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24 abril 2018

Domínio da pesquisa

O gráfico revela que 90% das pesquisas realizadas na internet são feitas usando empresas do Google. (Não fica claro se os dados são para todos países ou somente para os Estados Unidos).

Algoritmos

Um texto muito interessante foi publicado na revista da Fapesp (Grato, Cláudio Santana, pela dica). Com diversos exemplos práticos, o artigo é sobre a utilização dos algoritmos. Eis um trecho interessante:

O antropólogo norte-americano Nick Seaver, pesquisador da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, dedica-se atualmente a um projeto baseado em pesquisa etnográfica e entrevistas com criadores de algoritmos de recomendação de músicas em serviços de streaming. Seu interesse é compreender como esses sistemas são desenhados para atrair usuários e chamar a sua atenção, trabalhando na interface de áreas como aprendizado de máquina e publicidade on-line. “Os mecanismos que controlam a atenção e suas mediações técnicas tornaram-se objeto de grande preocupação. A formação de bolhas de interesse e de opinião, as fake news e a distração no campo político são atribuídas a tecnologias desenhadas para manipular a atenção dos usuários”, explica.

Custo da falsificação de um medicamento

A malária é uma doença geralmente associada ao terceiro mundo. Apesar de ser tratável, 445 mil pessoas morreram da doença em 2016, sendo 70% crianças.

Uma das razões para isto é a falsificação dos remédios. Estima-se que quase um quarto das mortes seja decorrente de medicamentos falsificados ou de baixa qualidade somente na África.

um terço dos medicamentos contra a malária distribuídos no sudeste da Ásia e na África subsaariana eram de baixa qualidade . 

O custo final do problema pode ser maior: no caso dos remédios de baixa qualidade, o seu uso pode aumentar a resistência do parasita aos medicamentos. É o que conhecemos como externalidade negativa, já que isto aumenta o risco da doença para um local.

Gastos municipais e uma nova tecnologia de controle

O controle dos gastos públicos pode se tornar mais sofisticado. A seguir um exemplo de um robô (nada mais que um software) que pretende analisar as contas dos principais municípios brasileiros:

Agora, dois anos e milhares de notas fiscais de parlamentares denunciadas depois, a robô ganhou um upgrade: analisará contas que não passaram por licitações e foram publicadas nos Diários Oficiais dos municípios. O objetivo, dizem seus criadores, é vasculhar os cem maiores municípios do país, o que representaria 40% da população.


A questão da captação dos dados talvez seja a parte mais complicada da proposta, já que não existe uma padronização na divulgação dos dados.

(...) os Diários Oficiais dos municípios não são padronizados e, para piorar, saem no formato PDF, que não ajuda na hora da coleta.


Ou seja, é necessário garantir que toda despesa seja evidenciada no Diário Oficial.

Rir é o melhor remédio





Catzilla e Cenas Urbanas: mais aqui

23 abril 2018

Kroton avança

A Kroton anunciou a aquisição da Somos Educação em uma negócio que pode chegar a 6,2 bilhões de reais. Para fazer a aquisição, a Kroton deve obter recursos, já que o caixa disponível não é suficiente para a operação. A empresa também anunciou que está prestes a concluir outra aquisição. A principal executivo da empresa anunciou sinergia de 300 milhões de reais.De forma contraditória, o executivo da Kroton afirmou:

É baixíssima a sobreposição entre o que a Somos e a Saber fazem, mas não podemos dar um prognóstico do que o Cade vai decidir

Minha opinião: acho difícil do Cade decidir e se fizer será somente em 2019. Faltam seis meses para as eleições e o assunto é delicado. Observe a contradição do executivo, que afirma existir sinergia, mas que não sobreposição. Além disto, o assunto só foi divulgado depois que o jornal Valor Econômico informou as negociações. Outro fator que prejudica a decisão do Cade é o fato do setor de educação ser muito sensível politicamente. O senhor Mares da Guia participou do governo federal de 2003 a 2011 e ainda é aliado do ex-presidente.

Sobre gênero

Três fatos interessantes que recentemente li sobre a questão do gênero.

Aqui uma discussão sobre o fato de que em um seminário os homens fazem 2,5 vezes mais perguntas que as mulheres, mesmo quando a plateia é igualmente dividida entre os gêneros. Um dos motivos é que as mulheres relatam fazer menos perguntas que o homem.

Outra pesquisa, um pouco mais antiga,  revela que os furacões com femininos (Katrina, por exemplo) são mais perigosos do que aqueles com nomes masculinos: 50 mortes por tempestade para o primeiro caso, versus 23 para o segundo. Segundo os autores, há um menor risco percebido. 

 Finalmente, uma pesquisa com os dados da Uber mostrou que os homens ganham mais que as mulheres (via aqui e aqui). Os autores mostraram que uma das razões é o fato dos homens dirigirem em uma velocidade média superior. Como o pagamento é feito por quilômetros rodados, esta pequena diferença na velocidade é suficiente para aumentar a receita por hora, com consequência na aprendizagem e escolha sobre onde dirigir.