Em Uber’s Credit Card Is Bankrupting Restaurants… and It’s All Your Fault, Nick Abouzeid comenta a ofensiva da empresa Uber no ramo de carão de crédito. Aparentemente parece estranho uma empresa como a Uber concorrer em um mercado com diversos participantes. Além disto, as ofertas do cartão do Uber são “desconcertantes”.
a verdadeira intenção do Uber: combinar os dados de gastos com restaurante e o histórico de localização para ter o primeiro império de restaurantes do mundo com base em dados.
O objetivo, segundo Abouzeid, seria saber que restaurante você usa, quais os pratos que gosta, quanto gasta, entre outras informações. A empresa já sabe como você viaja na sua cidade mais do que a prefeitura. E agora vai saber seus padrões de consumo.
A insistência de Uber em superar a taxa de mercado para esses dados de gastos (pagando mais do que todos os outros cartões) empresta credibilidade ao argumento de que Uber realmente deseja os dados do seu cartão de crédito.
Eles realmente já tentaram adquirir este conjunto de dados exclusivo ... duas vezes . No final de 2016, Uber começou a pedir permissão para rastrear sua localização, mesmo quando você não está usando o aplicativo. No entanto, esta iniciativa polêmica acabou em agosto , talvez em antecipação ao anúncio do cartão de crédito Uber.
Além disso, Uber apenas reintroduziu " Ofertas locais " , uma maneira para os usuários obter passeios gratuitos, ligando seu cartão Visa para sua conta Uber. Este novo programa paga transparentemente os consumidores pelos dados da transação: não é por acaso que isso foi trazido apenas dois meses antes do cartão de crédito da Uber.
A empresa negou as intenções. A empresa tem um serviço, Uber Eats, de entregas e seu histórico de polêmicas é extenso. Mas a estratégia da empresa não é nova e é usada pelas administradores de cartão, varejistas, etc.
07 fevereiro 2018
Narcisismo de estudantes
Um artigo publicado recentemente na RCO analisa a relação entre narcisismo de estudantes e seu desempenho. Um assunto muito importante:
O objetivo dessa pesquisa foi identificar se traços não patológicos de personalidade narcisista em estudantes de graduação de um curso de Ciências Contábeis estariam relacionados com o desempenho desses alunos. Estudantes que superestimam seu desempenho, uma característica de indivíduos narcisistas, vivem uma expectativa não realista que irão ter melhor desempenho que outros em diferentes atividades. Esse comportamento pode ser prejudicial no longo prazo, além de resultar em um constante esforço para que esta expectativa se torne realidade. Os dados foram coletados de uma amostra de 106 alunos de graduação em contabilidade que responderam um questionário contendo questões sobre traços de personalidade narcisista. Os resultados sugerem que quanto maior a presença desses traços narcisitas maiores as chances do desempenho atribuído pelo próprio estudante ser maior. Ao mesmo tempo, o nascisismo não influencia o desempenho real do aluno, o que sugere que esses traços de personalidade incluenciam apenas as expectativas, mas não o processo de aprendizado.
O Texto, uma co-autoria de Gerlando Lima, Bruna Camargos Avelino e Jacqueline Veneroso Alves da Cunha (Universidade de Illinois e UFMG) traz as implicação práticas:
A personalidade narcisista pode superestimar o desempenho acadêmico percebido, e está presente em diferentes níveis na graduação em contabilidade. Conhecer esses traços daria aos estudantes a capacidade de gerenciar suas próprias expectativas de desempenho acadêmico. Futuramente os mesmos traços podem levar a falsas expectativas profissionais, e por vezes violar limites éticos.
O objetivo dessa pesquisa foi identificar se traços não patológicos de personalidade narcisista em estudantes de graduação de um curso de Ciências Contábeis estariam relacionados com o desempenho desses alunos. Estudantes que superestimam seu desempenho, uma característica de indivíduos narcisistas, vivem uma expectativa não realista que irão ter melhor desempenho que outros em diferentes atividades. Esse comportamento pode ser prejudicial no longo prazo, além de resultar em um constante esforço para que esta expectativa se torne realidade. Os dados foram coletados de uma amostra de 106 alunos de graduação em contabilidade que responderam um questionário contendo questões sobre traços de personalidade narcisista. Os resultados sugerem que quanto maior a presença desses traços narcisitas maiores as chances do desempenho atribuído pelo próprio estudante ser maior. Ao mesmo tempo, o nascisismo não influencia o desempenho real do aluno, o que sugere que esses traços de personalidade incluenciam apenas as expectativas, mas não o processo de aprendizado.
O Texto, uma co-autoria de Gerlando Lima, Bruna Camargos Avelino e Jacqueline Veneroso Alves da Cunha (Universidade de Illinois e UFMG) traz as implicação práticas:
A personalidade narcisista pode superestimar o desempenho acadêmico percebido, e está presente em diferentes níveis na graduação em contabilidade. Conhecer esses traços daria aos estudantes a capacidade de gerenciar suas próprias expectativas de desempenho acadêmico. Futuramente os mesmos traços podem levar a falsas expectativas profissionais, e por vezes violar limites éticos.
Destaque do Itau
Na semana que divulgou suas demonstrações contábeis, o Itau (e não mais Itaú Unibanco) fez a seguinte propaganda em alguns jornais brasileiros:
A base da notícia não foi o lucro da instituição, que seria a melhor medida de desempenho de uma entidade, mas a distribuição dos resultados, o foco do gráfico central. No gráfico, a entidade revela o destino do resultado, tendo por base a DVA. Isto é interessante por três motivos.
O primeiro é que a rigor uma instituição financeira não agrega valor para a economia. Este tipo de entidade tem uma importante função de canalizar os recursos para o setor produtivo.
O segundo aspecto é que a DVA não está entre as demonstrações contábeis obrigatórias exigidas pelo Iasb. Eis o que disse o auditor do Itau no exercício anterior:
As demonstrações consolidadas do valor adicionado (DVA) referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2016, elaboradas sob a responsabilidade da administração do Consolidado, e apresentadas como informação suplementar para fins de IFRS, foram submetidas a procedimentos de auditoria executados em conjunto com a auditoria das demonstrações contábeis do Consolidado
O terceiro motivo é um juízo de valor e diz respeito ao fato de que nós, brasileiros, não aceitamos que as entidades tenham lucro. O lucro não é visto como resultado da competência e do esforço do empresário. Como eu disse, é um juízo de valor. Assim, em lugar de destacar o brilhante resultado de 2017, com um lucro de 24 bilhões de reais, o Itau prefere enfatizar o que ele adicionou para economia.
A base da notícia não foi o lucro da instituição, que seria a melhor medida de desempenho de uma entidade, mas a distribuição dos resultados, o foco do gráfico central. No gráfico, a entidade revela o destino do resultado, tendo por base a DVA. Isto é interessante por três motivos.
O primeiro é que a rigor uma instituição financeira não agrega valor para a economia. Este tipo de entidade tem uma importante função de canalizar os recursos para o setor produtivo.
O segundo aspecto é que a DVA não está entre as demonstrações contábeis obrigatórias exigidas pelo Iasb. Eis o que disse o auditor do Itau no exercício anterior:
As demonstrações consolidadas do valor adicionado (DVA) referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2016, elaboradas sob a responsabilidade da administração do Consolidado, e apresentadas como informação suplementar para fins de IFRS, foram submetidas a procedimentos de auditoria executados em conjunto com a auditoria das demonstrações contábeis do Consolidado
O terceiro motivo é um juízo de valor e diz respeito ao fato de que nós, brasileiros, não aceitamos que as entidades tenham lucro. O lucro não é visto como resultado da competência e do esforço do empresário. Como eu disse, é um juízo de valor. Assim, em lugar de destacar o brilhante resultado de 2017, com um lucro de 24 bilhões de reais, o Itau prefere enfatizar o que ele adicionou para economia.
06 fevereiro 2018
Falência da GE?
Recentemente a empresa GE anunciou um prejuízo trimestral e informou que estava sendo investigada pela SEC por problemas contábeis. Mais do que um escândalo contábil, o desempenho nos últimos anos da empresa pode induzir a provável falência da empresa. Isto é surpreendente para uma multinacional que figura entre as maiores empresas dos Estados Unidos há anos, com receitas de 124 bilhões de dólares, ativos de 365 bilhões e um patrimônio líquido de 76 bilhões. São quase 300 mil empregados e atuação em diversos setores.
Este blog fez uma análise da empresa da seguinte forma: se retirar o goodwill do ativo, o PL da empresa ficaria em 40 bilhões, negativo. O gráfico do preço das ações da empresa mostra, a partir de 2008, um crescimento até 2016, quando o preço começa a cair. Mas o preço da ação não garante que a empresa pode falir.
Usando este sítio obtive o Altman Z-Score. Este índice mede a chance de falência da empresa a partir de indicadores calculados por Altman. É uma medida controversa, mas muito usada na prática. O Z-Score da GE é de 1,41, estando na “distress zones”. Ou seja, há um risco efetivo de falência da empresa. Entre as empresas concorrentes, a GE é aquela que possui menor Z-Score, ou seja, com mais chances de falência.
Este blog fez uma análise da empresa da seguinte forma: se retirar o goodwill do ativo, o PL da empresa ficaria em 40 bilhões, negativo. O gráfico do preço das ações da empresa mostra, a partir de 2008, um crescimento até 2016, quando o preço começa a cair. Mas o preço da ação não garante que a empresa pode falir.
Usando este sítio obtive o Altman Z-Score. Este índice mede a chance de falência da empresa a partir de indicadores calculados por Altman. É uma medida controversa, mas muito usada na prática. O Z-Score da GE é de 1,41, estando na “distress zones”. Ou seja, há um risco efetivo de falência da empresa. Entre as empresas concorrentes, a GE é aquela que possui menor Z-Score, ou seja, com mais chances de falência.
Processo pela Auditoria da Steinhoff
Em dezembro postamos aqui sobre a empresa Steinhoff e seus problemas financeiros e contábeis. O caso chamou a atenção do regulador do mercado de capitais da África do Sul, sede da empresa. E agora entram em campo os advogados. Segundo notícia do Accountancy Age, a empresa de advocacia da holanda Barents Krans começou um processo contra a empresa. Mas como tem sido comum nos últimos tempos (e a exemplo do que ocorreu com a Petrobras), o caso também sobra para o auditor, no caso da Deloitte.
Segundo os advogados, a auditoria não informou as irregularidades contábeis que impediram a empresa de varejo de publicar suas demonstrações contábeis de 2016 e 2017. Além disto, o The Independent Regulatory Board for Auditors também está investigando o trabalho da Deloitte.
Apesar do processo ter começado na Holando, os acionistas de qualquer lugar do mundo podem participar. O advogado da BarentsKrans cita, como argumento, a queda nos preços das ações da empresa, de mais de 80% desde dezembro (gráfico acima). Isto demostraria que os problemas da empresa não eram de conhecimento do mercado. Além do processo, a Deloitte sofre com a desconfiança da própria Steinhoff, que contratou a PwC para revisar sua contabilidade.
Segundo os advogados, a auditoria não informou as irregularidades contábeis que impediram a empresa de varejo de publicar suas demonstrações contábeis de 2016 e 2017. Além disto, o The Independent Regulatory Board for Auditors também está investigando o trabalho da Deloitte.
Apesar do processo ter começado na Holando, os acionistas de qualquer lugar do mundo podem participar. O advogado da BarentsKrans cita, como argumento, a queda nos preços das ações da empresa, de mais de 80% desde dezembro (gráfico acima). Isto demostraria que os problemas da empresa não eram de conhecimento do mercado. Além do processo, a Deloitte sofre com a desconfiança da própria Steinhoff, que contratou a PwC para revisar sua contabilidade.
Interesse de quem?
Como parte do acordo feito pela Petrobras nos Estados Unidos para encerrar a ação coletiva os acionistas, a empresa de auditoria PwC irá pagar 50 milhões de dólares. A PwC é o auditor da empresa. Os acionistas compraram ações da empresa entre 2010 e 2015.
Uma das frases, registrada neste site, é a seguinte:
"O acordo garante a prestação de contas para aqueles cujo dever é proteger os interesses dos acionistas, e não dos seus clientes corporativos" Jeremy Lieberman)
Uma das frases, registrada neste site, é a seguinte:
"O acordo garante a prestação de contas para aqueles cujo dever é proteger os interesses dos acionistas, e não dos seus clientes corporativos" Jeremy Lieberman)
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