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27 junho 2017

Até as Havaianas...



Saiu na Bloomberg uma reportagem sobre a bagatela da venda das Havaianas.

Segundo o site aqueles coloridos chinelos usados por Kim Kardashian e Gwyneth Paltrow nem sempre são baratos, mas para investidores se aquecendo no mercado de M&A no Brasil a companhia logo será uma barganha. o.O

A Camargo Correa S.A. vendeu a empresa há menos de dois anos para pagar dívidas e multas, meio aos escândalos de propina e corrupção. A J&F Investimentos S.A., holding brasileira pertencente à família Batista, caminhará para o mesmo lado...

Segundo o Valor, a Cambuhy, veículo de investimentos dos Moreira Salles, e a Itaúsa, holding das famílias Setubal e Villela, informaram em comunicados que têm interesse na dona da marca Havaianas, que vale na bolsa cerca de R$ 6,3 bilhões. Fundos de private equity, entre eles: CVC, Carlyle, Advent e Vinci, também têm avaliado o investimento.

Mês do Orgulho

Bem legal o vídeo que o YouTube Spotlight publicou em homenagem ao Mês do Orgulho LGBT. Há legendas.

25 junho 2017

Itália faz intervenção em dois bancos

O governo da Itália anunciou hoje uma ajuda a dois bancos da cidade de Veneza, num valor de 17 bilhões de euros. A ajuda irá manter a liquidez e capitalização do Banca Popolare di Vicenza e do Veneto Banca.

A intervenção irá aumentar a concentração bancária, já que os ativos de boa qualidade ficarão com o Intensa Sanpaolo, uma instituição de grande porte, que irá pagar um valor simbólico. O acordo foi aprovado pela Comunidade Europeia, que recentemente interviu no Banco Popular, da Espanha.

A aprovação da ajuda ocorreu no Conselho de Ministros da Itália, numa reunião que durou 20 minutos

Rir é o melhor remédio


24 junho 2017

Fato da Semana: Petrobras poderá refazer suas demonstrações

Fato: Petrobras poderá refazer suas demonstrações

Data: 24 junho

Contextualização
- No passado, a Petrobras utilizou a contabilidade de hedge com a justificativa de que era possível proteger a dívida da empresa, em dólar, com suas exportações.

A Petrobras entende que a forma como usou a contabilidade era possível pelas normas contábeis. A CVM entende que não. A empresa usa a contabilidade do hedge desde 2013.

Relevância - Esta é uma questão tipicamente técnica. A representação fiel não recomendaria a adoção por parte da empresa da contabilidade de hedge. A empresa defende que a norma não é suficientemente clara para isto.

Devemos lembrar que a empresa começou a adotar a opção durante uma fase onde a gestão técnica contava muito pouco. O importante era o político.

Notícia boa para contabilidade? Sim. A CVM estaria com uma postura técnica nesta posição.

Desdobramentos - O caso ainda será julgado pela CVM, apesar da posição favorável da área técnica da entidade. A Petrobrás poderá ter que republicar seus balanços.

Mas a semana só teve isto? Na Espanha, as investigações sobre o caso do Banco Popular promete criar problemas para os reguladores e ex-gestores. A continuação da recessão no mercado de trabalho seria outra notícia relevante.

Petrobras deverá refazer balanços

No que depender das áreas técnicas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobrás terá mesmo de refazer todos os seus balanços financeiros desde 2013, revela o processo ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso.

Após apreciar o recurso enviado pela estatal em março, a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) e a Superintendência de Normas Contábeis (SNC) ratificaram o entendimento de que as práticas adotadas pela estatal para proteger suas exportações futuras de variações cambiais, a chamada contabilidade de hedge, contrariam as normas vigentes.

O processo seguiu para o relator do caso, Henrique Machado, com pareceres contrários ao recurso da estatal. O colegiado da CVM dará a palavra final, mas a análise da área técnica tem peso. Como o mandato do presidente Leonardo Pereira termina em julho, a expectativa é de decisão em até duas semanas.

Desde 2013 a Petrobrás adota a contabilidade de hedge com justificativa de proteger exportações futuras projetadas dos efeitos da variação cambial com uso da dívida líquida dolarizada. É o chamado hedge natural, por dispensar uso de derivativos.

Ao analisar as operações, a área técnica da CVM considerou que a petroleira desvirtuou sua essência econômica, migrando de uma política de proteção de risco para um mecanismo de diferimento de perdas cambiais com as dívidas. A real preocupação seria não refletir imediatamente no resultado perdas cambiais em razão de seu endividamento em dólar.

No recurso, a Petrobrás trata de pontos citados pelas áreas ao determinarem a republicação dos balanços. Entre eles estão o uso de instrumentos de proteção com prazo de vencimento superior ao das próprias relações de hedge e a inversão entre objeto e instrumento de hedge.

A estatal argumenta não haver determinação normativa para que prazos de realização das exportações, objeto do hedge, coincidam com o vencimento das dívidas usadas como instrumento de proteção. Para ela, não há proibição de que o vencimento dessas dívidas seja posterior ao prazo das exportações a serem protegidas, desde que a mesma dívida seja usada como instrumento de hedge até seu vencimento.

A companhia se vale da redesignação para viabilizar isso. Na medida em que as exportações “protegidas” se realizam, passa a usar aquela mesma dívida, não vencida, para proteger outro contrato de exportação.

Para a CVM, a legislação não permite descasamento dos prazos do objeto e do instrumento de hedge. No caso da Petrobrás, havia dívidas com vencimento em 2027, embora sua estratégia de gerenciamento de riscos mencionasse a proteção de exportações por sete anos (até 2020). Além disso, o entendimento é que é preciso haver especificação dos dois itens, que deve ser documentada com precisão desde o início da relação de hedge, o que não foi feito. A ideia é não abrir espaço para redesignação arbitrária e relação de hedge fracionada.

A SNC conclui que a documentação de suporte da política de contabilidade de hedge da Petrobrás é insuficiente e diz que a empresa reconhece no recurso que “sua documentação formal pode ser aprimorada, de modo a eliminar ou minimizar as diferentes percepções que se tem do tema”. Segundo a área técnica, a falha no documento já seria suficiente para desconstituir a política de hedge da empresa.


Para técnicos da CVM, Petrobrás terá de refazer balanços
Mariana Durão, O Estado de S.Paulo