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17 agosto 2017

Estados e as contas da previdência

Os Estados declararam no ano passado um rombo R$ 30 bilhões menor na Previdência do que o apurado pelo Tesouro Nacional. O boletim anual que vai ser divulgado hoje e foi antecipado ao ‘Estadão/Broadcast’ mostra que os governos regionais informaram déficit de R$ 55 bilhões com o pagamento de aposentadorias e pensões, mas o Tesouro detectou que o rombo é de R$ 84,4 bilhões. A prática é condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Há alguns problemas neste trecho: (a) a previsão de passivo previdenciários é muito incerta; e (b) está baseada em pressupostos, representando muito mais uma opinião do que um valor exato.

E, dentro desse programa de acompanhamento, os Estados admitiram que há diferenças nas informações. “Há diferenças de apuração e precisamos trabalhar juntos pela convergência”, diz a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. “Temos de estar na mesma página do ponto de vista contábil.”

Tenho dúvidas se isto resolve o problema.

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15 agosto 2017

Desemprego: mais um episódio da saga

Na semana passada o governo liberou as informações sobre o emprego formal na economia brasileira. O resultado foi uma variação positiva, onde pelo quarto mês consecutivo, ao número de admitidos superou o de demitidos.

Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.

Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)

Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.

Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.

14 agosto 2017

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Falta de transparência e número de contabilistas

O gráfico acima foi publicado no Valor Econômico de sexta, 11 de agosto. Foi construído a partir dos dados compilados pela Firjan sobre o número de municípios que não divulgaram dados para o Tesouro Nacional. Pode-se dizer que é um ranking dos estados com maior transparência (Rondônia) ou menor transparência (Amapá). Com estes dados, calculei a relação com a renda per capita, população, IDH, percentagem da população com curso superior e número de contabilistas por mil habitantes. O gráfico abaixo tem o resultado entre esta última variável e os valores do gráfico acima.

Apesar de ser um cálculo rápido, realizado por estado (talvez o melhor seria por município) e sem levar em consideração outras variáveis, o resultado mostra que nas unidades da federação com maior participação de contabilistas a percentagem de municípios que não apresentaram informação reduziu. (R2 = 0,12, p-valor da variável Percentagem de Contabilistas de 0,0834).

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