Al Capone: preso por fraude fiscal
Ao divulgar um relatório com seus resultados, uma empresa deve informar os riscos existentes. Este é o grande problema da empresa, conforme destacamos anteriormente. A ExxonMobil não reconhece o risco potencial de não ter condições de explorar suas reservas em razão da pressão pública contra a emissão provocada pelo petróleo. Isto significa que seu ativo, neste caso as reservas de petróleo, estão superestimadas. Ou seja, a empresa deveria amortizar parte destas reservas. Em março de 2016 a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, determinou que a empresa incluísse a informação de como a rentabilidade seria afetada pela mudança no clima. Ao mesmo tempo, iniciou-se uma investigação; a empresa afirma que isto tem motivos políticos.
Um artigo, publicado em agosto de 2017, confirmou que a empresa apresentou informações de baixa qualidade sobre o aquecimento global. Os pesquisadores estudaram 187 documentos e afirmaram que desde 1979 os cientistas da empresa já sabiam da relação entre a queima de petróleo e o aquecimento global.
A empresa tenta-se defender, mas o cerco cresce. O procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, solicitou informações. E está analisando se os investidores foram induzidos ao erro em razão dos ativos superestimados. O processo também deve respingar no auditor, a PwC. O foco tem sido a análise e mensuração dos ativos da empresa, assim como as projeções dos preços e dos custos. Schneiderman usou o termo “fraude” ao falar do assunto. A empresa e a PwC recusaram comentar para a Bloomberg. Para o procurador, a empresa usou dois dados, um público e outro secreto, para determinar o impacto do aquecimento global nas reservas.