condenado na terça a 30 anos de prisão, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de ter pago suborno ao ex-governador Sérgio Cabral. Além da pena, Batista deverá pagar multa de 53 milhões de reais e perder o passaporte.
Batista chegou a ser uma das pessoas mais poderosas do Brasil e um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de 30 bilhões de dólares em 2012.
Batista chegou a ser uma das pessoas mais poderosas do Brasil e um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de 30 bilhões de dólares em 2012.
03 julho 2018
Valor da discriminação
No ano passado foi divulgado um estudo que mediu o valor / preço da dor. Usando outra metodologia, com uma amostra menor, um estudo dinamarquês mediu o preço da discriminação no trabalho.
O estudo foi publicado no American Economic Journal: Applied Economics e envolveu um experimento. Tradicionalmente os estudos de discriminação são realizados através da análise dos currículos por parte dos empregadores e a chance de um nome usado em pessoas de raça negra, por exemplo Benedito, ser convidado para entrevista (vide Gneezy e List, Lo que importa es el porqué, por exemplo, onde os autores mostram o que ocorreu com List após a conclusão do seu doutorado). Este tipo de estudo tradicional de discriminação tem um grande problema: não é possível mensurar o preço da discriminação.
Usando adolescentes dinamarqueses, dois cientistas propuseram uma tarefa, que seria realizada em etapas. Em um primeiro momento, os jovens trabalhariam sozinhos, sendo possível medir a produtividade de cada um deles. Na segunda etapa, os jovens podiam escolher um parceiro, já que o trabalho seria em grupo. E o pagamento desta segunda etapa seria com base na produtividade da equipe. A informação sobre a produtividade individual era fornecida, assim como o nome do potencial parceiro. Alguns nomes eram tipicamente dinamarqueses e outros muçulmanos.
Caso um dinamarquês escolhesse um colega menos produtivo, mas com nome dinamarquês, isto seria um sinal que estaria disposto a abrir mão de dinheiro por conta da discriminação. A pesquisa descobriu que o valor da discriminação chegava a 8% dos ganhos. Assim, este seria o valor para trabalhar com alguém da mesma etnia. Um ponto importante é que a pesquisa descobriu que a discriminação ocorria tanto entre aqueles com nomes dinamarqueses, quanto com aqueles com nomes mulçumanos. Mas existe um limite: quando o custo é muito alto, os jovens aceitavam trabalhar com alguém de outra etnia.
Dois aspectos importantes da pesquisa: (1) um experimento não precisa ser invalidado se o mesmo é feito com uma pequena parcela da população (estudantes dinamarqueses); (2) não é o tamanho da amostra que determina a qualidade da pesquisa.
O estudo foi publicado no American Economic Journal: Applied Economics e envolveu um experimento. Tradicionalmente os estudos de discriminação são realizados através da análise dos currículos por parte dos empregadores e a chance de um nome usado em pessoas de raça negra, por exemplo Benedito, ser convidado para entrevista (vide Gneezy e List, Lo que importa es el porqué, por exemplo, onde os autores mostram o que ocorreu com List após a conclusão do seu doutorado). Este tipo de estudo tradicional de discriminação tem um grande problema: não é possível mensurar o preço da discriminação.
Usando adolescentes dinamarqueses, dois cientistas propuseram uma tarefa, que seria realizada em etapas. Em um primeiro momento, os jovens trabalhariam sozinhos, sendo possível medir a produtividade de cada um deles. Na segunda etapa, os jovens podiam escolher um parceiro, já que o trabalho seria em grupo. E o pagamento desta segunda etapa seria com base na produtividade da equipe. A informação sobre a produtividade individual era fornecida, assim como o nome do potencial parceiro. Alguns nomes eram tipicamente dinamarqueses e outros muçulmanos.
Caso um dinamarquês escolhesse um colega menos produtivo, mas com nome dinamarquês, isto seria um sinal que estaria disposto a abrir mão de dinheiro por conta da discriminação. A pesquisa descobriu que o valor da discriminação chegava a 8% dos ganhos. Assim, este seria o valor para trabalhar com alguém da mesma etnia. Um ponto importante é que a pesquisa descobriu que a discriminação ocorria tanto entre aqueles com nomes dinamarqueses, quanto com aqueles com nomes mulçumanos. Mas existe um limite: quando o custo é muito alto, os jovens aceitavam trabalhar com alguém de outra etnia.
Dois aspectos importantes da pesquisa: (1) um experimento não precisa ser invalidado se o mesmo é feito com uma pequena parcela da população (estudantes dinamarqueses); (2) não é o tamanho da amostra que determina a qualidade da pesquisa.
Assinar:
Postagens (Atom)