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20 abril 2018

Uma boa e uma ruim

Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho mostram duas notícias, uma boa e uma ruim, sobre o emprego no setor contábil.

Notícia boa - Assim como foi observado na economia, o número de admitidos superou aqueles que foram demitidos. Na economia, 56 mil novas vagas foram criadas. No setor contábil, foram demitidos 11.634 empregados, mas as contratações foram de 13.458. O saldo, de 1.824, indica que março de 2018 foi o quarto melhor mês desde janeiro de 2014. Como em janeiro o resultado foi bastante positivo, o melhor desempenho mensal, temos então dois meses com forte desempenho positivo e um mês ruim (fevereiro) em 2018.

O resultado é mais interessante quando consideramos que geralmente em março o número de demissões geralmente é superior ao de admissões.

O desempenho anunciado hoje faz com que a redução de vagas de emprego no mercado formal reverta o valor acumulado de quase 43 mil vagas de dezembro de 2017 para 38.803 vagas.

Notícia ruim - A notícia ruim é que apesar da criação de empregos ter sido substancial, o fato ocorreu de maneira localizada: entre as vagas para trabalhadores com menor qualificação. Em março, o saldo entre admitidos e demitidos para a ocupação de “contadores e auditores” foi de -747. Esta ocupação geralmente exige do trabalhador o curso superior. Já o saldo para “escriturários”, onde a exigência de maior qualificação não é importante, foi de +2626. Outro dado que comprova este aspecto é que a contratação para trabalhadores com ensino médio completo foi de +1473, enquanto que aqueles com curso superior tiveram uma redução no número de vagas (-69).

Talvez em consequência disto, a diferença salarial entre demitidos e admitidos foi a maior desde janeiro de 2014: enquanto em média os admitidos recebiam R$1960,98, os demitidos tinham um salário de R$2602,17 ou 32,7% a mais que os admitidos.

Nota: Por motivo de viagem, não tive condições de apresentar uma análise mais detalhada de outros parâmetros, bem como os gráficos para o leitor.

Um erro de 28 bilhões de euros

Um erro de 28 bilhões de euros foi cometido por um banco alemão:

Deutsche Bank, o maior da Alemanha, realizou por erro, em uma operação financeira de rotina, uma transferência de 28 bilhões de euros (o equivalente a R$ 117 bilhões), uma quantidade que supera o valor total atual da entidade na Bolsa de Valores, confirmou nesta sexta-feira (29) à Agência Efe um porta-voz do banco.

(...) O dinheiro foi para uma conta do próprio banco na câmara de compensação alemã Eurex, o principal mercado de derivados da Europa, à qual devia ter sido transferida uma quantidade muito menor, que a entidade não detalha.


Apesar de não ter ocorrido nenhum prejuízo, já que a falha foi corrigida rapidamente, é interessante notar que não existe nenhuma trava no sistema para bloquear uma transferência como esta.

Academia Sueca confirma o escândalo

A centenária Academia Sueca, responsável pela escolha do Prêmio Nobel de Literatura, reconheceu os problemas que podem levar até a não concessão do prêmio este ano (vide aqui).

Depois de uma auditoria na instituição, a Academia confirmou as acusações relacionadas com Jean-Claude Arnault, que foi acusado de assédio sexual (18 mulheres) e divulgação do ganhador do prêmio (pelo menos 7 ganhadores). Arnault é marido de uma acadêmica, que participa do processo de escolha do Nobel.

La nota de la Academia asegura que el informe también ha hallado tambíen conflictos de interés en torno a Fórum, el conocidísimo centro cultural propiedad de Arnault, que recibía financiación de la poderosa institución y que los miembros solían frecuentar tanto que lo denominaban "el club". La auditoría ha detectado que la académica Frostenson es socia de la compañía que recibía esas contribuciones económicas; algo que la Academia ha asegurado que desconocía.


Um dos problemas está relacionado com problemas de governança corporativa da instituição.

Prêmio do mercado

O risco do mercado para o Brasil deverá diminuir em 2018, segundo uma pesquisa conduzida por professores da Universidade de Navarra, na Espanha. Além do Brasil, a pesquisa também abrange outros 58 países. Com 100 respostas obtidas para nosso país, os resultado médio foi de 8,4%, contemplando o prêmio do risco do mercado. Já o retorno do mercado estimado foi de 15,7%, enquanto a previsão do retorno do título sem risco seria de 7,3%.


Lembrando que o prêmio é resultado da subtração do retorno do mercado e o retorno esperado do título sem risco. Apesar do número elevado - o Brasil é o 13o. país com maior prêmio - o valor é menor que de 2017 (9%), mas maior que 2016 (7,5%). O país ganha do Irã, Venezuela, Grécia, Argentina, Paquistão, Egito, Equador, Tailândia, Indonésia, Rússia, Colômbia e México, o que, convenhamos não é um grande mérito. O menor prêmio é de Taiwan, de 4,9% versus 8,4%.


O número é um importante parâmetro para os tomadores de decisão. Pode servir de retorno mínimo esperado para os investidores de uma empresa, por exemplo.

Rir é o melhor remédio