El País: Odebrecht, Andorra e a corrupção; Odebrecht e o suborno na Argentina; ... e um ex-ministro do Equador
Weinstein contratou espiões para encobrir seus crimes
Chega de banir os sacos plásticos na África. O problema é gestão.
09 novembro 2017
Efeito propriedade
A repórter tenta comprar os bilhetes de loteria das pessoas na rua. Oferece até o dobro do que elas pagaram. E elas não querem vender. É um interessante exemplo do efeito propriedade.
Valor da Dor
Um estudo (aqui e aqui) tentou mensurar o valor da dor. Usando mais de 64 mil observações, entre 2008 a 2014, os três pesquisadores, sendo dois da Islândia e um dos Estados Unidos, concluíram que o valor para evitar a dor estaria entre 56 a 145 dólares por dia.
Uma forma de chegar a este valor seria fazer a pergunta: quanto você pagaria para evitar a dor? Mas a pergunta é tão bizarra que os resultados seriam ruins. Em lugar disto, eles usaram o seguinte método: compararam uma classificação de “satisfação de vida”, mensurada de 1 a 5, com o relato de dor crônica e a renda. O valor da dor aumenta com a renda da pessoa e com o nível de dor. Parece óbvio, mas não é.
Uma forma de chegar a este valor seria fazer a pergunta: quanto você pagaria para evitar a dor? Mas a pergunta é tão bizarra que os resultados seriam ruins. Em lugar disto, eles usaram o seguinte método: compararam uma classificação de “satisfação de vida”, mensurada de 1 a 5, com o relato de dor crônica e a renda. O valor da dor aumenta com a renda da pessoa e com o nível de dor. Parece óbvio, mas não é.
IFRS 9 e a crise
As novas regras contábeis da IFRS 9 exigem que os bancos melhorem suas reservas e índices de cobertura antes do pico de empréstimos problemáticos, e os analistas da Moody's acreditam que as regras irão tornar os bancos melhor preparados para lidar com perdas de crédito durante uma recessão. (...)
Depois de analisar os impactos das novas regras contábeis sobre as métricas de capital e de solvência dos bancos, Rodriguez-Valez e equipe sublinharam que, em oposição ao modelo atual de perda incorrida, um dos objetivos da IFRS 9 é tornar os bancos mais robustos quando ocorrem recessões. Os analistas da Moody's simularam o impacto de uma recessão e recuperaram lentamente as métricas de solvência ao longo de um período de 10 anos. (...)
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Depois de analisar os impactos das novas regras contábeis sobre as métricas de capital e de solvência dos bancos, Rodriguez-Valez e equipe sublinharam que, em oposição ao modelo atual de perda incorrida, um dos objetivos da IFRS 9 é tornar os bancos mais robustos quando ocorrem recessões. Os analistas da Moody's simularam o impacto de uma recessão e recuperaram lentamente as métricas de solvência ao longo de um período de 10 anos. (...)
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Valor presente de Neymar
Quando foi anunciado a transferência do jogador Neymar para o PSG, por um valor de 222 milhões de euros, mais comissão do agente, Eran Yashiv escreveu texto interessante mostrando que isto poderia configurar uma bolha e uma falha do livre mercado.
Yashiv, da Tel Aviv University, partiu do seguinte raciocínio: o pagamento de 222 milhões deveria gerar um fluxo de caixa adicional para o novo clube, o PSG, necessário para cobrir os impostos e não gerar um valor presente líquido negativo. Para fazer seus cálculos ele considerou: um pagamento de 222 milhões de euros para o jogador, uma taxa de desconto de 1% ao ano e uma alíquota de 30% de impostos. Assim, para o clube, a equação é a seguinte:
-222 + FC /1,01 + FC / 1,0201 + FC / 1,0303 + FC / 1,0406 + FC / 1,051
O valor encontrado é após impostos e corresponde, aproximadamente, a 76 milhões de euros por ano. Isto representa o que o clube deve gerar em cinco anos de contrato com o jogador após impostos. Antes de impostos o valor é de 108 milhões de euros ou 76/0,7. Em 2016 a receita do clube foi de 521 milhões de euros. Assim, o valor a ser gerado pelo clube deveria aumentar em 21% para compensar o novo contrato.
Dois aspectos citados por Yashiv com respeito aos seus cálculos: ele está considerando um risco de lesão igual a zero e não estão sendo considerados nos cálculos a comissão do agente. A inclusão destes valores poderia aumentar a receita necessária para 150 milhões de euros. Isto faz sentido, assim como o fato da taxa de desconto, de 1% real, talvez esteja muito baixa.
Mas existem outros pontos a considerar. Em primeiro lugar, uma relação entre receita e marca mostra um múltiplo de 3,9. Entretanto, este múltiplo tem no PSG, justamente o clube que adquiriu Neymar, uma relação abaixo de 2: um valor da marca estimado em 840 para uma receita de 578 milhões. Assim, este contrato pode ajudar a melhorar o valor da marca, aumentando as receitas do clube.
O segundo aspecto corresponde a necessidade de comparar o valor do contrato com as projeções de receita. Um aumento de 21% para compensar o novo contrato talvez não seja difícil de alcançar com a presença do chamariz Neymar. Mas, por outro lado, um novo contrato pode implicar em aumento de custos nas renovações dos contratos dos atuais jogadores.
Terceiro, parece que a contratação de Neymar obedeceu também uma lógica política. Os proprietários do clube são vinculados ao governo do Catar, que tem interesse em reduzir a pressão para que a Copa do Mundo, que até o momento está programada para ser no país, mude de lugar. Mas isto não está no fluxo de caixa calculado e certamente é difícil de mensurar.
Finalmente, cabe discordar da conclusão do Yahiv, que critica uma enorme desigualdade nos salários, as armadilhas do mercado livre, a falta de barreiras de entrada e a necessidade que estes recursos sejam alocados em projetos socialmente valiosos.
Yashiv, da Tel Aviv University, partiu do seguinte raciocínio: o pagamento de 222 milhões deveria gerar um fluxo de caixa adicional para o novo clube, o PSG, necessário para cobrir os impostos e não gerar um valor presente líquido negativo. Para fazer seus cálculos ele considerou: um pagamento de 222 milhões de euros para o jogador, uma taxa de desconto de 1% ao ano e uma alíquota de 30% de impostos. Assim, para o clube, a equação é a seguinte:
-222 + FC /1,01 + FC / 1,0201 + FC / 1,0303 + FC / 1,0406 + FC / 1,051
O valor encontrado é após impostos e corresponde, aproximadamente, a 76 milhões de euros por ano. Isto representa o que o clube deve gerar em cinco anos de contrato com o jogador após impostos. Antes de impostos o valor é de 108 milhões de euros ou 76/0,7. Em 2016 a receita do clube foi de 521 milhões de euros. Assim, o valor a ser gerado pelo clube deveria aumentar em 21% para compensar o novo contrato.
Dois aspectos citados por Yashiv com respeito aos seus cálculos: ele está considerando um risco de lesão igual a zero e não estão sendo considerados nos cálculos a comissão do agente. A inclusão destes valores poderia aumentar a receita necessária para 150 milhões de euros. Isto faz sentido, assim como o fato da taxa de desconto, de 1% real, talvez esteja muito baixa.
Mas existem outros pontos a considerar. Em primeiro lugar, uma relação entre receita e marca mostra um múltiplo de 3,9. Entretanto, este múltiplo tem no PSG, justamente o clube que adquiriu Neymar, uma relação abaixo de 2: um valor da marca estimado em 840 para uma receita de 578 milhões. Assim, este contrato pode ajudar a melhorar o valor da marca, aumentando as receitas do clube.
O segundo aspecto corresponde a necessidade de comparar o valor do contrato com as projeções de receita. Um aumento de 21% para compensar o novo contrato talvez não seja difícil de alcançar com a presença do chamariz Neymar. Mas, por outro lado, um novo contrato pode implicar em aumento de custos nas renovações dos contratos dos atuais jogadores.
Terceiro, parece que a contratação de Neymar obedeceu também uma lógica política. Os proprietários do clube são vinculados ao governo do Catar, que tem interesse em reduzir a pressão para que a Copa do Mundo, que até o momento está programada para ser no país, mude de lugar. Mas isto não está no fluxo de caixa calculado e certamente é difícil de mensurar.
Finalmente, cabe discordar da conclusão do Yahiv, que critica uma enorme desigualdade nos salários, as armadilhas do mercado livre, a falta de barreiras de entrada e a necessidade que estes recursos sejam alocados em projetos socialmente valiosos.
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