As novas regras contábeis da IFRS 9 exigem que os bancos melhorem suas reservas e índices de cobertura antes do pico de empréstimos problemáticos, e os analistas da Moody's acreditam que as regras irão tornar os bancos melhor preparados para lidar com perdas de crédito durante uma recessão. (...)
Depois de analisar os impactos das novas regras contábeis sobre as métricas de capital e de solvência dos bancos, Rodriguez-Valez e equipe sublinharam que, em oposição ao modelo atual de perda incorrida, um dos objetivos da IFRS 9 é tornar os bancos mais robustos quando ocorrem recessões. Os analistas da Moody's simularam o impacto de uma recessão e recuperaram lentamente as métricas de solvência ao longo de um período de 10 anos. (...)
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09 novembro 2017
Valor presente de Neymar
Quando foi anunciado a transferência do jogador Neymar para o PSG, por um valor de 222 milhões de euros, mais comissão do agente, Eran Yashiv escreveu texto interessante mostrando que isto poderia configurar uma bolha e uma falha do livre mercado.
Yashiv, da Tel Aviv University, partiu do seguinte raciocínio: o pagamento de 222 milhões deveria gerar um fluxo de caixa adicional para o novo clube, o PSG, necessário para cobrir os impostos e não gerar um valor presente líquido negativo. Para fazer seus cálculos ele considerou: um pagamento de 222 milhões de euros para o jogador, uma taxa de desconto de 1% ao ano e uma alíquota de 30% de impostos. Assim, para o clube, a equação é a seguinte:
-222 + FC /1,01 + FC / 1,0201 + FC / 1,0303 + FC / 1,0406 + FC / 1,051
O valor encontrado é após impostos e corresponde, aproximadamente, a 76 milhões de euros por ano. Isto representa o que o clube deve gerar em cinco anos de contrato com o jogador após impostos. Antes de impostos o valor é de 108 milhões de euros ou 76/0,7. Em 2016 a receita do clube foi de 521 milhões de euros. Assim, o valor a ser gerado pelo clube deveria aumentar em 21% para compensar o novo contrato.
Dois aspectos citados por Yashiv com respeito aos seus cálculos: ele está considerando um risco de lesão igual a zero e não estão sendo considerados nos cálculos a comissão do agente. A inclusão destes valores poderia aumentar a receita necessária para 150 milhões de euros. Isto faz sentido, assim como o fato da taxa de desconto, de 1% real, talvez esteja muito baixa.
Mas existem outros pontos a considerar. Em primeiro lugar, uma relação entre receita e marca mostra um múltiplo de 3,9. Entretanto, este múltiplo tem no PSG, justamente o clube que adquiriu Neymar, uma relação abaixo de 2: um valor da marca estimado em 840 para uma receita de 578 milhões. Assim, este contrato pode ajudar a melhorar o valor da marca, aumentando as receitas do clube.
O segundo aspecto corresponde a necessidade de comparar o valor do contrato com as projeções de receita. Um aumento de 21% para compensar o novo contrato talvez não seja difícil de alcançar com a presença do chamariz Neymar. Mas, por outro lado, um novo contrato pode implicar em aumento de custos nas renovações dos contratos dos atuais jogadores.
Terceiro, parece que a contratação de Neymar obedeceu também uma lógica política. Os proprietários do clube são vinculados ao governo do Catar, que tem interesse em reduzir a pressão para que a Copa do Mundo, que até o momento está programada para ser no país, mude de lugar. Mas isto não está no fluxo de caixa calculado e certamente é difícil de mensurar.
Finalmente, cabe discordar da conclusão do Yahiv, que critica uma enorme desigualdade nos salários, as armadilhas do mercado livre, a falta de barreiras de entrada e a necessidade que estes recursos sejam alocados em projetos socialmente valiosos.
Yashiv, da Tel Aviv University, partiu do seguinte raciocínio: o pagamento de 222 milhões deveria gerar um fluxo de caixa adicional para o novo clube, o PSG, necessário para cobrir os impostos e não gerar um valor presente líquido negativo. Para fazer seus cálculos ele considerou: um pagamento de 222 milhões de euros para o jogador, uma taxa de desconto de 1% ao ano e uma alíquota de 30% de impostos. Assim, para o clube, a equação é a seguinte:
-222 + FC /1,01 + FC / 1,0201 + FC / 1,0303 + FC / 1,0406 + FC / 1,051
O valor encontrado é após impostos e corresponde, aproximadamente, a 76 milhões de euros por ano. Isto representa o que o clube deve gerar em cinco anos de contrato com o jogador após impostos. Antes de impostos o valor é de 108 milhões de euros ou 76/0,7. Em 2016 a receita do clube foi de 521 milhões de euros. Assim, o valor a ser gerado pelo clube deveria aumentar em 21% para compensar o novo contrato.
Dois aspectos citados por Yashiv com respeito aos seus cálculos: ele está considerando um risco de lesão igual a zero e não estão sendo considerados nos cálculos a comissão do agente. A inclusão destes valores poderia aumentar a receita necessária para 150 milhões de euros. Isto faz sentido, assim como o fato da taxa de desconto, de 1% real, talvez esteja muito baixa.
Mas existem outros pontos a considerar. Em primeiro lugar, uma relação entre receita e marca mostra um múltiplo de 3,9. Entretanto, este múltiplo tem no PSG, justamente o clube que adquiriu Neymar, uma relação abaixo de 2: um valor da marca estimado em 840 para uma receita de 578 milhões. Assim, este contrato pode ajudar a melhorar o valor da marca, aumentando as receitas do clube.
O segundo aspecto corresponde a necessidade de comparar o valor do contrato com as projeções de receita. Um aumento de 21% para compensar o novo contrato talvez não seja difícil de alcançar com a presença do chamariz Neymar. Mas, por outro lado, um novo contrato pode implicar em aumento de custos nas renovações dos contratos dos atuais jogadores.
Terceiro, parece que a contratação de Neymar obedeceu também uma lógica política. Os proprietários do clube são vinculados ao governo do Catar, que tem interesse em reduzir a pressão para que a Copa do Mundo, que até o momento está programada para ser no país, mude de lugar. Mas isto não está no fluxo de caixa calculado e certamente é difícil de mensurar.
Finalmente, cabe discordar da conclusão do Yahiv, que critica uma enorme desigualdade nos salários, as armadilhas do mercado livre, a falta de barreiras de entrada e a necessidade que estes recursos sejam alocados em projetos socialmente valiosos.
08 novembro 2017
Política, IPO e Arábia Saudita
A recente prisão de dirigentes na Arábia Saudita abriu algumas questões interessantes quanto ao IPO da Aramco. Por um lado, as questões podem ter reflexos no preço do petróleo. Mas as cotações de ontem mostraram uma redução nos preços, o que inibe uma oferta melhor pelas ações da empresa. O outro lado é mais relevante: a incerteza de fazer negócios aumentou. O reflexo disto foi o preço do CDS, o seguro para fazer negócios com o país, que aumentou. Maior CDS é sinal de aumento no risco país, que reduz o preço das ações da empresa.
Os últimos acontecimentos no país prejudicaram a possibilidade da oferta pública de ações da Aramco atingir o objetivo fixado pelo homem forte do país: 2 trilhões de dólares de valor. Se antes este já era um valor difícil de atingir, agora ficou pior. Além disto, o país parece querer brigar com alguns vizinhos, pretende construir empreendimentos questionáveis no futuro, garantir o futuro do reino num mundo sem petróleo, entre outras ambições.
Uma análise interessante foi feita pela Bloomberg:
Houve sugestões de que investidores estratégicos chineses pudessem comprar uma participação na Aramco sem a necessidade de uma listagem pública. Mas isso colocaria os chineses em uma posição forte; eles não pagariam excessivamente, a menos que fossem compensados nos bastidores, digamos nas vendas de petróleo com desconto.
Ainda assim, uma venda privada não alcançaria nenhum dos principais objetivos do IPO de aumentar a transparência e a eficiência. Seria politicamente mais arriscado - em vez de um grupo disperso de acionistas minoritários, a Arábia Saudita teria que enfrentar uma superpotência com fome de energia possuindo uma participação significativa em seu principal bem nacional.
Os últimos acontecimentos no país prejudicaram a possibilidade da oferta pública de ações da Aramco atingir o objetivo fixado pelo homem forte do país: 2 trilhões de dólares de valor. Se antes este já era um valor difícil de atingir, agora ficou pior. Além disto, o país parece querer brigar com alguns vizinhos, pretende construir empreendimentos questionáveis no futuro, garantir o futuro do reino num mundo sem petróleo, entre outras ambições.
Uma análise interessante foi feita pela Bloomberg:
Houve sugestões de que investidores estratégicos chineses pudessem comprar uma participação na Aramco sem a necessidade de uma listagem pública. Mas isso colocaria os chineses em uma posição forte; eles não pagariam excessivamente, a menos que fossem compensados nos bastidores, digamos nas vendas de petróleo com desconto.
Ainda assim, uma venda privada não alcançaria nenhum dos principais objetivos do IPO de aumentar a transparência e a eficiência. Seria politicamente mais arriscado - em vez de um grupo disperso de acionistas minoritários, a Arábia Saudita teria que enfrentar uma superpotência com fome de energia possuindo uma participação significativa em seu principal bem nacional.
Lista
Uma postagem no instagram pode ter um custo de meio milhão de euros. É o que cobra Selena Gomez, que possui 122 milhões de seguidores. Eis a relação e o custo de cada postagem:
1. Selena Gomez - 122 milhões de seguidores, 485 mil euros por post (foto)
2. Kim Kardashian - 100 milhões e 440 mil
3. Cristiano Ronaldo - 104 milhões e 353 mil euros
4. Kylie Jenner - 95 milhões e 353 mil
5. Kendall Jenner - 82 milhões e 327 mil
6. Khloe Kardashian - 68 milhões e 221 mil
7. Kourtney Kardashian - 58 milhões e 221 mil
8. Cara Delevingne - 40 milhões e 132 mil
9. Gigi Hadid - 35 milhões e 106 mil
10. Lebron James - 31 milhões e 106 mil
É interessante que são 8 mulheres, sendo cinco da mesma família. Os dois homens são esportistas e Cara e Gigi são modelos.
1. Selena Gomez - 122 milhões de seguidores, 485 mil euros por post (foto)
2. Kim Kardashian - 100 milhões e 440 mil
3. Cristiano Ronaldo - 104 milhões e 353 mil euros
4. Kylie Jenner - 95 milhões e 353 mil
5. Kendall Jenner - 82 milhões e 327 mil
6. Khloe Kardashian - 68 milhões e 221 mil
7. Kourtney Kardashian - 58 milhões e 221 mil
8. Cara Delevingne - 40 milhões e 132 mil
9. Gigi Hadid - 35 milhões e 106 mil
10. Lebron James - 31 milhões e 106 mil
É interessante que são 8 mulheres, sendo cinco da mesma família. Os dois homens são esportistas e Cara e Gigi são modelos.
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