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30 abril 2018

Comprando e vendendo avaliações

Muitos serviços que são prestados nos dias de hoje dependem das avaliações que são realizadas pelos usuários. Assim, damos nota ao motorista do Uber, ao hotel que usamos na nossa viagem ou ao livro que lemos. Como na nossa economia "tudo é negociável", as avaliações do motorista, do hotel ou do livro também podem ser compradas.

A BBC foi capaz de comprar recomendações de "cinco estrelas". Isto inclui compradores da Amazon, que recebem reembolso do valor da compra em troca de uma nota mais agradável. O fato disto ocorrer significa que cada vez mais o consumidor olha a avaliação na decisão de compra. Segundo uma estimativa citada pela BBC, o impacto pode ser de 23 bilhões de libras em cada ano, no Reino Unido.

Alguns analistas dos EUA estimam que até metade das revisões de certos produtos postados em sites internacionais, como a Amazon, são potencialmente pouco confiáveis.

Cálculo da inflação

Com a Pesquisa Orçamentária Familiar de 2017/2018, o IBGE poderá atualizar itens do IPCA:

Serviços como Netflix, Uber, Spotify entraram na vida - e no orçamento - de parte das famílias brasileiras nos últimos anos, mas permanecem de fora da cesta de consumo usada para medir a inflação oficial do país. Atualizada pela última vez entre 2008 e 2009, essa cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias exibe ainda itens cada vez mais obsoletos, desde "locação de DVD" à compra de CD e DVD", além de "filmadora". (Boas, Bruno Villa. Novos Hábitos vão mudar ´cara´da inflação, Valor, 31 de março de 2018, p. A3)

Mais do que isto, pode reduzir a inflação. Quando o IBGE usa uma cesta defasada, no cálculo da inflação não está sendo considerado os ganhos de produtividade e as economias decorrentes deste fato. Assim, quando o consumidor não loca mais DVD, mas faz uma assinatura da Netflix, existe um impacto em termos de "preço": é muito mais barato ter a assinatura da Netflix do que alugar DVD.

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

29 abril 2018

Mais um Ebitda

A WeWork é uma empresa que aluga espaços desvalorizados para reformá-los e sublocar como escritórios para empresas de pequeno porte ou freelancers por um dia ou um mês. Há quatro anos, a empresa tinha 7 mil associados; hoje possui 220 mil. Mas este crescimento não tem sido suficiente para acompanhar o crescimento nas despesas, conforme o gráfico a seguir:

Para resolver este problema com potenciais investidores, a empresa lançou mão do Ebitda. O Ebitda é uma medida que consegue milagre de transformar o prejuízo em lucro, retirando da medida de desempenho contábil uma grande quantidade de despesa. Pronto, administradores felizes, por mostrarem resultado positivo (e em alguns casos, recebendo até bônus de desempenho) e investidores tranquilos, pois alocaram recursos (muitos vezes que não eram deles) em uma empresa que está “gerando caixa”. Mas para a WeWork parece que o lucro não resolve. Para isto criou o “community adjusted ebitda”. Uma inovação, onde além de tirar a despesa de depreciação, os impostos e ojuros, a empresa também deixa de considerar as despesas de marketing, design e administração.

Uma explicação (?) interessante foi publicada aqui:

De fato, avaliar o WeWork por métricas convencionais é perder o ponto, de acordo com [o diretor executivo Adam] Neumann. A WeWork não é realmente uma empresa imobiliária. É um estado de consciência, ele argumenta, uma geração de empreendedores emocionalmente inteligentes interconectados.

28 abril 2018

Rir é o melhor remédio

A New Yorker é uma revista conhecida pelos artigos e, talvez principalmente, pelos cartoons. Neste quesito, regularmente publica um cartoon sem palavras e pede que as pessoas preencham a cena com palavras. É o New Yorker Cartoon Caption Contest. Para isto é necessário um bom senso de humor e percepção do significado do desenho. E no mínimo 13 anos de idade.

Uma garota de nove anos de idade fez alguns destes e começou a fazer sucesso no twitter. A New Yorker divulgou o seguinte vídeo com ela:

27 abril 2018

Um problema de Custo

Em 2013, um grande incêndio em Dhaka, Bangladesh, matou 1.100 empregados de uma fábrica de roupas. Diante dos números, os varejistas dos países desenvolvidos resolveram pressionar por inspeção no trabalho por parte do governo para as 2 mil fábricas.

Desde então, o preço do algodão aumentou em 20%, mas o câmbio se manteve estável. Com base nestas informações, poderíamos imaginar que o preço do vestuário tenha aumentado: maior custo de produção (em razão do aumento das exigências de segurança decorrente do acordo assinado anteriormente e aumento no preço do insumo).

Um lógica simples que qualquer aluno de custo acha óbvia. Mas não foi isto que ocorreu. O gráfico abaixo mostra o preço da peça de algodão diminuiu. Qual a razão?

Resposta:

A queda nos preços nos últimos cinco anos ressalta a dinâmica em jogo na cadeia global de fornecimento de vestuário. À medida que as vendas de roupas se tornam cada vez mais concentradas nas mãos de grandes varejistas multinacionais que fazem pedidos gigantescos, o poder do comprador - e a capacidade de reduzir os custos de uma peça de roupa - também se torna cada vez mais concentrado.

Smartphone e desempenho escolar

Um estudo mostrou existir uma relação de causa-efeito entre o uso de telefone celular e desempenho escolar. 

(...) Um aumento de um desvio padrão no uso diário do smartphone produz uma diminuição nas pontuações médias do exame de cerca de um ponto.

O estudo foi realizado em duas universidades belgas.  Vide aqui