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25 abril 2018

Notícias da KPMG

Envolvida recentemente em diversos problemas no mundo, a KPMG, uma das big four, as grandes empresas de auditoria contábil, parece que anda em uma maré de azar. Depois de Carillion, uma empresa britânica com problemas financeiros e contábeis que não foram percebidos pela KPMG e da ligação com a família Gupta, na África do Sul, que ameaça a sobrevivência da KPMG daquele país, a empresa teve um problema na investigação de utilização de softwares piratas na Índia. Tudo começou quando a filial da empresa no país asiático resolveu investigar uma empresa que aparentemente estava usando software ilegal. A investigação foi denunciada pelo empresário e isto provocou uma celeuma, a ponto da Microsoft e KPMG soltarem um comunicado conjunto.

Pelo menos uma notícia boa. Parece que o contrato de auditoria com a GE, depois de alguns problemas cometidos pelos auditores, deve ser renovado. Alguns acionistas solicitaram o rompimento de um contrato centenário na assembleia da empresa, mas tudo leva a crer que a proposta será rejeita.

(Leia este texto do blog, onde discutimos a dificuldade de analisar a qualidade do trabalho do auditor)

Estafa Maestra

Recentemente, um ex-governador do México, Javier Duarte, fugiu do país após uma denúncia de desvio de dinheiro público. Foi preso na Guatemala no ano passado e extraditado para o México, onde cumpre pena. A questão é que o esquema montado por Javier Duarte não é original. Provavelmente foi inventado no governo federal do México. O Animal Político fez um levantamento nas contas públicas entre 2013 e 2014 e descobriu contratos ilegais onde quase a metade dos recursos “desapareceram”. Foram 186 empresas que receberam dinheiro do governo e delas 128 não possuem condições de fornecer o serviço pelas quais foram contratadas (ou não existiam). Para isto, o esquema montado contava com a participação de universidades públicas, que intermediavam a operação:

La diferencia radica en que aquí el gobierno no entrega los contratos directamente a las empresas, sino que primero los da a ocho universidades públicas y éstas lo dan después a las empresas. Sólo por triangular los recursos, las universidades cobraron mil millones de pesos de “comisión”, aunque no hayan dado ningún servicio.

A investigação do Animal Político foi tão importante que ganhou o prestigiado prêmio Ortega Y Gasset. Foram mais de 100 entrevistas e chegou-se a um valor de 420 milhões de dólares. E ninguém punido. Eis o que diz o El País:

A diferencia de otros países latinoamericanos que han castigado los escándalos recientes de corrupción, en México no hay un caso similar a los de Lula en Brasil, Ollanta Humala en Perú y Otto Pérez en Guatemala en gran parte porque no hay fiscalías independientes. La Procuraduría General de la República y la Secretaria de la Función Pública dependen del Ejecutivo y la Auditoría Superior de la Federación, del Congreso. “Los amigos no se investigan entre sí”, dice Roldán. “No queremos que rueden cabezas, solo exigimos que haya una investigación real”, agrega Ureste.

24 abril 2018

Domínio da pesquisa

O gráfico revela que 90% das pesquisas realizadas na internet são feitas usando empresas do Google. (Não fica claro se os dados são para todos países ou somente para os Estados Unidos).

Algoritmos

Um texto muito interessante foi publicado na revista da Fapesp (Grato, Cláudio Santana, pela dica). Com diversos exemplos práticos, o artigo é sobre a utilização dos algoritmos. Eis um trecho interessante:

O antropólogo norte-americano Nick Seaver, pesquisador da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, dedica-se atualmente a um projeto baseado em pesquisa etnográfica e entrevistas com criadores de algoritmos de recomendação de músicas em serviços de streaming. Seu interesse é compreender como esses sistemas são desenhados para atrair usuários e chamar a sua atenção, trabalhando na interface de áreas como aprendizado de máquina e publicidade on-line. “Os mecanismos que controlam a atenção e suas mediações técnicas tornaram-se objeto de grande preocupação. A formação de bolhas de interesse e de opinião, as fake news e a distração no campo político são atribuídas a tecnologias desenhadas para manipular a atenção dos usuários”, explica.

Custo da falsificação de um medicamento

A malária é uma doença geralmente associada ao terceiro mundo. Apesar de ser tratável, 445 mil pessoas morreram da doença em 2016, sendo 70% crianças.

Uma das razões para isto é a falsificação dos remédios. Estima-se que quase um quarto das mortes seja decorrente de medicamentos falsificados ou de baixa qualidade somente na África.

um terço dos medicamentos contra a malária distribuídos no sudeste da Ásia e na África subsaariana eram de baixa qualidade . 

O custo final do problema pode ser maior: no caso dos remédios de baixa qualidade, o seu uso pode aumentar a resistência do parasita aos medicamentos. É o que conhecemos como externalidade negativa, já que isto aumenta o risco da doença para um local.

Gastos municipais e uma nova tecnologia de controle

O controle dos gastos públicos pode se tornar mais sofisticado. A seguir um exemplo de um robô (nada mais que um software) que pretende analisar as contas dos principais municípios brasileiros:

Agora, dois anos e milhares de notas fiscais de parlamentares denunciadas depois, a robô ganhou um upgrade: analisará contas que não passaram por licitações e foram publicadas nos Diários Oficiais dos municípios. O objetivo, dizem seus criadores, é vasculhar os cem maiores municípios do país, o que representaria 40% da população.


A questão da captação dos dados talvez seja a parte mais complicada da proposta, já que não existe uma padronização na divulgação dos dados.

(...) os Diários Oficiais dos municípios não são padronizados e, para piorar, saem no formato PDF, que não ajuda na hora da coleta.


Ou seja, é necessário garantir que toda despesa seja evidenciada no Diário Oficial.

Rir é o melhor remédio





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