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02 março 2018

Uma boa notícia no emprego do setor contábil

 No ano passado, o único mês onde o número de funcionários contratados que trabalham com contabilidade foi superior ao número de demitidos foi em janeiro. Em janeiro de 2015 este número também foi positivo, assim como em 2014. Assim, o mês de janeiro tem um comportamento positivo no número de emprego formal no Brasil na área contábil. Em 2018 este comportamento se manteve: 10821 pessoas foram contratadas e 8755 foram demitidas, significando uma criação de 2.066 vagas formais de emprego. Para se ter uma ideia da boa notícia, desde janeiro de 2014 até 2018 o melhor número tinha sido em janeiro de 2015, com 1853 novas contratações.

Como janeiro é sempre um mês onde o desempenho é positivo, não é possível afirmar se temos aqui uma reversão de tendência. Nos últimos meses a economia tem mostrado uma reversão no mercado de trabalho, indicando que a recessão talvez tenha terminado; entretanto, isto não teve reflexo, pelo menos até dezembro de 2017, entre as pessoas que trabalham com contabilidade. O gráfico a seguir mostra isto de maneira clara.

Já em termos acumulados, os números indicam que desde janeiro de 2014 até os dias atuais o mercado contábil perdeu mais de 40 mil vagas. O gráfico a seguir faz uma comparação entre o desempenho na área contábil comparando com a economia. Para fins de comparação, dividimos os números da economia por 100, mas é nítido a diferença no comportamento das linhas nos últimos meses.

Salário - Como é normal, o salário dos funcionários demitidos é maior que os admitidos. A diferença salarial, que tinha chegado a 25% em dezembro, baixou para 22,7%, um número ainda elevado, bem acima do que ocorria em 2014, por exemplo, quando a diferença estava abaixo de 20%.

Tempo de Emprego - O tempo de emprego dos empregados demitidos também reduziu, para 36 meses. Este número ainda é expressivo, mas é o menor desde março do ano passado. A exemplo dos outros números, ainda é cedo para indicar uma tendência.

Idade média - A idade média dos admitidos ficou em 30,33 anos, enquanto os demitidos tinham uma idade média de 32,62 anos.

Quando a análise é feita em termos de gênero, formação e tipo de emprego, em todos os níveis ocorreu uma melhoria em janeiro. A única exceção foi a movimentação dos técnicos, próxima de zero, mas negativa. Além disto, como acompanhamos em parte, a movimentação de professores de contabilidade também foi negativa em janeiro, um comportamento tipicamente sazonal.

Medindo uma montanha

Um texto do Jstor começa com

Não é fácil medir uma montanha

Com 8.848 metros, o Monte Everest é um exemplo disso. Esta montanha é conhecida do "mundo civilizado" desde a metade do século XIX. Os altímetros não são precisos naquela época e não existia GPS. Naquele momento era necessário muito trabalho, muitas pessoas e um conhecimento de trigonometria. O texto comenta como isto foi feito, através de um método chamado de triangulação. Mas existem outras complexidades. As montanhas não são estáveis e podem sofrer com abalos sísmicos, por exemplo.

Se a altura de uma montanha é difícil de ser medida, imagine o valor de um ativo...

Censura

Recentemente o líder chinês obteve uma vitória pessoal: a possibilidade de exercer uma grande quantidade de mandatos. Com isso, Xi pode exercer mandatos infinitos. Alguns não gostaram e o governo começou a exercer uma censura contra aqueles que discordavam da decisão tomada.O engraçado, para quem está somente assistindo, é a extensão desta censura: abrange o Ursinho Pooh e a letra N, conforme vinculado no Estadão:


A limpeza incluiu a proibição de imagens do Ursinho Pooh – às vezes, Xi é comparado ao desenho – e a busca por termos suspeitos, como “meu imperador”, “longa vida” e “insensível”.

Por um momento, até a letra ocidental “N” foi censurada, segundo Victor Mair, professor da Universidade da Pensilvânia, para impedir que cientistas sociais manifestassem matematicamente sua dissidência com a fórmula N >2, na qual “N” significa o número de mandatos de Xi.

Atualizando as notícias

A Weinstein Co, que estava ameaçada de falência, pode ser salva por um acordo de aquisição.

O acordo foi alcançado após intensas negociações, nas quais participou a procuradoria-geral do estado de Nova Iorque, que no passado dia 11 de fevereiro apresentou uma queixa de direitos civis contra a empresa e os seus fundadores, os irmãos Harvey e Robert Weinstein.

Harvey Weinstein foi afastado da empresa em outubro do ano passado no seguimento de várias denúncias públicas de assédio e abuso sexual por dezenas de mulheres no meio cinematográfico.


O péssimo negócio feito pela Rio Tinto em uma mina de Moçambique pode gerar problemas legais na Austrália. Dois ex-executivos também estão sendo processados pelos efeitos contábeis nas demonstrações de 2011.

E o RBS? Depois de dez anos, sofrendo acusações de falsificar assinatura de clientes, entre outros pecados, o banco do Reino Unido reduziu os custos judiciais e apresentou lucro.

Resenha: Amor em tempos modernos

Dois livros com temáticas parecidas, o amor. “A Matemática do Amor” é uma adaptação da palestra TED de Hannah Fry, uma matemática londrina. Em 9 curtos capítulos e quase 140 páginas, o livrinho discute a beleza, a maximização de noitadas, os encontros virtuais, a matemática do sexo, qual o momento de parar (de namorar), como otimizar o casamento e a felicidade. Discutindo esses assuntos, Fry usa teoria dos jogos, a razão áurea na beleza (ela não acredita nisso), o algoritmo de Gale-Shapley, o problema da secretaria, entre outros conceitos. Na discussão quando uma pessoa deve parar e “sossegar o facho”, Fry usa o problema da secretaria para divulgar os famosos 38%. (Para quem não sabe, o melhor critério de escolha de uma secretaria é fazer entrevistas as primeiras candidatas até atingir os 38% das candidatas; a partir daí, a melhor candidata, quando comparada com as anteriores, deve ser escolhida e as entrevistas de emprego se encerram. Existem justificativas para este percentual).

O segundo livro é "Everything I Ever Needed to know about economics I Learned from Online
Dating", de Paul Oyer. Também é um livro curto, com 10 capítulos, onde cada capítulo aborda um assunto sob a ótica dos sites de namoro. Oyer é um economista em busca do seu par e explica alguns conceitos de economia a partir daí. Isto inclui teoria da pesquisa, "conversa fiada", externalidades, sinalização, discriminação, mercados e seleção adversa. A questão da externalidade é discutida sob a forma do efeito Facebook. Aqui Oyer lembra que o Facebook parece com o fato das casas de antigamente terem o telefone (ou fax): eu tenho o telefone para falar com meu amigo e só por isso vale a pena ter um telefone; e quanto mais pessoas possuírem telefone, mais interessante é ter o aparelho. O mesmo acontece com o Facebook: tenho perfil no Facebook para ter notícias dos amigos e dos conhecidos. Mas Oyer mostra que esta lógica é um pouco diferente para os sites de namoro: vou procurar os sites para encontrar novas pessoas.

Vale a pena? - Das duas obras, gostei mais da obra de Fry, talvez por ser mais abrangente. O livro dela também pode ser indicado para aqueles que acham que a matemática não tem nenhuma relação com a realidade. Mas em ambos encontrei exemplos interessantes que estarei usando na minha disciplina na próxima semana. 

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

01 março 2018

Moda e Plágio

Uma forma de defender uma ideia é através do direito autoral. O objetivo do direito autoral é incentivar a criatividade em certas indústrias, como é o caso da literatura ou da patente de um remédio. Muitas vezes esta questão de desvirtuada, como é o caso da Disney.

Uma das áreas onde não existe esta proteção é o setor de moda. E apesar de não existir uma "proteção autoral", o setor de moda continua sendo muito criativo. E por este motivo tem sido um contraponto na discussão da necessidade de existência de patente para que as pessoas sejam criativas. Eis um caso interessante, na área de moda, relatada pelo Animal Politco:

En 2015, la cantante Susana Harp denunció a través de sus redes sociales que en una tienda de San Diego se vendía una blusa típica de Santa María Tlahuitoltepec, Oaxaca, bajo la marca francesa Isabel Marant. La noticia se esparció y acusaron a la marca de plagio. La presión fue tal que la diseñadora francesa reconoció que efectivamente el diseño provenía de una comunidad mexicana y no pretendía adueñarse de él.

Aunque ese caso quizá fue uno de los más conocidos, no es el único. Ocho marcas de ropa, incluso internacionales, plagiaron diseños de comunidades indígenas de Oaxaca, Chiapas e Hidalgo, entre 2012 y 2017, de acuerdo con un análisis realizado por la organización Impacto.