Nos dias de hoje não podemos reclamar do acesso as informações de pesquisas publicadas recentemente. Entretanto, em muitos casos, estas informações são mera distrações para o que é realmente importante. Um texto de Anne-Wil Harzing oferece alguns conselhos para se manter atualizado nas novas publicações relevantes, aproveitando o que a internet tem de melhor a oferecer.
Harzing começa lembrando do tempo onde a sobrecarga de informação não era um problema expressivo. As pesquisas envolviam ir à biblioteca e folhear os periódicos disponíveis. E no caso de interesse, tirar cópia dos artigos. E somente dos artigos relevantes, já que o custo era elevado.
Nos dias atuais, estamos estressados com medo de perder a última novidade. Entre as dicas citadas, gostei da discussão sobre “redes sociais”. De pronto, não confunda vida pessoal do cientista com pesquisa científica. Muitas vezes seguir um pesquisador em uma rede social não garante que você tenha acesso as novidades da ciência. Pelo contrário, talvez você fique sabendo que o professor gosta de vinho ou que estava na praia lendo um livro. Veja o que Harzing diz sobre o ResearchGate:
“Não acompanho quase ninguém no ResearchGate e desabilitei 95% dos alertas, incluindo os alertas de seguidores que informam quando alguém lê ou cita seu artigo, bem como o tipo de alerta gratuito “você / seu papel é / é o melhor”. Mas mesmo assim, ainda recebo vários e-mails por semana, pois eles não têm uma função de "resumo". Os alertas de mídia social normalmente fornecem informações de baixa qualidade que desviam sua atenção de qualquer pesquisa em que você esteja trabalhando e o tenta a fazer login novamente para verificar toda a atividade. Isso é bom se sua intenção é distração e diversão, mas não se for para manter-se atualizado com pesquisas sérias.
18 maio 2018
Carillion e Big Four
Jim Peterson é descrente sobre a possibilidade do Reino Unido conseguir atacar o problema das Big Four de forma isolada:
A divisão das Quatro Grandes no Reino Unido não seria apenas ineficaz em escala global, porque não atingiria as dezenas de jurisdições estrangeiras nas quais 75% da receita das empresas FTSE 100 sediadas no Reino Unido é derivada. Nem tal movimento adicionaria qualquer nova competição.
A divisão das Quatro Grandes no Reino Unido não seria apenas ineficaz em escala global, porque não atingiria as dezenas de jurisdições estrangeiras nas quais 75% da receita das empresas FTSE 100 sediadas no Reino Unido é derivada. Nem tal movimento adicionaria qualquer nova competição.
17 maio 2018
Carillion ameaça o oligopólio das Big Four
Na década de oitenta, as principais empresas de auditoria começaram um processo de fusão / aquisição que resultou em cinco grandes empresas globais. O que era Big Eight virou Big Five. A crise da Enron teve como consequência o fechamento da Arthur Andersen e sobraram quatro grandes empresas: KPMG, EY, Deloitte e PwC. O domínio das Big Four é muito expressivo em quase todos os mercados de capitais do mundo.
Apesar da dificuldade de medir a qualidade do trabalho do auditor e de algumas mudanças na legislação - como o rodízio, as Big Four não podem reclamar da situação. Ou não podiam. Os problemas parecem ter iniciado com a quebra da empresa britânica Carillion. Ao contrário de outras situações, onde os problemas de auditoria estavam direcionados a uma ou duas das Big Four, na Carillion todas Four estão envolvidas. Além disto, o governo britânico tem uma tradição contábil respeitável, o que inclui bons reguladores e boas normas. Finalmente, a Carillion era uma grande empresa e seu fechamento trouxe problemas para a economia britânica. O regulador não ficou satisfeito.
Agora, uma comissão parlamentar trouxe um relatório analítico sobre o problema Carillion. E não perdoou ninguém: executivos, auditores, reguladores e governo não foram poupados. A culta dos diretores foi citada, assim como a falta de coragem do governo em enfrentar a imprudência das empresas. O Financial Reporting Council, responsável pela contabilidade na Grã-Bretanha, assim como o regulador na área de pensões, foram considerados passivos: “não temos confiança em nossos reguladores” (...) “mentalidade passiva e reativa” foram termos usados. Segundo o Guardian, a FRC deve ter mais poder, para ser mais agressivo e proativo, desde que mude sua cultura.
Auditores - Este talvez seja o ponto mais interessante do relatório. Os parlamentares sugerem que sejam aplicadas normas de concorrência, o que pode incluir o desmembramento à força. As empresas tiveram receitas elevadas e foram “incapazes de ter um grau de independência necessária”. Outra possibilidade é a separação do negócio de consultoria da auditoria.
A questão parece que atingiu fundo as Big Four, que, segundo o Financial Times (via aqui) estariam planejando uma reação. Segundo o relatório:
“É uma relação parasitária que vê os auditores prosperarem, independentemente do que acontece com as empresas, funcionários e investidores que dependem do seu escrutínio.”
O presidente da KPMG no Reino Unido reconheceu a existência de um oligopólio e que a empresa está pensando em um desmembramento há algum tempo. O negócio, como está, seria insustentável.
Apesar da dificuldade de medir a qualidade do trabalho do auditor e de algumas mudanças na legislação - como o rodízio, as Big Four não podem reclamar da situação. Ou não podiam. Os problemas parecem ter iniciado com a quebra da empresa britânica Carillion. Ao contrário de outras situações, onde os problemas de auditoria estavam direcionados a uma ou duas das Big Four, na Carillion todas Four estão envolvidas. Além disto, o governo britânico tem uma tradição contábil respeitável, o que inclui bons reguladores e boas normas. Finalmente, a Carillion era uma grande empresa e seu fechamento trouxe problemas para a economia britânica. O regulador não ficou satisfeito.
Agora, uma comissão parlamentar trouxe um relatório analítico sobre o problema Carillion. E não perdoou ninguém: executivos, auditores, reguladores e governo não foram poupados. A culta dos diretores foi citada, assim como a falta de coragem do governo em enfrentar a imprudência das empresas. O Financial Reporting Council, responsável pela contabilidade na Grã-Bretanha, assim como o regulador na área de pensões, foram considerados passivos: “não temos confiança em nossos reguladores” (...) “mentalidade passiva e reativa” foram termos usados. Segundo o Guardian, a FRC deve ter mais poder, para ser mais agressivo e proativo, desde que mude sua cultura.
Auditores - Este talvez seja o ponto mais interessante do relatório. Os parlamentares sugerem que sejam aplicadas normas de concorrência, o que pode incluir o desmembramento à força. As empresas tiveram receitas elevadas e foram “incapazes de ter um grau de independência necessária”. Outra possibilidade é a separação do negócio de consultoria da auditoria.
A questão parece que atingiu fundo as Big Four, que, segundo o Financial Times (via aqui) estariam planejando uma reação. Segundo o relatório:
“É uma relação parasitária que vê os auditores prosperarem, independentemente do que acontece com as empresas, funcionários e investidores que dependem do seu escrutínio.”
O presidente da KPMG no Reino Unido reconheceu a existência de um oligopólio e que a empresa está pensando em um desmembramento há algum tempo. O negócio, como está, seria insustentável.
16 maio 2018
Opinião ainda é importante
Opinião ainda importa:
Em nosso estudo, avaliamos como cerca de 3.500 americanos reagiram à leitura de artigos de opinião. Obtivemos nossa amostra na Mechanical Turk, um serviço para obter amostras de conveniência on-line que não são representativas do público em geral (embora seja uma evidência recente de que a Mechanical Turk produz inferências generalizáveis em estudos como o nosso). Nós designamos os participantes aleatoriamente para ler um dos cinco artigos de opinião, ou nenhum artigo de opinião. Posteriormente, fizemos uma pesquisa sobre os tópicos discutidos, para medir quantos leitores concordaram com os autores. Em seguida, comparamos as respostas da pesquisa entre aqueles que leram os artigos, com respostas daqueles que não tinham lido. Surpreendentemente, os entrevistados ficaram substancialmente mais propensos a concordar com o autor, cujo editorial eles leram. Por exemplo, algumas pessoas foram designadas para ler "The Other Veterans Scandal", de Michael F. Cannon e Christopher A. Preble, publicado pelo New York Times em 15 de junho de 2014, que criticou duramente o Departamento de Assuntos de Veteranos e propôs mudanças políticas importantes. Este editorial complexo foi fortemente persuasivo. Enquanto 50% dos que não foram designados para ler o artigo concordaram com os autores, 78% dos que o leram concordaram. Isso é um efeito de 28 pontos. Nem foi apenas este editorial em particular. Cada um dos outros que testamos - publicados originalmente no Wall Street Journal, no Newsweek ou no USA Today sobre infra-estrutura, mudanças climáticas, impostos e profissionais da área financeira - foram igualmente eficazes.
A pesquisa não parou aí. Os autores verificaram que a mudança não dependia, substancialmente, da crença da pessoa. Depois disto, eles replicaram a pesquisa com um público mais seleto, entre funcionários do Congresso, jornalistas e outros. Mesmo este público foi influenciado pelo artigo de opinião. Mais ainda, um mês depois, a leitura ainda influenciava as pessoas; o artigo de Cannon e Preble, citado anteriormente, ainda obtinha um efeito de 14% um mês depois (versus 28% logo após a leitura).
Isto é uma boa notícia: mesmo em período de divisão nas ideias, as pessoas são capazes de absorver as ideias e aceitar as opiniões alheias, desde que sejam razoáveis.
Em nosso estudo, avaliamos como cerca de 3.500 americanos reagiram à leitura de artigos de opinião. Obtivemos nossa amostra na Mechanical Turk, um serviço para obter amostras de conveniência on-line que não são representativas do público em geral (embora seja uma evidência recente de que a Mechanical Turk produz inferências generalizáveis em estudos como o nosso). Nós designamos os participantes aleatoriamente para ler um dos cinco artigos de opinião, ou nenhum artigo de opinião. Posteriormente, fizemos uma pesquisa sobre os tópicos discutidos, para medir quantos leitores concordaram com os autores. Em seguida, comparamos as respostas da pesquisa entre aqueles que leram os artigos, com respostas daqueles que não tinham lido. Surpreendentemente, os entrevistados ficaram substancialmente mais propensos a concordar com o autor, cujo editorial eles leram. Por exemplo, algumas pessoas foram designadas para ler "The Other Veterans Scandal", de Michael F. Cannon e Christopher A. Preble, publicado pelo New York Times em 15 de junho de 2014, que criticou duramente o Departamento de Assuntos de Veteranos e propôs mudanças políticas importantes. Este editorial complexo foi fortemente persuasivo. Enquanto 50% dos que não foram designados para ler o artigo concordaram com os autores, 78% dos que o leram concordaram. Isso é um efeito de 28 pontos. Nem foi apenas este editorial em particular. Cada um dos outros que testamos - publicados originalmente no Wall Street Journal, no Newsweek ou no USA Today sobre infra-estrutura, mudanças climáticas, impostos e profissionais da área financeira - foram igualmente eficazes.
A pesquisa não parou aí. Os autores verificaram que a mudança não dependia, substancialmente, da crença da pessoa. Depois disto, eles replicaram a pesquisa com um público mais seleto, entre funcionários do Congresso, jornalistas e outros. Mesmo este público foi influenciado pelo artigo de opinião. Mais ainda, um mês depois, a leitura ainda influenciava as pessoas; o artigo de Cannon e Preble, citado anteriormente, ainda obtinha um efeito de 14% um mês depois (versus 28% logo após a leitura).
Isto é uma boa notícia: mesmo em período de divisão nas ideias, as pessoas são capazes de absorver as ideias e aceitar as opiniões alheias, desde que sejam razoáveis.
Resenha: Against the Education
Bryan Caplan já deixa claro o principal ponto do livro no seu título, The Case Against the Education : Why the Education System Is a Waste of Time and Money. Caplan reconhece que a educação é uma grande indústria, mas rejeita a ideia da teoria do capital humano de que a educação ensina algo útil e que isto já é suficiente para sua defesa. É algo difícil de aceitar, já que estamos acostumados ao bombardeio incessante daqueles que defendem o sistema educacional vigente. É importante notar que Caplan é contra o “sistema” atual, que obriga o aluno a aprender sobre o reino monera, a cinemática, os arranjos, o bizantino, as coníferas e os polímeros, entre outras inúmeras coisas. Veja a lista anterior e tente lembrar dos seis itens listados se você recorda da metade deles ou se você sabe associar cada termo a disciplina. Uma dica: todos são conteúdos obrigatórios de disciplinas ensinadas no ensino médio. Provavelmente você não irá conseguir lembrar o significado da maioria dos termos e talvez até nem saiba mais em qual disciplina você estudou cada um deles. Isto seria um forte indício que o conteúdo que fomos obrigado a estudar para obter a aprovação nas disciplinas do segundo grau era boa parte desnecessário. Para Caplan, no segundo grau, basta alguns conhecimentos de matemática e de línguas (no caso dele, o inglês). Assim, o sistema de de educação é uma grande perda de tempo e dinheiro. Os alunos estudam história durante longos anos, mas somente professores de história precisam de história no seu trabalho; inglês é a língua universal, mas no nosso currículo temos a opção de aprender espanhol; poucos trabalhos exigem matemática complexa, mas na graduação, inclusive de contabilidade, enfatizamos o ensino da derivada.
O autor defende a ideia de que a educação é antes de tudo uma sinalização. Qual a finalidade de aprender tanta coisa inútil se no mercado de trabalho as pessoas são pagas para ler, escrever e pensar? Segundo Caplan, os alunos gastam horas estudando coisas inúteis para o mercado de trabalho moderno, existindo uma total falta de conexão entre o conteúdo ensinado nas escolas e o que o mercado de trabalho necessita. Uma possível explicação é que o professor ensina aquilo que sabe - isto é realmente verdadeiro - e que existe grupos de pressão que tentam criar uma reserva de mercado tornando certos conteúdos obrigatórios. Este último ponto não está explicito no livro, mas é possível inferir a partir dos argumentos do autor. Já que o governo delegou ao sistema educacional a tarefa de determinar o que cada pessoa irá aprender, isto permite que apareça a possibilidade de tornar obrigatório o ensino de filosofia no segundo grau, por exemplo. Ou quem sabe educação financeira. Estes conteúdos não serão uteis para os alunos, mas criam um campo de trabalho gigantesco para os bacharéis em filosofia ou em economia.
Mas a crítica de Caplan esbarra na constatação de que a educação é cada vez mais importante. A teoria da sinalização tem resposta para isto: a educação é um sinal de esforço, conformidade às regras (ou submissão às expectativas sociais) e um sinal dispendioso e caro, que permite separar as pessoas. Isto também ajuda a explicar um aspecto curioso, já constatado em pesquisas empíricas: um garçom com graduação em história tem uma salário superior a um garçom sem graduação. Apesar deste resultado não fazer sentido, sob a ótica da teoria da sinalização isto é bastante plausível. Os bares, como todas as empresas, buscam empregados inteligentes, conscienciosos e conformitas. E o fato da pessoa ter feito uma graduação sinaliza estas características. Diante da existência de diversos candidatos a garçom, os bares favorecem os candidatos com graduação, apesar da irrelevância no trabalho do currículo acadêmico. Na etapa da contratação, a credencial “ter graduação” é importante.
Outro fato destacada por Caplan é que a educação é um caminho para a prosperidade individual, mas que não consegue explicar o crescimento econômico. Isto é realmente difícil de aceitar, mas a argumentação do autor é que não há uma relação causa e efeito entre educação e crescimento econômico. Ou seja, para um país crescer ele NÃO precisa investir em educação. Segundo Caplan, há uma causação reversa entre crescimento econômico e educação; ou seja, com o crescimento, as pessoas irão procurar a educação e não a educação conduz ao crescimento econômico, como somos induzidos a acreditar. Realmente é difícil de acreditar, mas se você ficou pelo menos curioso, leia o livro. Se você não acredita no que ele disse, leia os argumentos do autor para que possa ter uma visão diferenciada dos argumentos.
Vale a pena? Esta leitura é um grande teste. Não que seja difícil; pelo contrário, o livro possui uma linguagem bastante didática. Mas os argumentos são convincentes demais e o autor está sempre embasado em boas pesquisas científicas. Tenho certeza que este livro irá mudar a forma como você enxerga a educação. Mas é preciso coragem para enfrentar os argumentos.
Sobre os assuntos destacados no início do texto, Reino monera = biologia; cinemática = física, arranjo = matemática, bizantino = história, coníferas = geografia e polímeros = química.
O autor defende a ideia de que a educação é antes de tudo uma sinalização. Qual a finalidade de aprender tanta coisa inútil se no mercado de trabalho as pessoas são pagas para ler, escrever e pensar? Segundo Caplan, os alunos gastam horas estudando coisas inúteis para o mercado de trabalho moderno, existindo uma total falta de conexão entre o conteúdo ensinado nas escolas e o que o mercado de trabalho necessita. Uma possível explicação é que o professor ensina aquilo que sabe - isto é realmente verdadeiro - e que existe grupos de pressão que tentam criar uma reserva de mercado tornando certos conteúdos obrigatórios. Este último ponto não está explicito no livro, mas é possível inferir a partir dos argumentos do autor. Já que o governo delegou ao sistema educacional a tarefa de determinar o que cada pessoa irá aprender, isto permite que apareça a possibilidade de tornar obrigatório o ensino de filosofia no segundo grau, por exemplo. Ou quem sabe educação financeira. Estes conteúdos não serão uteis para os alunos, mas criam um campo de trabalho gigantesco para os bacharéis em filosofia ou em economia.
Mas a crítica de Caplan esbarra na constatação de que a educação é cada vez mais importante. A teoria da sinalização tem resposta para isto: a educação é um sinal de esforço, conformidade às regras (ou submissão às expectativas sociais) e um sinal dispendioso e caro, que permite separar as pessoas. Isto também ajuda a explicar um aspecto curioso, já constatado em pesquisas empíricas: um garçom com graduação em história tem uma salário superior a um garçom sem graduação. Apesar deste resultado não fazer sentido, sob a ótica da teoria da sinalização isto é bastante plausível. Os bares, como todas as empresas, buscam empregados inteligentes, conscienciosos e conformitas. E o fato da pessoa ter feito uma graduação sinaliza estas características. Diante da existência de diversos candidatos a garçom, os bares favorecem os candidatos com graduação, apesar da irrelevância no trabalho do currículo acadêmico. Na etapa da contratação, a credencial “ter graduação” é importante.
Outro fato destacada por Caplan é que a educação é um caminho para a prosperidade individual, mas que não consegue explicar o crescimento econômico. Isto é realmente difícil de aceitar, mas a argumentação do autor é que não há uma relação causa e efeito entre educação e crescimento econômico. Ou seja, para um país crescer ele NÃO precisa investir em educação. Segundo Caplan, há uma causação reversa entre crescimento econômico e educação; ou seja, com o crescimento, as pessoas irão procurar a educação e não a educação conduz ao crescimento econômico, como somos induzidos a acreditar. Realmente é difícil de acreditar, mas se você ficou pelo menos curioso, leia o livro. Se você não acredita no que ele disse, leia os argumentos do autor para que possa ter uma visão diferenciada dos argumentos.
Vale a pena? Esta leitura é um grande teste. Não que seja difícil; pelo contrário, o livro possui uma linguagem bastante didática. Mas os argumentos são convincentes demais e o autor está sempre embasado em boas pesquisas científicas. Tenho certeza que este livro irá mudar a forma como você enxerga a educação. Mas é preciso coragem para enfrentar os argumentos.
Sobre os assuntos destacados no início do texto, Reino monera = biologia; cinemática = física, arranjo = matemática, bizantino = história, coníferas = geografia e polímeros = química.
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