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11 setembro 2017

JBS vendeu uma empresa para... JBS

A JBS anunciou a venda da empresa Moy Park para a Pilgrim´s Pride, por US$1 bilhão. O interessante é que ambas as empresas são controladas pela própria JBS, num negócio entre partes relacionadas. Na figura a seguir, outros negócios recentes do grupo:

Como a JBS adquiriu a Moy Park em 2015, da Marfrig, por US$1,5 bilhão, a transação representou, a princípio, um prejuízo de US$500 milhões. Com a transação, a JBS obtém caixa para melhorar o perfil da dívida, conforme afirmou a empresa em nota. O valor da transação foi definido de maneira independente. Para a compradora, a Pilgrim´s, a aquisição permite uma expansão da empresa.

Além disto, existe uma razão tributária: a Pilgrim´s irá captar dívida, com benefício fiscal, e a JBS terá um prejuízo na transação, reduzindo seu resultado.

Essa não foi a primeira vez que a família Batista fez uma operação de compra e venda entre as empresas do grupo. Em dezembro do ano passado, o Banco Original cedeu para a J&F Investimentos a titularidade e todos os direitos sobre a marca e nome de dois domínios na internet. O banco continuou a explorar a marca e domínio mediante pagamento de royalties para a J&F. O preço de venda acordado foi de R$ 422 milhões.

Links

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Futebol e Contabilidade

Segundo levantamento realizado pelo Valor Econômico (Auditor aponta erros graves em metade dos balanços dos clubes, Nelson Niero, 5 de setembro de 2017, B2) metade das demonstrações financeiras dos grandes clubes de futebol do Brasil vieram com ressalvas dos auditores. Para fins de comparação, somente 7% das cias abertas tiveram demonstrações com ressalvas.

Anteriormente comentamos o caso do Corinthias no blog. O texto do Valor apresenta outros exemplos: o Internacional não apresentou os documentos relacionados aos impostos e contribuições; o Botafogo não possui controle individual sobre o imobilizado e muitos deles com incerteza quanto a continuidade operacional, que corresponde basicamente ao montante de capital de giro.

O texto também comenta a falta de confiança nas grandes empresas de auditoria em trabalhar com estes clubes (não seria em razão do elevado custo da hora destas empresas e da irrelevância da grife Big Four para os clubes?) e da relação entre os números e a crise do São Paulo, o clube.

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10 setembro 2017

Fato da Semana: Equifax

Fato da Semana: Equifax

Data: 7 de setembro de 2017

Contextualização

O desenvolvimento tecnológico recente está mudando a forma como as organizações trabalham. Como em qualquer mudança, existem pontos positivos e negativos. Nesta semana tivemos um fato que diz respeito a vulnerabilidade de um sistema de informação numa empresa. Um ataque realizado em julho expôs os dados de milhões de clientes nos Estados Unidos. Realmente não é o primeiro ataque deste tipo, nem será o último. Mas a quantidade de dados que foram obtidos pelos hackers e a reação dos gestores talvez seja algo inédito. A Equifax reconheceu, somente em setembro, o problema. E algumas pessoas que sabiam do problema usaram a informação para reduzir as perdas, vendendo ações da empresa.

Relevância

Temos neste fato alguns bons ingredientes: risco com um sistema de informação frágil, uso de informação privilegiada, falta de tempestividade na divulgação da informação e falha nos controles internos da empresa.

Notícia boa

Não. Um ataque de hacker pode ajudar a prevenir dados maiores se ocorrer um aprendizado por parte das empresas. Mas a fragilidade dos sistemas de informações é preocupante.

Desdobramento

Os executivos devem ser punidos. A empresa perde credibilidade e tem sua continuidade questionada.

Mas a semana só teve isto?

As malas da corrupção encontradas na Bahia e a prisão do executivo da JBS parece mostrar que ainda teremos muito que aprender sobre a forma de fazer negócio no Brasil.

08 setembro 2017

Equifax

A Equifax é uma agência de crédito ao consumidor dos Estados Unidos. Ontem a empresa anunciou que foi alvo de um ataque cibernético que envolveu 143 milhões de clientes dos Estados Unidos. O problema foi descoberto no dia 29 de julho. Pelas notícias, os hackers tiveram acesso aos nomes dos clientes, número do Social Security (uma espécie de carteira de identidade), data de nascimento, endereço e, em alguns casos, o número da licença de motorista. Para alguns clientes, vazaram também as informações dos cartões de créditos. Estima-se que 209 mil clientes foram afetados. Não se sabe se o PIN destes cartões foram revelados.

O problema ficou maior já que a empresa não explicou o atraso em revelar o ataque. E a razão de três executivos da empresa terem vendido ações após o ataque e antes do incidente ser de conhecimento público.