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28 abril 2018

Rir é o melhor remédio

A New Yorker é uma revista conhecida pelos artigos e, talvez principalmente, pelos cartoons. Neste quesito, regularmente publica um cartoon sem palavras e pede que as pessoas preencham a cena com palavras. É o New Yorker Cartoon Caption Contest. Para isto é necessário um bom senso de humor e percepção do significado do desenho. E no mínimo 13 anos de idade.

Uma garota de nove anos de idade fez alguns destes e começou a fazer sucesso no twitter. A New Yorker divulgou o seguinte vídeo com ela:

27 abril 2018

Um problema de Custo

Em 2013, um grande incêndio em Dhaka, Bangladesh, matou 1.100 empregados de uma fábrica de roupas. Diante dos números, os varejistas dos países desenvolvidos resolveram pressionar por inspeção no trabalho por parte do governo para as 2 mil fábricas.

Desde então, o preço do algodão aumentou em 20%, mas o câmbio se manteve estável. Com base nestas informações, poderíamos imaginar que o preço do vestuário tenha aumentado: maior custo de produção (em razão do aumento das exigências de segurança decorrente do acordo assinado anteriormente e aumento no preço do insumo).

Um lógica simples que qualquer aluno de custo acha óbvia. Mas não foi isto que ocorreu. O gráfico abaixo mostra o preço da peça de algodão diminuiu. Qual a razão?

Resposta:

A queda nos preços nos últimos cinco anos ressalta a dinâmica em jogo na cadeia global de fornecimento de vestuário. À medida que as vendas de roupas se tornam cada vez mais concentradas nas mãos de grandes varejistas multinacionais que fazem pedidos gigantescos, o poder do comprador - e a capacidade de reduzir os custos de uma peça de roupa - também se torna cada vez mais concentrado.

Smartphone e desempenho escolar

Um estudo mostrou existir uma relação de causa-efeito entre o uso de telefone celular e desempenho escolar. 

(...) Um aumento de um desvio padrão no uso diário do smartphone produz uma diminuição nas pontuações médias do exame de cerca de um ponto.

O estudo foi realizado em duas universidades belgas.  Vide aqui

Rir é o melhor remédio






do Campeonato Europeu de Empilhamento de Pedras.

(Talvez não seja bem um "rir é o melhor remédio" já que os participantes parecem levar bem a sério a competição. E provavelmente deve ser muito difícil fazer tais empilhamentos.)

26 abril 2018

Uma boa e uma ruim 2

Com respeito a postagem anterior (escrita na noite de quarta) e referente ao PL 7448/17, o G1 publicou a seguinte informação:

Aprovado no Congresso, o projeto muda a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Críticos, como a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, dizem que a proposta incluía "retrocessos" e favorecia a impunidade. TCU e Ministério Público chegaram a pedir o veto integral do projeto. Apoiadores, como o presidente da Escola Nacional de Administração Pública, Francisco Gaetani, afirmam que o projeto dá mais segurança para a tomada de decisões pelos gestores públicos. (...) O veto do presidente atende, por exemplo, ao ponto mais questionado pelo TCU, o artigo 25. O artigo permitiria que se solicitasse uma autorização do Judiciário para um ato administrativo, mesmo antes de uma avaliação pelos órgãos de controle.

Cars e Trucks

Um gráfico interessante mostra que a venda de cars apresenta queda constante nos Estados Unidos em comparação a venda de "truck". Nesta última categoria estão as pickups, vans, SUVs, incluindo as SUVs compactas.

Medalha John Bates 2018

A medalha John Bates deste ano foi destinada a Parag Pathak por trabalhos com desenho de mecanismo. A medalha é dada para economistas com menos de 40 anos. O trabalho de Pathak envolveu um problema corriqueiro: como deve ser o processo de alocação das crianças nas escolas públicas. É um problema parecido com um candidato que está prestando vestibular: se colocar sua opção para um curso muito procurado, corre o risco de não passar. Sua escolha deve ser o risco de tentar o curso dos sonhos ou simplesmente escolher um curso menos procurado? Ou de uma pessoa que está escolhendo um potencial namorado no Tinder. A origem disto está no algoritmo Gale Shapley.

Por uma coincidência (?) criei este exemplo para a aula do doutorado de Economia da Informação (1) que corresponde ao processo de escolha de três candidatos fictícios para o doutorado (Vítor, Tiago e Paulo) por parte dos orientadores fictícios (Rodrigo, César e Jorge).

Vamos considerar que neste processo seletivo o professor escolhe o orientando. Este é, por sinal, o mecanismo usual na pós-graduação. Como Vítor é disputado por Rodrigo e César, mas tem preferência por Rodrigo, a escolha seria Rodrigo escolher Vitor. Então, César será o orientador de Paulo e Jorge de Tiago. (Primeira parte da figura acima)

Mas esta solução é ruim para os alunos. Vitor ficou com sua segunda escolha; Tiago com a última e Paulo com a segunda também. Se o critério fosse o aluno escolher teríamos a seguinte combinação (segunda parte da figura): o candidato Tiago escolhe Rodrigo; como o professor Jorge é a primeira preferência de Vitor e Paulo, mas o professor César é a segunda opção de Paulo, teríamos o aluno Vitor sendo orientado por Jorge e Paulo por César

Dois alunos ficariam com a primeira escolha e um com a segunda. Para os orientadores, Rodrigo, César e Jorge ficariam com a segunda escolha. A inversão do processo permitiu um melhor emparelhamento orientando-orientador.


(1) Estou na dúvida sobre qual foi a obra que inspirou este exemplo. Fry, H. (2015). The mathematics of love: Patterns, proofs, and the search for the ultimate equation. Simon and Schuster ou Oyer, P. (2014). Everything I ever needed to know about economics I learned from online dating. Harvard business review Press. Na dúvida, cito os dois.