O BNDES divulgou o balanço do exercício encerrado em 31/12/2017. E na demonstração contábil tem uma informação agradável para o governo: o banco tem recurso suficiente para devolver o recurso que foi anteriormente emprestado pelo Tesouro. Anteriormente a instituição financeira alegada que não teria recursos suficientes para efetuar pagamentos de 130 bilhões de reais que a entidade deve, mas a contabilidade mostrou que isto parece não ser verdadeiro. Somando as aplicações interfinanceiras de liquidez (R$113 bilhões), com os títulos e valores mobiliários (R$48 bilhões) e a relações interfinanceiras (R$56 bilhões) tem-se um total 217 bilhões no consolidado. Há um ano este valor era de R$169 bilhões. E em 2017 a instituição fez um pagamento de R$50 bilhões.
Devolver o dinheiro também pode ser salutar para a economia. Nos últimos anos, o BNDES tem sido acusado de dois crimes graves. O primeiro, é fazer escolhas erradas na concessão dos empréstimos. Isto inclui investimentos nas “campeãs nacionais”, um mantra político do governo populista anterior, que colocou dinheiro em empresas como a JBS. A própria escolha destas campeãs era controversa e, hoje se sabe, sujeita a troca de favores políticos. O resultado é a baixa qualidade do lucro da entidade; com um ativo de 867 bilhões no seu consolidado, a entidade comemorou um resultado de 6,1 bilhões. Ou seja, menos de 1% de retorno. (É bem verdade que a comparação deveria ser entre o resultado operacional e o ativo, mas mesmo usando este dado, o retorno não é empolgante)
O segundo crime grave do BNDES é o fato de bangunçar o mercado de capitais, impedindo uma competição saudável. Uma empresa que contrata empréstimo em um banco privado terá uma grande desvantagem em relação a premiada empresa que conseguiu, muitas vezes através de contatos políticos, o acesso ao crédito barato do banco. Com tal distorção, como é possível comparar a qualidade de gestão entre empresas?
Leia mais: Balanço Mostra Folga de Caixa para pagar Tesouro. Alex Ribeiro, Valor Econômico, 15 de março de 2018, p. C3
19 março 2018
18 março 2018
UnB é ouro em contabilidade
Enviado pelo professor Cláudio, a quem agradecemos
“O saber não é estático e completo. Ele deve sempre estar em movimento e ser útil para todos.” Foi essa a frase que Álvaro Bragança Marques, 20 anos, ouviu de um professor de filosofia no ensino médio e nunca mais tirou da cabeça. Até hoje, o aluno do 7º semestre de ciências contábeis da Universidade de Brasília (UnB) se sente inspirado a nunca ficar satisfeito com o conhecimento que tem e a buscar mais por causa da citação. Foi com esse lema em mente que o jovem se tornou campeão da Olimpíada Brasileira de Contabilidade (OBC) no fim de 2017. Álvaro ganhou a medalha de ouro numa disputa com outros 500 estudantes brasileiros. “Foi bem gratificante saber que eu consegui o primeiro lugar”, comemora. “Essa conquista é um reconhecimento de quanto tenho estudado, demonstra meu engajamento ao longo do tempo. Até porque a competição engloba muitos estudantes, pessoas que estão à frente ou atrás de mim no curso”, comenta.
Com Álvaro, outros dois alunos da Universidade de Brasília subiram ao pódio da última OBC: Ricardo Monteiro Ferreira e Marcus Guilherme Cruz Ventura ficaram na segunda e na terceira colocações no concurso, respectivamente. Para Fátima Freire, professora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA/UnB), o sucesso dos primeiros colocados é fruto de esforço e de método de estudo adequado. “Os nossos alunos se preparam bastante para concursos. Então, é um diferencial em relação às outras universidades. Isso pesa”, afirma Fátima, idealizadora da OBC. A olimpíada foi criada em 2014 como projeto de extensão da instituição e foi abraçada por docentes de unidades de ensino de outras regiões do país até chegar ao formato atual, com a participação de 17 universidades, entre federais e particulares. “O objetivo era ter um instrumento de avaliação do ensino de contabilidade, corrigir possíveis falhas e descobrir talentos.” Na primeira edição da olimpíada, em 2015, a vencedora era da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em 2016, a UnB alcançou os dois primeiros lugares na disputa.
Perfil de campeão
Filho de uma técnica em contabilidade e de um engenheiro civil, Álvaro vem de uma família com gosto por números. “Nunca me falaram para escolher uma carreira específica, mas foram a base para que eu me tornasse um estudante e um profissional dedicado”, observa. Fátima Freire deu aula de contabilidade de custos para o jovem e revela características dele em sala de aula. “O Álvaro não era um aluno passivo: é muito dinâmico, participativo e competitivo. Não no sentido de querer se afirmar como melhor, mas de correr atrás de conferir como se saiu em cada atividade”, conta.
“Estava sempre tirando dúvidas, questionando.” Outro traço do estudante é o apreço pelo compartilhamento de informações. “Acabo ajudando colegas com mais dificuldade. Isso é importante e toma outra proporção com a OBC, já que, assim, ajudo a formar uma classe mais forte.”
Foi no ensino médio, enquanto aluno do Colégio Marista de Brasília, que o universitário desenvolveu esse senso de responsabilidade social, inspirado no projeto Estudos Solidários, de participação voluntária. Na atividade, alunos davam aula de reforço para outros alunos, cooperando entre si. Estudantes com melhor desempenho acompanhavam colegas com dificuldade de aprendizagem. “O professor é importante, claro, mas, numa atividade apenas entre colegas, não existe autoridade, o clima é de solidariedade”, explica. Quando foi convidado para participar do projeto, Álvaro não hesitou. Durante os três anos do ensino médio, carregava um caderninho em que registrava as matérias que tinha a responsabilidade de ensinar e o desenvolvimento de cada aluno. “Todos que eu acompanhei tiveram bom desempenho no fim do ano. Conseguimos fazer essa ajuda de movimentar o conhecimento”, relata, com orgulho.
Depois de terminar a faculdade, Álvaro pensa em fazer mestrado e entrar no mercado de trabalho. “A contabilidade é uma ciência social aplicada. Então, o principal usuário da informação é, direta ou indiretamente, a sociedade. Poder contribuir com a área, seja como empregado, seja como servidor público, é ajudar a sociedade”, opina. Ciente das portas que podem se abrir no ambiente acadêmico e no mercado de trabalho a partir da conquista na OBC, Álvaro acredita que a importância de participar de uma seleção do tipo vai além disso. “Se nós tivermos mais conhecimento e pudermos propagá-lo, melhoraremos as coisas. Quando o profissional conhece a fundo o conteúdo da profissão dele, ele pode contribuir mais com a sociedade”, acredita. O universitário vê a própria área de atuação com um setor em crescimento, mas que ainda pode melhorar. “A contabilidade vem se adequando a padrões internacionais, que são mais dinâmicos. Com base nisso, contadores precisam se atualizar para gerar informações mais úteis, condizentes e relevantes para a tomada de decisões econômicas”, diz.
Formato
A competição tem duas fases: a interna, aplicada em cada universidade, e a nacional, com os cinco melhores classificados na primeira etapa de cada instituição. Os participantes respondem a questões objetivas elaboradas por professores, seguindo metodologia similar à usada em provas do Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos), antigo Cespe. Os itens abordam os conteúdos obrigatórios do curso de contabilidade.
Acompanhe informações sobre a Olimpíada Brasileira de Contabilidade no site
Fonte: aqui
“O saber não é estático e completo. Ele deve sempre estar em movimento e ser útil para todos.” Foi essa a frase que Álvaro Bragança Marques, 20 anos, ouviu de um professor de filosofia no ensino médio e nunca mais tirou da cabeça. Até hoje, o aluno do 7º semestre de ciências contábeis da Universidade de Brasília (UnB) se sente inspirado a nunca ficar satisfeito com o conhecimento que tem e a buscar mais por causa da citação. Foi com esse lema em mente que o jovem se tornou campeão da Olimpíada Brasileira de Contabilidade (OBC) no fim de 2017. Álvaro ganhou a medalha de ouro numa disputa com outros 500 estudantes brasileiros. “Foi bem gratificante saber que eu consegui o primeiro lugar”, comemora. “Essa conquista é um reconhecimento de quanto tenho estudado, demonstra meu engajamento ao longo do tempo. Até porque a competição engloba muitos estudantes, pessoas que estão à frente ou atrás de mim no curso”, comenta.
Com Álvaro, outros dois alunos da Universidade de Brasília subiram ao pódio da última OBC: Ricardo Monteiro Ferreira e Marcus Guilherme Cruz Ventura ficaram na segunda e na terceira colocações no concurso, respectivamente. Para Fátima Freire, professora do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais (CCA/UnB), o sucesso dos primeiros colocados é fruto de esforço e de método de estudo adequado. “Os nossos alunos se preparam bastante para concursos. Então, é um diferencial em relação às outras universidades. Isso pesa”, afirma Fátima, idealizadora da OBC. A olimpíada foi criada em 2014 como projeto de extensão da instituição e foi abraçada por docentes de unidades de ensino de outras regiões do país até chegar ao formato atual, com a participação de 17 universidades, entre federais e particulares. “O objetivo era ter um instrumento de avaliação do ensino de contabilidade, corrigir possíveis falhas e descobrir talentos.” Na primeira edição da olimpíada, em 2015, a vencedora era da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em 2016, a UnB alcançou os dois primeiros lugares na disputa.
Perfil de campeão
Filho de uma técnica em contabilidade e de um engenheiro civil, Álvaro vem de uma família com gosto por números. “Nunca me falaram para escolher uma carreira específica, mas foram a base para que eu me tornasse um estudante e um profissional dedicado”, observa. Fátima Freire deu aula de contabilidade de custos para o jovem e revela características dele em sala de aula. “O Álvaro não era um aluno passivo: é muito dinâmico, participativo e competitivo. Não no sentido de querer se afirmar como melhor, mas de correr atrás de conferir como se saiu em cada atividade”, conta.
“Estava sempre tirando dúvidas, questionando.” Outro traço do estudante é o apreço pelo compartilhamento de informações. “Acabo ajudando colegas com mais dificuldade. Isso é importante e toma outra proporção com a OBC, já que, assim, ajudo a formar uma classe mais forte.”
Foi no ensino médio, enquanto aluno do Colégio Marista de Brasília, que o universitário desenvolveu esse senso de responsabilidade social, inspirado no projeto Estudos Solidários, de participação voluntária. Na atividade, alunos davam aula de reforço para outros alunos, cooperando entre si. Estudantes com melhor desempenho acompanhavam colegas com dificuldade de aprendizagem. “O professor é importante, claro, mas, numa atividade apenas entre colegas, não existe autoridade, o clima é de solidariedade”, explica. Quando foi convidado para participar do projeto, Álvaro não hesitou. Durante os três anos do ensino médio, carregava um caderninho em que registrava as matérias que tinha a responsabilidade de ensinar e o desenvolvimento de cada aluno. “Todos que eu acompanhei tiveram bom desempenho no fim do ano. Conseguimos fazer essa ajuda de movimentar o conhecimento”, relata, com orgulho.
Depois de terminar a faculdade, Álvaro pensa em fazer mestrado e entrar no mercado de trabalho. “A contabilidade é uma ciência social aplicada. Então, o principal usuário da informação é, direta ou indiretamente, a sociedade. Poder contribuir com a área, seja como empregado, seja como servidor público, é ajudar a sociedade”, opina. Ciente das portas que podem se abrir no ambiente acadêmico e no mercado de trabalho a partir da conquista na OBC, Álvaro acredita que a importância de participar de uma seleção do tipo vai além disso. “Se nós tivermos mais conhecimento e pudermos propagá-lo, melhoraremos as coisas. Quando o profissional conhece a fundo o conteúdo da profissão dele, ele pode contribuir mais com a sociedade”, acredita. O universitário vê a própria área de atuação com um setor em crescimento, mas que ainda pode melhorar. “A contabilidade vem se adequando a padrões internacionais, que são mais dinâmicos. Com base nisso, contadores precisam se atualizar para gerar informações mais úteis, condizentes e relevantes para a tomada de decisões econômicas”, diz.
Formato
A competição tem duas fases: a interna, aplicada em cada universidade, e a nacional, com os cinco melhores classificados na primeira etapa de cada instituição. Os participantes respondem a questões objetivas elaboradas por professores, seguindo metodologia similar à usada em provas do Cebraspe (Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos), antigo Cespe. Os itens abordam os conteúdos obrigatórios do curso de contabilidade.
Acompanhe informações sobre a Olimpíada Brasileira de Contabilidade no site
Fonte: aqui
Sorteio: Contabilidade Pública 3D
Esta semana sortearemos o livro Contabilidade Pública 3D do professor Giovanni Pacelli. Se você quiser ler uma resenha sobre o livro, clique: aqui.
Para participar é necessário colocar o seu nome e e-mail no formulário, disponível abaixo, ou: aqui. A participação estará aberta até as 23h do dia 21/03 e o ganhador será divulgado no dia 22/03.
Disclosure: O livro do sorteio foi disponibilizado pelo autor. Se você estiver interessado em adquirir uma edição, clique aqui.
O professor Giovanni também está disponível no Instagram e no YouTube. Segue lá!
É possível investir em ações, mesmo ganhando pouco dinheiro?
Será que mesmo quem não é rico consegue investir em ações e formar um bom patrimônio no longo prazo?
17 março 2018
Mariano Sigman e Dan Ariely: como os grupos tomam boas decisões?
Sabemos que quando tomamos decisões em grupo, nem sempre as coisas terminam bem. Às vezes terminam muito mal. Como grupos chegam a tomar boas decisões? Junto a Dan Ariely, seu colega, o neurocientista Mariano Sigman investiga em experimentos ao redor do mundo, ao vivo, como grupos devem interagir para tomar decisões. Nesta explicação descontraída e cheia de fatos, ele compartilha resultados interessantes -- e também alguns efeitos que podem impactar nosso sistema político. Atualmente, as pessoas estão mais polarizadas do que nunca, diz Sigman, e entender melhor como grupos interagem e decidem pode despertar novas maneiras de construir uma democracia mais saudável.
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