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10 julho 2017

3 cenários para a dívida pública

Pessimista:

Há risco não desprezível de crescimento contínuo da dívida pública bruta até o nível de 124,5% do produto interno bruto (PIB), em 2030. O afastamento dessa ameaça dependerá de profundas alterações na dinâmica dos gastos públicos e da retomada do crescimento econômico. Para que as condições de sustentabilidade da dívida se restabeleçam, com segurança, e o País cresça a taxas mais robustas será preciso realizar um ajuste fiscal de maior profundidade.

[...]

No cenário pessimista (probabilidade inferior à do básico, mas superior à do otimista), a dívida pública bruta assume trajetória contínua de crescimento até atingir 100% do PIB, entre 2021 e 2022, e 124,5% em 2030. Aqui, o resultado primário fica positivo apenas em 2026 (0,2% do PIB) e atinge 1,5% do PIB em 2030. São os resultados diretos e mais visíveis da não aprovação da reforma da Previdência e de outras mudanças estruturais que ajudem a conter a despesa. Uma trajetória persistentemente crescente para a dívida deixaria os juros reais mais altos do que nos cenários anteriores, pelo menos ao nível de 5,6% ao ano (média de 2019 a 2030).

Intermediário:

No cenário básico (mais provável), a dívida bruta salta dos atuais 71,7% do PIB (abril) para 92,4% em 2023 e passa a cair, lentamente, a partir de 2024. Nessa simulação, o resultado primário torna-se superavitário apenas em 2023 (0,3% do PIB), saindo do atual déficit de 2,3% do PIB (total acumulado nos 12 meses encerrados em abril) para um superávit de 3,5% do PIB em 2030. Nessa mesma simulação, o PIB volta a crescer de maneira mediana, convergindo para uma taxa média de 2,1% no período de 2019 a 2030, com juros reais a 4,4% ao ano.
Otimista
No cenário otimista (menos provável), a dívida bruta alcança o ponto de máximo em 2022 (84,6% do PIB), passando a cair em ritmo razoável até atingir 53,6% do PIB, em 2030. Em 2022 o resultado primário fica positivo (0,5% do PIB). O PIB converge para uma média de 2,9% entre 2019 e 2030, com juros reais de 3,4% ao ano. Nesse cenário, o primário atinge 5,4% do PIB em 2030, esforço equivalente a cerca de dez vezes o nível necessário para estabilizar a dívida às condições de juros, crescimento econômico e nível de dívida considerados. Trata-se de quadro pouco provável, pois exigiria rara dinâmica restritiva para o gasto público, isto é, mudanças em todos os gastos obrigatórios, sobretudo nos salários públicos.

Fonte: aqui


09 julho 2017

Fato da Semana: TCU e BNDES

Fato: TCU e BNDES

Data: 5 de julho


Contextualização - O TCU decidiu incluir a delação premiada de Joesley Batista no processo dos empréstimos do BNDES para a JBS. Conforme comentamos, é uma decisão polêmica. Mas pode ter consequências de médio e longo prazo.

Relevância - Dois aspectos nesta decisão. O primeiro refere-se a disposição dos potenciais delatores diante da possibilidade do acordo ter desdobramentos. Segundo, trata-se do envolvimento da corte no processo de delação. Mais do que isto, há um nítido processo de empoderamento do Tribunal de Contas nos últimos anos. Isto também se reflete no papel da corte no impedimento no ano passado.

Notícia boa para contabilidade? Apesar de controverso, é positivo saber que as obscuras operações de empréstimos para a JBS serão investigados. Muitos anos depois.

Desdobramentos - Provavelmente o caso chegará ao STF, que decidirá se o TCU possui esta competência ou não.

Mas a semana só teve isto? Não. A análise das contas do governo de 2016 pelo TCU, a multa para Messi, os problemas da PwC na Ucrânia e a suspeita que um vírus se espalhou a partir de um software contábil.

Links

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Uma bela maneira de mostrar as estatísticas descritivas

08 julho 2017

CAPM e Beta: pura picaretagem

Resumo:

My answer to the question in the title is NO. It is crystal clear that CAPM and its Betas do not explain anything about expected or required returns. There are mountains of evidence to support my stance.

If, for any reason, a person teaches that Beta and CAPM explain something and he knows that they do not explain anything, such a person is lying. To lie is not ethical. If the person “believes” that Beta and CAPM explain something, his “belief” is due to ignorance (he has not studied enough, he has not done enough calculations, he just repeats what he heard to others…) For a professor, it is not ethical to teach about a subject that he does not know enough about.

It is very important to differentiate between a fact (something that truly exists or happens) and an opinion (what someone thinks about a particular thing). It is a fact that Beta and CAPM do not explain anything about expected or required returns.

I welcome comments (disagreements, errors…) that will help the readers to think about using and teaching CAPM and calculated betas. The paper already incorporates 100 comments.

Fernandez, Pablo, Is It Ethical to Teach That Beta and CAPM Explain Something? (June 5, 2017). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=2980847

Marcas

A lista das maiores marcas:


Rir é o melhor remédio


07 julho 2017

Messi

O melhor jogador de futebol do mundo, Lionel Messi, foi recentemente condenado a 21 meses de prisão por fraude fiscal no valor de 4,1 milhões de euros referente aos contratos de direitos de imagem entre 2007 a 2009. O tribunal de Barcelona aceitou substituir 21 meses de prisão por uma multa de 252 mil euros ou 400 euros por dia de prisão. A substituição inclui também a sentença do seu pai, que tinha sido condenado a 15 meses e deve pagar uma multa de 180 mil euros. Pela lei espanhola, um réu primário pode cumprir sua pena em liberdade condicional, desde que a condenação seja inferior a dois anos. O jogador já tinha aceitado a transformação da condenação em multa.