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18 abril 2018

Resenha: Mindset - A Nova Psicologia Do Sucesso

“A opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pelo qual leva a sua vida.”

O livro “Mindset – A Nova Psicologia do Sucesso”, escrito pela Carol S. Dweck, fala sobre dois diferentes tipos de mindset: o fixo e o de crescimento. De uma forma muito simplificada: o primeiro se relaciona a crença de que as qualidades humanas são “esculpidas em pedra”. Assim, ou você é inteligente, ou não é. Aqui não foram considerados o esforço, o erro e a perseverança.

Já o mindset de crescimento diz que as qualidades humanas, tais como a habilidade intelectual, podem ser cultivadas. Embora sejamos diferentes em diversos aspectos, cada um de nós é capaz de se desenvolver por meio do esforço e da experiência.
Fonte: Aqui

Uma amiga me indicou esta obra, que me engrandeceu. A ideia é muito simples e até meio óbvia: as pessoas não começam a vida com as suas habilidades. O problema é que muitos acreditam que não podem mudar, ou melhorar após certo nível.

O livro é interessante e descreve pesquisas acadêmicas de forma acessível. Mas como vários livros dessa linha, em certo ponto fica meio repetitivo. Eu recomendo que do capítulo 4 ao 7, você escolha o que te interessar, como esportes ou negócios, por exemplo.

Outro ponto negativo e que observo muito nesse tipo de livro é que para que a pesquisa acadêmica fique, de certa forma, interessante o suficiente para se tornar um best-seller, há certo exagero para destacar as conclusões e há muita simplificação para mostrar o ponto que desejam. Até por isso fica novamente a dica de escolher alguns capítulos ao invés de desistir de vez da obra.

Vale a pena? Sim, especialmente para pais e educadores. É bom ensinar e até se lembrar constantemente que as nossas qualidades podem ser melhoradas e também que podemos adquirir algumas novas. Há muito poder em saber que as pessoas podem se transformar, se assim escolherem.
Mas uma dica é esperar as promoções da Amazon, caso você goste de e-book, porque de R$ 24, o livro geralmente vai para menos de R$10.

17 abril 2018

Exemplo de design inovador

No Quora alguém perguntou sobre um exemplo inovador e impressionante. Como em alguns casos, uma resposta realmente surpreendente: o pequeno buraco na tampa da caneta.

Uma possível razão seria a passagem de ar para regular a pressão da tinta. Outra razão seria ajudar a colocar a tampa (evitando criar uma força contrária). São boas razões mas não é a resposta. A resposta:

Quem nunca mordeu uma tampa da sua Bic?

A principal função do pequeno orifício na tampa da caneta é evitar mortes por sufocação no caso de alguém engolir a tampa da caneta por engano. Este pequeno buraco ajuda a evitar mais de 100 mortes por ano em todo o mundo.

Software de plágio é usado para verificar a inspiração de Shakeaspeare

Um software usado para detectar plágio ajudou a descobrir algumas similaridades entre textos de William Shakespeare e George North. North foi um diplomata que viveu entre 1561 a 1581. Um livro desconhecido até recentemente, “A Brief Discourse of Rebellion and Rebells” parece ter sido fonte de inspiração de algumas passagens escritas por Shakespeare. Um livro recentemente lançado, de Dennis McCarthy e June Schlueter, defende a conexão através de semelhanças entre os textos.

"Isso mostra que ainda existem fontes manuscritas que não foram publicadas e que Shakespeare pode ter usado, e mostra que não sabemos tudo sobre as origens do cânone de Shakespeare", diz McCarthy, um estudioso independente que vem pesquisando a conexão com o Norte desde 2006. “Sabemos muito, mas não sabemos tudo. Ainda há algumas surpresas. ”

Isto não quer dizer que Shakespeare seja um plagiador, mas que usou fontes para inspirar suas criações.

Empreendedor, mas não jovem

Many observers, and many investors, believe that young people are especially likely to produce the most successful new firms. We use administrative data at the U.S. Census Bureau to study the ages of founders of growth-oriented start-ups in the past decade. Our primary finding is that successful entrepreneurs are middle-aged, not young. The mean founder age for the 1 in 1,000 fastest growing new ventures is 45.0. The findings are broadly similar when considering high-technology sectors, entrepreneurial hubs, and successful firm exits. Prior experience in the specific industry predicts much greater rates of entrepreneurial success. These findings strongly reject common hypotheses that emphasize youth as a key trait of successful entrepreneurs.

A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, mas o acho é realmente interessante: o empreendedor é alguém na meia idade, não um jovem. Será que o mesmo se aplica ao Brasil?

P.S. "empreendedor de sucesso"

16 abril 2018

Regime de Caixa na Contabilidade dos Estados Unidos

Uma discussão interessante sobre a utilização do regime de caixa na contabilidade pública dos Estados Unidos pode ser encontrada aqui. Segundo Diekmeyer, a utilização do regime de caixa impede que o público perceba o valor das despesas ocorridas hoje, que não foram registradas em razão da não utilização da competência.

O texto mostra a dificuldade de fazer a estimativa de quanto isto significa, já que seu reconhecimento decorre de estimativas. Isto também afeta o reconhecimento do passivo, em especial o passivo não oneroso. Uma das estimativas do texto fala em um valor de 104 trilhões de dólares ou cinco vezes o número oficial.

Uma consequência é o efeito disto sobre a geração futura. Os padrões contábeis inadequados terminam por fraudar a poupança, subestimando o impacto dos gastos futuros com aposentadorias.

Embora práticas contábeis enganosas estejam impedindo o público de avaliar o quadro verdadeiro, os fatos parecem claros. Os governos federal, estaduais e municipais dos EUA estão silenciosamente consumindo a maior parte da produção do país.

Pesquisa acadêmica e a JBS

Um pedido de prazo feito pelo Ministério Público (MP) para analisar um estudo produzido por especialista sobre a acusação de insider trading envolvendo os irmãos Batista, da JBS, foi a razão para o adiamento da audiência na Justiça Federal em São Paulo, que estava marcada para anteontem. Na ocasião, um dos responsáveis pelo estudo seria ouvido. Mas o MP solicitou mais prazo para entender o documento, antes da oitiva do especialista. O estudo, elaborado pelos professores da FGV Euchério Rodrigues Lerner, que foi superintendente de derivativos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e Paulo Renato Soares Terra, analisou 700 eventos políticos ao longo de 10 anos e demonstrou que a taxa de câmbio reage a eles de forma imprevisível. Assim, a conclusão é de que mesmo se os executivos da JBS tivessem informação privilegiada, eles não poderiam prever que o vazamento faria o real perder ou ganhar valor em relação ao dólar.

O fato de um estudo, com 700 eventos, não ter encontrado uma relação entre o câmbio e um evento político, não significa que no caso específico da JBS não exista uma relação.

Regulador britânico e as empresas de auditoria

Depois de uma série de problemas contábeis envolvendo a auditoria de algumas empresas (Carillion é um exemplo), o regulador britânico FRC decidiu fazer um forte intervenção nas grandes empresas que atuam no mercado sob sua supervisão.

As empresas de auditoria PwC, KPMG, EY, Deloitte, Grant Thornton e BDO são responsáveis pela auditoria das maiores empresas do Reino Unido. E poderão ser objeto de intervenção do FRC. A entidade reguladora irá monitorar o trabalho das grandes empresas de auditoria visando restaurar a confiança do público no trabalho dos auditores:

The firms that approve the accounts of the UK's biggest companies will face greater scrutiny in future when they appoint their top people.

Mais ainda, segundo este sítio (e baseado no Financial Times), o FRC está decidido a quebrar o oligopólio das Big Four.