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15 janeiro 2018

Poder da variação

No livro Adapte-se, Tim Harford chama a atenção para a importância da variação. O capítulo chama-se Criando Novas Ideias que Importam ou: Variação. Para Harford, um dos princípios básicos para obter novas tecnologias é promover tantos experimentos separados quantos forem possíveis, mesmo que sejam contraditórios ou aparentemente irão falhar (p. 133 da edição brasileira).

Harford afirma que o problema da pesquisa financiada pelo governo é os burocratas gostam de um grande plano e as exceções são consideradas com desconfiança. Ele cita a descoberta de uma medição adequada da longitude, por parte do Royal Observatory, as pesquisas financiadas pelo Howard Hughes Medical Institute (versus o burocrático US National Institutes of Health), entre outros exemplos.

A lição é que o pluralismo estimula pluralismo. Se você quiser estimular muitas inovações, combine muitas estratégias.

Para a contabilidade, a busca pela convergência não seria o oposto do que é defendido por Harford? O país que criar uma maneira diferente de apresentar as informações estaria sendo incentivo pelo atual sistema? 

14 janeiro 2018

Contabilidade no Afeganistão

Um texto do The Economist mostra a profissão contábil no Afeganistão (aqui com restrições aos não assinantes). Em um país destruído pela guerra, o texto mostra o excessivo rigor com que os legisladores estão conduzindo as normas de atuação do profissional no país.

Segundo o texto, em 2009 a capital de 4 milhões de pessoas tinha 20 contadores certificados. E não havia supervisão profissional. Mas a contabilidade não seria condição essencial para o desenvolvimento do capitalismo?

Banco Mundial e o ranking da competitividade

O Banco Mundial assumiu ter alterado intencionalmente a metodologia de um de seus relatórios econômicos mais importantes por vários anos. O economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, disse ao The Wall Street Journal na sexta-feira que irá corrigir e recalcular os rankings nacionais de competitividade nos negócios divulgados no relatório "Doing Business" de pelo menos os últimos quatro anos. (Fonte: aqui)

As notícias informam que o principal país afetado foi o Chile (veja aqui também). Por coincidência, o antigo responsável pelo cálculo era um economista chileno. Durante o governo da socialista Bachelet o ranking caiu; no governo de Pinera, agora recentemente eleito presidente, o ranking era bastante positivo.

Mas o Chile não foi o único país prejudicado. O destaque para este país está relacionado com a posição do antigo responsável técnico pelo cálculo. Parece algo de pouca importância, mas dois pontos relevantes: (1) a notícia do ranking foi usada politicamente no Chile durante a eleição presidencial, como um argumento contrário ao governo de Bachelet; e (2) o nível de investimento estrangeiro alcançou o pior patamar no Chile nos últimos anos. Assim, pode ser que o ranking tenha alguma influência política e econômica.

12 janeiro 2018

Termo de compromisso da GOL

A CVM decidiu que não cabe termo de compromisso de uma empresa de capital aberto quando ocorreram pagamentos indevidos por parte da empresa. O caso diz respeito a companhia aérea GOL que efetuou pagamento para “agentes públicos”.

A empresa já tinha celebrado um acordo de leniência com o Ministério Público no final de 2016. A acusação era de que a Gol pagou propinas no valor de 4,5 milhões de reais, entre 2012 e 2015, segundo apurado na Operação Lava Jato, através de uma empresa de publicidade. A GOL apresentou um termo de compromisso no valor de um milhão de reais para encerrar processos futuros relacionados com o tema. A CVM entende, no entanto, que existem questões relacionadas com o Comitê de Auditoria da empresa que devem ser apurados, o que tornaria o termo “inconveniente e inoportuno” diante do “estágio atual (muito incipiente) em que se encontram as investigações”.

Além disso, também foram levadas em conta: a natureza e a gravidade das questões contidas no processo (situadas no contexto da Operação Lava-Jato); envolver pessoa politicamente exposta [Eduardo Cunha]; já existir acordo de leniência firmado pela Companhia com o MPF, no qual a Gol se comprometeu a pagar R$ 12.000.000,00.

Lembra da Satyam? Agora o auditor foi punido

Há alguns anos, a Índia descobriu uma fraude contábil gigantesca na empresa Satyam. Foi em 2009 e a fraude envolvia a manipulação da receita da empresa, em valores de 1,7 bilhão de dólar.

Agora o regulador do mercado mobiliário do país asiático puniu o auditor por não ter sido capaz de descobrir a fraude contábil. A punição inclui a suspensão de trabalhar com empresas listadas na bolsa da Índia por um período de dois anos e uma multa de 2 milhões de dólares, por ter obtido “ganhos ilícitos” com a atividade de auditoria na Satyam Computer Services.

A empresa de auditoria, uma filial da bigfour PwC, não verificou a veracidade dos extratos bancários mensais, confiou nas informações dadas pela empresa e ignorou os saldos recebidos dos bancos. A auditoria se defendeu dizendo que a fraude foi sofisticada e que isto impediu que o auditor tivesse suspeita do que estava ocorrendo.

Com respeito a punição, a PwC possui hoje 75 empresas onde exerce o papel de auditor. Em 2015 os administradores foram punidos.

Rebaixamento

A agência de classificação de riscos Standard & Poor’s se antecipou e anunciou nesta quinta-feira, 11, um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, de BB para BB-. Com isso, o País fica três patamares abaixo do grau de investimento – uma espécie de selo de bom pagador, que indica que determinada região é segura para os investidores. Sem ele, os financiamentos externos para empresas brasileiras ficam mais caros.

Mais aqui

Ao contrário do texto, a previdência é somente um dos problemas. É certo que ocorreram alguns progressos - redução da inflação e dos juros reais são dois exemplos. Mas existem outros problemas estruturais, como as contas públicas. O rebaixamento já era esperado.

Importante

LEI No 13.615, DE 11 DE JANEIRO DE 2018

Declara o estadista José Bonifácio de Andrada e Silva Patrono da Independência do Brasil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O estadista José Bonifácio de Andrada e Silva é declarado Patrono da Independência do Brasil.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 11 de janeiro de 2018; 197o da Independência e 130o da República.

MICHEL TEMER
Sérgio Henrique Sá Leitão Filho
Gustavo do Vale Rocha