Na semana passada o governo liberou as informações sobre o emprego formal na economia brasileira. O resultado foi uma variação positiva, onde pelo quarto mês consecutivo, ao número de admitidos superou o de demitidos.
Entretanto, o governo não tinha liberado as informações específicas, o que ocorreu no dia de ontem. Com isto, este blog segregou o desempenho do emprego do setor contábil, incluindo contadores, auditores, técnicos em contabilidade e escriturários. E a notícia não é muito boa: novamente o emprego no setor contábil divergiu da economia como um todo, já que o número de demitidos foi superior ao dos admitidos, indicando uma destruição de vagas. Em julho de 2017 foram admitidos 8 mil novos empregados e demitidos 8.305, reduzindo o número de vagas em 305. O valor acumulado, desde janeiro de 2014, mostra uma variação negativa de 36.502 vagas destruídas, um número impressionante para a quantidade de trabalhadores. De janeiro de 2015 até julho de 2017 todos os meses, exceto três (janeiro/2015, outubro/2015 e janeiro/2017), este comportamento - de destruição de vagas - se repetiu.
Também novamente em julho, o salário dos demitidos foi superior ao dos admitidos: R$2.839,97 versus R$2311,81, uma diferença de 23%. Os trabalhadores demitidos tinham 37,64 meses de carteira assinada. Nestes dois quesitos (diferença salarial e tempo de trabalho dos demitidos), os resultados do mês são melhores do que do mês anterior, mas piores do que no mesmo mês do ano anterior.
Os novos contratados possuem uma idade média de 30,54 anos, versus 32,85 anos dos demitidos. Por gênero a crise tem provocado mais efeito entre as mulheres e isto se repetiu no mês de julho: a variação negativa foi de -169 entre as mulheres e -136 entre os homens. Em média no setor contábil as demissões entre as mulheres correspondem a 60% do total. (Aqui um comentário importante: no total da economia, a criação de vagas ocorreu entre os homens, mas não entre as mulheres: enquanto se criou 37.617 vagas para os homens, a diferença entre admitidos e demitidos nas mulheres foi -1.717. O mercado de trabalho aparentemente discrimina as mulheres)
Por grau de instrução, o único extrato positivo foi dos trabalhadores com curso superior completo, a exemplo do que ocorreu em maio deste ano.
Em suma: o comportamento do emprego no setor contábil está no sentido oposto ao da economia.
15 agosto 2017
14 agosto 2017
Links
O preço do ingresso de um show é coisa séria
Mensuração e teoria não avançam ao mesmo tempo
O vocal dos Beach Boys em Wouldn´t it Be Nice
Uber e a venda de automóveis
Operação Carne Fraca e o prejuízo na BRF
Jogo de xadrez poderá ter biometria dos jogadores (ao lado, a disputa do último título: Karjakin versus Carlsen)
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Falta de transparência e número de contabilistas
O gráfico acima foi publicado no Valor Econômico de sexta, 11 de agosto. Foi construído a partir dos dados compilados pela Firjan sobre o número de municípios que não divulgaram dados para o Tesouro Nacional. Pode-se dizer que é um ranking dos estados com maior transparência (Rondônia) ou menor transparência (Amapá). Com estes dados, calculei a relação com a renda per capita, população, IDH, percentagem da população com curso superior e número de contabilistas por mil habitantes. O gráfico abaixo tem o resultado entre esta última variável e os valores do gráfico acima.
Apesar de ser um cálculo rápido, realizado por estado (talvez o melhor seria por município) e sem levar em consideração outras variáveis, o resultado mostra que nas unidades da federação com maior participação de contabilistas a percentagem de municípios que não apresentaram informação reduziu. (R2 = 0,12, p-valor da variável Percentagem de Contabilistas de 0,0834).
Apesar de ser um cálculo rápido, realizado por estado (talvez o melhor seria por município) e sem levar em consideração outras variáveis, o resultado mostra que nas unidades da federação com maior participação de contabilistas a percentagem de municípios que não apresentaram informação reduziu. (R2 = 0,12, p-valor da variável Percentagem de Contabilistas de 0,0834).
13 agosto 2017
Fato da Semana: Situação Fiscal dos Municípios
Fato: Situação caótica dos municípios brasileiros
Data: 10 de agosto de 2017
Contextualização - A Firjan calcula um índice de Gestão Fiscal dos municípios brasileiros. Este índice mensura, de maneira aproximada, a situação financeira deste ente da federação. A base de dados primária é a Secretaria do Tesouro Nacional. Esta semana, a Firjan divulgou a consolidação do índice para o ano de 2016. Desde que começou a divulgar este índice, em 2006, este foi o pior ano em termos de desempenho. O resultado foi que 86% das prefeituras estão numa situação financeira "crítica" ou "difícil".
Relevância - A contabilidade pública deveria ajudar os habitantes de cada município a fiscalizar o desempenho de cada gestor. Mais ainda, deveria servir de guia para decisões futuras, impedindo contratações irresponsáveis e sendo um parâmetro fundamental na escolha dos prefeitos. Isto não ocorre. As razões são as mais diversas possíveis: (a) falta de fiscalização séria dos tribunais de contas (b) falta de punição para os gestores irresponsáveis (c) falha na comunicação sobre a situação do município (d) o contador trabalha para o prefeito, não para a comunidade (ou seja, o contador público deveria ser mais servidor público) (e) frouxidão da legislação, que deveria reduzir o teto de gasto com pessoal na área pública, entre outros fatores. O certo é que a contabilidade pública não exerce o papel que se espera dela.
Notícia boa para contabilidade? Não. A situação dos municípios é um forte elemento para afirmarmos que a contabilidade pública brasileira não está exercendo a sua tarefa.
Desdobramentos - Não tenho ilusão de que haverá uma alteração substancial na contabilidade pública, nem nas normas. Os problemas fiscais talvez sejam resolvidos pelos nossos filhos.
Mas a semana só teve isto? A divulgação de alguns balanços, inclusive da Petrobras, seria outro fato relevante.
Data: 10 de agosto de 2017
Contextualização - A Firjan calcula um índice de Gestão Fiscal dos municípios brasileiros. Este índice mensura, de maneira aproximada, a situação financeira deste ente da federação. A base de dados primária é a Secretaria do Tesouro Nacional. Esta semana, a Firjan divulgou a consolidação do índice para o ano de 2016. Desde que começou a divulgar este índice, em 2006, este foi o pior ano em termos de desempenho. O resultado foi que 86% das prefeituras estão numa situação financeira "crítica" ou "difícil".
Relevância - A contabilidade pública deveria ajudar os habitantes de cada município a fiscalizar o desempenho de cada gestor. Mais ainda, deveria servir de guia para decisões futuras, impedindo contratações irresponsáveis e sendo um parâmetro fundamental na escolha dos prefeitos. Isto não ocorre. As razões são as mais diversas possíveis: (a) falta de fiscalização séria dos tribunais de contas (b) falta de punição para os gestores irresponsáveis (c) falha na comunicação sobre a situação do município (d) o contador trabalha para o prefeito, não para a comunidade (ou seja, o contador público deveria ser mais servidor público) (e) frouxidão da legislação, que deveria reduzir o teto de gasto com pessoal na área pública, entre outros fatores. O certo é que a contabilidade pública não exerce o papel que se espera dela.
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Companhia para estudar
As maravilhas do YouTube:
O Thomas fez um vídeo com a duração de um pomodoro para te fazer companhia nos estudos...
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