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20 setembro 2017

Salário e discriminação

A consultora PwC no Reino Unido revelou (1) que paga menos 13% menos às equipas negras, asiáticas e de etnias minoritárias do que a outros funcionários, noticia The Independent.

O tratamento discriminatório é abordado num relatório divulgado esta segunda-feira, que a empresa diz ter decidido publicar num esforço para chamar a atenção e incentivar as organizações a agir contra a discriminação.

“Precisamos começar a olhar para além da estreita lentidão do género, caso contrário, a verdadeira diversidade no local de trabalho não será alcançada”, disse Kevin Ellis, presidente e sócio sénior da PwC, citado pelo jornal britânico.

No Reino Unido, a partir de abril do próximo ano, as empresas que tenham mais de 250 pessoas terão que divulgar os salários de géneros nos sites (2). A PwC disse que calculou as diferenças de pagamento e bónus utilizando a mesma metodologia que o Governo exige para as diferenças de remuneração de género, com base nos dados que a empresa possui dos funcionários.

A diferença de remuneração entre os BAME (sigla utilizada no Reino Unido que agrega Negros, Asiáticos e Minorias Étnicas) é atualmente de 12,8% e a diferença de bónus do BAME é de 35,4%. Segundo a PwC, a diferença resulta de existirem funcionários não-BAME em cargos mais altos e com maior remuneração e mais funcionários do BAME em funções administrativas juniores.


Fonte: Aqui

(1) Não deixa de ser corajosa a atitude da empresa.
(2) Parece o balanço social do Ibase

Aramco: Quanto vale e onde será negociada


Anteriormente mostramos neste blog sobre a possibilidade da maior empresa de petróleo do mundo abrir parte de seu capital. A Aramco, empresa de propriedade do governo da Arábia Saudita, está planejando seriamente fazer uma oferta pública de ações. Tudo parece indicar que esta oferta ocorrerá no final de 2018 ou, se atrasar, em 2019. Um ponto crucial na oferta é a expectativa do valor da empresa. Recentemente outra questão foi colocada: qual será o mercado de capitais que irá receber a oferta de ações.

Começamos pelo primeiro ponto: o valor da empresa. Aqui o processo de oferta pública começa de maneira inusitada. O príncipe herdeiro indicou que o valor da empresa seria de US$2 trilhões. Isto faria a Aramco a empresa de maior valor do mundo: só para comparar, a segunda colocada, a Apple, tem um valor de 800 bilhões de dólares. Este número é razoável? Esta é uma discussão bastante polêmica. A Aramco é uma empresa com um grande volume de reservas de petróleo (vinte vezes as reservas da Petrobras), um produto de qualidade (sem o enxofre existente nas reservas da Venezuela) e de baixo custo. Além disto, possui uma grande rede de refinarias e uma boa infraestrutura.
Usando dados da Reuters, a uma avaliação de 7 a 8 dólares por barril e 260 bilhões de barris de reservas, o valor da empresa seria próximo àquele previsto pelo príncipe. Mas geralmente uma empresa de petróleo não é avaliada somente pela quantidade das suas reservas. Se fosse assim, o valor de mercado da Petrobras ficaria entre 91 a 104 bilhões de dólares.

Outro cálculo da Reuters considerou a relação entre EV / EBITDA e chegou a um valor necessário de US130 bilhões de Ebitda por ano para que a empresa tivesse o valor de US2 trilhões. Uma comparação feita com a Exxon mostra que a empresa ocidental obteve um Ebitda de 23 bilhões em 2016 para um valor de mercado de US$365 bilhões. Ou seja, uma relação perto de 16 de EV / EBITDA. Assim, a Aramco deveria ter uma relação próxima a esta para atingir o valor alvo: 2000 /16 = 125 bilhões. Mas a Exxon é o parâmetro de eficiência financeira do setor e os investidores gostam da empresa. Em empresas como Shell, BP e Total o múltiplo é de seis vezes. Usando este parâmetro, isto elevaria o patamar do Ebitda para mais de 330 bilhões de dólares por ano.

Mas mesmo usar a Exxon pode ser inadequado, já que as reservas da empresa ocidental são menores (10% da empresa saudita), bem como sua produção (50%). De qualquer forma, o anúncio do príncipe pode ter sido uma decisão ruim. Afinal, se o valor da IPO não alcançar este montante, a operação poderá ser considerada um “fracasso”.

É preciso considerar que a avaliação da Aramco agora é muito difícil em razão da falta de transparência dos números. Alguns analistas utilizam os dados das contas nacionais da Arábia Saudita, já que a empresa é um monopólio. E por estes dados, um Ebitda acima de 100 bilhões não é impossível, segundo informa a Reuters.

Onde – A segunda questão da oferta pública da Aramco é onde irá ocorrer. As autoridades pretendem lançar 5% das ações da empresa na oferta pública e parte deverá ficar na bolsa de valores da Arábia Saudita. Pelo gigantismo da empresa, o pequeno mercado de ações saudita ficará bastante concentrado nas ações da petrolífera. Mas deverá existir uma parcela de ações que a ser ofertada numa bolsa internacional. Os mercados que podem receber a oferta são New York e Londres, os principais candidatos. Mas os mercados de Hong Kong, Tóquio, Cingapura e Toronto não estão descartados.

Atualmente as relações entre a casa real saudita e o presidente Trump são as melhores possíveis, o que favorece o mercado acionário dos Estados Unidos. Mas, conforme já comentamos aqui, há o risco de demandas judiciais contra a empresa. A decisão por Londres pode ser problemática, já que existem regras de oferta mínima para o mercado britânico e a oferta de ações da Aramco não irá atingir.

Fasb versus Iasb – a decisão de “onde” tem uma implicação contábil importante. A escolha pelo mercado acionário dos Estados Unidos significa opção pelas regras do Fasb. Londres e os outros mercados citados adotam as normas do Iasb. Assim, o conjunto de padrões contábeis escolhido irá depender também da escolha do local onde parte da oferta de ações ocorrerá. Novamente é preciso destacar que até hoje os números contábeis da empresa nunca foram publicados. Parece existir  demonstrações contábeis de anos anteriores, que foram inclusive auditadas por algumas das maiores empresas mundiais de auditoria (PwC, EY e BCG). Entretanto, nada se sabe sobre os valores. Segundo a Reuters, a empresa está preparando as demonstrações pelas normas do IFRS, mas pode fazer uma mudança para US GAAP, se a decisão for usar a bolsa de Nova York.

Para complicar, o governo saudita está implantando um novo sistema de impostos que irá reduzir substancialmente a carga tributária. Isto poderá aumentar o volume de dividendos, o que melhora sua avaliação inicial. De qualquer forma, o prazo é curto para estruturar um sistema contábil: menos de um ano, se for seguido o cronograma original.

Questões que podem afetar a avaliação – além dos aspectos apresentados anteriormente, não é possível deixar de considerar outros aspectos que podem influenciar no valor da empresa. Um deles é o fato de que estão sendo lançadas ações minoritárias, sendo que o controle permanece em solo saudita. Se o ágio pelo controle for substancial, isto tende a diminuir o valor da IPO. Outro ponto relevante é a governança desconhecida da empresa. As garantias para o minoritário podem não ser atrativas o suficiente para atrair o investidor. O preço do petróleo é outra variável decisiva no valor. Um aumento nas cotações, num mercado tão volátil, pode fazer com que a oferta seja um sucesso. Mas a perspectiva de um excedente de combustível poderá reduzir o potencial de ganho futuro da empresa, influenciando no valor da ação. Finalmente, a qualidade da informação contábil e da evidenciação podem ajudar a trazer investidores ou a afastá-los.

Apesar das incógnitas apresentadas, tudo parece indicar que a Aramco será, a partir de 2019, a empresa de maior valor do mundo.

Resenha: Amazon Prime Vídeo


Nos Estados Unidos o sistema de streaming da Amazon já está funcionando há algum tempo, mas só recentemente recebi o convite para testar a “versão brasileira” (que na verdade é o mesmo site global, agora aceitando cadastro de diversos países). São sete dias de graça e, após isso, a mensalidade custa US$ 2,99. Para aderir é necessário ter um cartão internacional e lembre-se de acrescentar à mensalidade o IOF. Já melhoraram isso. Veja um adendo do tecnoblog:
De acordo com a Amazon, novos assinantes têm direito a um período gratuito de teste válido por sete dias. Depois disso, o serviço passa a cobrar mensalidade de R$ 7,90 durante os seis primeiros meses de assinatura. Terminada essa fase, a cobrança passa a ser feita no valor cheio, de R$ 14,90 mensais.
Um detalhe interessante é que os usuários que já assinam o serviço com cartão de crédito internacional poderão contar com o período promocional de seis meses caso migrem suas contas para a cobrança em reais.
Eu, particularmente, me interessei pelo teste porque vi que tinham Mr. Robot, cuja resenha eu já tinha lido aqui no blog e me atraiu, caso contrario teria esperado um pouco mais.  Um detalhe bem chato é que a cada novo episódio a legenda desconfigurava de português brasileiro para o de Portugal.  Quando as legendas eram em inglês, não houve problemas. (Também já resolveram isso.)

O que eu achei legal e diferente foi poder ver informações com base no IMDb sobre a música e os personagens daquela cena ao clicar na tela. De vez em quando até apareciam algumas curiosidades, algo que me atrai. A nota geral no IMDb também é mostrada no catálogo e isso me ajudou a tentar alguns novos títulos que eu talvez tivesse ignorado.


Não há material o suficiente com legenda em português para dizer que o site já está operando bem no Brasil e não há disponibilidades de muitos filmes e séries recentes. Também já estão resolvendo isso. Algumas séries que não estavam mais disponível no Netflix, como Supernatural, estão no Prime.

Não vi mais muita coisa legal e logo já irei cancelar, pois após os sete dias a mensalidade é cobrada automaticamente para quem não cancelar dentro do limite do teste. - Hoje, cerca de um ano depois, já considero uma assinatura muito válida, especialmente nos 6 primeiros meses.

Segundo o site, é possível 3 pessoas utilizarem o aplicativo ao mesmo tempo. Alem da disponibilidade via browser, há apps para celulares e tablets e é possível baixar títulos para assistir offline.

Vale a pena? Ainda não. Os filmes não são muito atuais, quase não há séries, a configuração ainda precisa ser melhorada e achei o catálogo um pouco desorganizado. O Netflix nos deixou mal-acostumados... Agora vale. O Netflix ainda é bem melhor, mas o preço já reflete isso. O Prime está mais barato e já mostrou que está disposto a investir cada vez mais nisso. estou adorando conhecer as séries originais. Em breve resenharei mais algumas...

Postagem atualizada em: 25/12/2018

Rir é o melhor remédio


19 setembro 2017

Sears e Toy R Us em apuros

Duas empresas tradicionais que estão em sérios apuros. A primeira, a Sears, fundada em 1886 e ainda hoje um dos maiores nomes do varejo dos Estados Unidos, Canadá e México. A empresa dos Estados Unidos anunciou no início do ano um plano de reestruturação para cortar US$1 bilhão de custo. Somente no primeiro semestre foram fechadas 52 lojas da empresa e mais cortes virão. Em 2010 a empresa tinha 3.500 lojas físicas; hoje são 695.

A empresa canadense, diante da incerteza se teria caixa e dúvidas sobre sua continuidade, anunciou um plano de reestruturação e venda em meados deste ano. Isto inclui fechar lojas e demitir funcionários. A empresa mexicana é 100% de propriedade do bilionário Carlos Helú.

A segunda empresa é a Toy “R” Us, fundada em 1948 e tradicional varejo de brinquedos. Ontem a empresa solicitou proteção legal, um pedido de insolvência, para permitir uma melhor negociação da dívida de 5 bilhões de dólares, além de melhorar as operações da empresa, em especial a entrega dos presentes de natal. São 64 mil empregados e 1.600 lojas.

Efeito Amazon?

Passaporte

Gestores de construtoras brasileiras envolvidos no escândalo de corrupção conhecido como Lava-jato compraram propriedades em Portugal e pediram visto de residência ao abrigo do programa “vistos gold”, noticia o jornal britânico The Guardian.

As propriedades terão sido adquiridas em 2014, depois do início das investigações relacionadas com o processo Lava-jato, e os vistos terão sido pedido na mesma altura.

O ex-presidente da construtora Andrade Gutierrez Otávio Azevedo, que foi condenado a 18 anos de prisão domiciliar pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, comprou uma propriedade em Lisboa por 1,4 milhões de euros e pediu o visto permanente.


Fonte: Aqui. Aqui uma discussão sobre o fato de Madonna estar vivendo em Portugal.

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