Translate

19 abril 2017

Links

CVM divulga o estado atual dos processos relacionados com a Petrobras

Um site com buscador para os documentos da Lava-Jato: contabilidade tem 1700 resultados

Usar "brancos" em personagens "não brancos" é péssimo para Hollywood

O propósito da felicidade e sua origem

(E a evolução do verbete hapiness na Wikipedia)

Curso de Contabilidade Básica: Processos Judiciais para uma empresa

Há uns dias atrás, fizemos um texto que tratava sobre processos judiciais da empresa BrasilBrokers (ver aqui). Ali, informamos que um processo judicial contra uma empresa deve ser classificado de acordo com a expectativa de perda em: prováveis, possíveis ou remotas. Essa classificação do passivo é importante para o tratamento contábil das provisões. Encerramos o texto com uma pergunta questionando em que situações essa empresa poderia não reconhecer esse passivo em seu Balanço Patrimonial? A resposta é que, nos casos em que a possibilidade de perda é remota, a empresa não contabiliza um passivo em seu Balanço. Ela apenas reconhece o processo judicial em Notas Explicativas.

Vejamos o caso da Tim, empresa de comunicações. Observe o balanço, no passivo de longo prazo. Existe uma provisão para processos judiciais e administrativos, com valor de 478 milhões de reais, na coluna de 2016. Este valor é uma estimativa da empresa, baseada na opinião dos seus consultores jurídicos. É um valor superior ao existente no final de 2015, de 416 milhões. Isto significa que o risco de perdas nos processos que correm na justiça aumentou em 62 milhões (a primeira coluna refere-se ao exercício que terminou em 31/12/2016; a segunda coluna, aquele que terminou em 31/12/2015):


Trata-se de uma provisão, conforme discutimos no segundo volume do livro Curso de Contabilidade Básica. A nota explicativa 24 mostra esta mudança com detalhes:

Em razão do grande número de normas existentes no Brasil e da morosidade do judiciário em julgá-las, as empresas podem estar envolvidas numa grande quantidade de processos, na área cível, trabalhista ou tributária. E quando a empresa atua em certos setores, podem existir clientes com processos de valores elevados.

Observe que a empresa pagou 413 milhões de reais nestes processos, sendo que a maior parte eram processos cíveis, ou seja, ações movidas por consumidores, Procon, Ministério Público, ex-parceiros e outros.

O balanço da empresa apresenta outra conta que desperta interesse, agora no ativo da empresa: depósitos judiciais. Este é um item com valor expressivo: 1,1 bilhão de reais ou 3,1% do ativo da empresa. Uma pergunta interessante: como um depósito judicial pode ser um ativo?


Em muitos processos que a empresa responde, a justiça determina que a Tim reserve um dinheiro para o caso de perda. A empresa então deposita este dinheiro numa conta bancária, que fica retido até o término da questão. Como já dito, os processos judiciais no Brasil são numerosos e a justiça é lenta. Estes valores vão se acumulando nesta conta bancária. Se a empresa vencer o processo, o dinheiro é liberado e volta para a conta bancária normal da empresa; se perder, o dinheiro é usado para quitar a dívida do processo.

De certa forma, a Tim informa que tem reservados 1,1 bilhão de reais para os processos, mas acredita que deverá pagar menos da metade deste valor. Ou seja, deverá perder 43%. Observe que esta é uma estimativa grosseira, já que nem sempre há uma relação direta entre os Depósitos Judiciais (conta de Ativo) e a Provisão (conta de Passivo).

Escassez de contadores nos EUA

Companies adjusting to accounting-rule changes in the U.S. are running into a problem: There aren’t enough accountants to go around.

Health-products company Johnson & Johnson took six months last year to fill an open position for a junior-level accountant in its financial-compliance department, a delay that annoyed Stephen Rivera, a senior director.

“It’s very difficult to find qualified people,” he said. “The big accounting firms are taking them all.”


Amid accounting changes to the Generally Accepted Accounting Principles that govern U.S. financial reporting, companies are scrambling to find so-called technical accountants, regulatory experts who can understand the rules and ensure that management and staff comply.

Large companies can outsource the work to big accounting firms but would prefer to have their own expertise to maintain internal standards as regulators pay more attention to corporate-accounting practices, said Mr. Rivera.

“It’s a question of creating bench strength,” he said.

The unemployment rate for experienced accountants and auditors was 2.5% in 2016, compared with the overall rate of 4.4% for experienced workers, according to the Bureau of Labor Statistics. The jobless rate for accountants has come down steadily from 4.2% in 2011, the earliest year during which the BLS adopted new job classifications.

“Based on the unemployment rate, it’s going to be harder for everybody to fill a job,” said Paul McDonald, a senior executive director at staffing firm Robert Half International Inc.

Increasingly, the companies are competing for talent with major accounting and audit firms that had once served as a reliable pipeline for corporate finance back offices.

Some of the firms have changed their work culture in a bid to keep workers happy and keep them longer. When Len Combs started working at accounting and consulting firm PricewaterhouseCoopers LLP in 1992, long hours at the office were the norm, and work-life balance wasn’t a priority.

“The idea was, if you don’t like it, go do something else,” said Mr. Combs, now U.S. chief auditor for the firm. Accordingly, many young associates quit and took jobs in corporate-finance departments at public companies.

PwC has recently lowered its turnover rates, in part by allowing associates to work from home and permitting them more flexible hours. Employees also get perks at the office such as treadmill desks, and Ping-Pong and foosball tables.

Turnover in the company’s audit and compliance group for employees who had been there three to five years fell to 20% last year from 26% in 2014, according to a PwC report.

The shrinking pool of available accountants is putting pressure on companies as they begin to apply new Financial Accounting Standards Board rules. The changes affect the way firms book revenue and report the value of leases held on their balance sheets. The rules don’t take effect right away: Public companies must apply new revenue standards for fiscal years beginning after Dec. 15, and new lease rules begin in 2019. Still, corporations must assess and revise two years of past financial reports.


“There is a demand for technical expertise, absolutely,” said Robert Grecco, controller at luxury fashion brand Ralph Lauren Corp. “And that demand is only going to increase.”

Mr. Grecco has four technical accountants on his team. He is paying them annual salaries ranging from $150,000 to more than $250,000. The median salary for accountants and auditors in the U.S. was $67,190 a year, according to the of Labor Statistics.

Enrollment in accounting programs hit a record in 2014, surpassing 250,000 for the first time since at least the 1993-94 school year, according to a study by the American Institute of CPAs, a trade group.

Many accounting firms are plucking undergraduates soon after they complete their degrees, said Pat Hopkins, chair of the graduate accounting programs at Indiana University’s Kelley School of Business.

The school’s enrollment in undergraduate accounting programs rose more than 10% between 2012 and 2016, he said. That could partly be explained by aggressive efforts by schools and accounting firms to market accounting as a career.

The number of accounting graduates hired by accounting firms surged to a record 43,252 in 2014, the most recent year for which the AICPA has statistics. That represented a 7% jump from 2012, when the group conducted its prior study.

PwC has started outreach efforts to entice high-school students to enter accounting programs at college. This suggests the accountant shortage, while immediate, may not be a long-term problem. “The pipeline is full,” said Mark Koziel, executive vice president for firm services at the AICPA.


Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

18 abril 2017

Enquanto isso, no Instagram do Blog...

Uma publicação compartilhada por Blog Contabilidade Financeira (@contabilidadefinanceira) em

Ciência e gasto em pesquisa

No Futility Closet uma história interessante sobre a importância da pesquisa (transcrito abaixo com adaptações):

Em 1970, pouco depois do primeiro pouso na lua, o cientista Ernst Stuhlinger recebeu uma carta de uma missionária, Irmã Mary Jucunda, na Zâmbia, questionando como o governo poderia justificar gastar bilhões de dólares em exploração espacial enquanto existiam tantas crianças na Terra morrendo de fome. Ele respondeu com uma história:

Cerca de 400 anos atrás, existia um conde em uma pequena cidade na Alemanha. Ele era uma boa pessoa e deu uma grande parte de sua renda para os pobres em sua cidade. Isso foi muito apreciado, porque a pobreza era grande naquela época e havia epidemias que devastavam o país.

Um dia, o conde encontrou um homem estranho. Ele tinha um pequeno laboratório em sua casa e trabalhava duro durante o dia para que pudesse usar algumas horas da noite para trabalhar em seu laboratório. Ele montou as lentes em tubos e ele usou esse aparelho para olhar para objetos muito pequenos. O conde estava particularmente fascinado pelas criaturas minúsculas que podiam ser observadas com o aparelho e que ele nunca tinha visto antes. Ele convidou o homem a mudar seu laboratório para o castelo e devotar todo seu tempo no desenvolvimento e aperfeiçoamento do seu aparelho ótico.

Os habitantes da cidade, no entanto, ficaram zangados quando perceberam que o conde estava desperdiçando seu dinheiro, como eles pensavam, em algo sem propósito. "Estamos sofrendo a praga", disseram eles, "enquanto ele está pagando esse homem por um hobby inútil!" Mas o conde permaneceu firme. "Eu também apoiarei este homem e seu trabalho, porque eu sei que algum dia algo sairá dele!"

Na verdade, algo muito bom saiu deste trabalho, e também de trabalho semelhante feito por outros em outros lugares: o microscópio. É sabido que o microscópio tem contribuído mais do que qualquer outra invenção para o progresso da medicina e que a eliminação da peste e muitas outras doenças contagiosas na maior parte do mundo é em grande parte resultado dos estudos que o microscópio tornou possível.

O conde, ao destinar parte de seu dinheiro gasto para pesquisa, contribuiu muito mais para aliviar o sofrimento do ser humano do que ele poderia ter contribuído, dando tudo que tinha, para a sua comunidade cheia de pragas.

A história mostrou que o cientista estava correto. A exploração espacial possibilitou o desenvolvimento de inúmeros produtos e melhorias desfrutados por nós dos dias de hoje (figura).

Que Confusão: as demonstrações da Norte Brasil

A empresa Norte Brasil é uma sociedade de capital fechado, que explora a linha de transmissão de energia de Porto Velho a Araraquara. Hoje a empresa divulgou suas demonstrações contábeis, em particular a Demonstração do Resultado:

Observe que a DRE é de “31/12/2015” e “31/12/2014”. Como assim? Não existiu nenhum lucro em 2016 (e não 31/12/2016, como aparece nas demonstrações). Veja que a receita líquida foi de 340 milhões de reais e o lucro foi de 114 milhões. Reproduzo a seguir a DMPL para tentar esclarecer melhor:


Observe que o lucro líquido do exercício de 2015 foi de 114 milhões, exatamente o valor que aparece na DRE divulgada. E que em 2016 a empresa teve um lucro de 194 milhões de reais. Mas isto não está na DRE divulgada. A nota explicativa 19 a 22 mostram os valores detalhados da receita líquida, despesas, outras receitas operacionais e resultado financeiro. Reproduzo abaixo a nota 19, da receita líquida:



Observe que o valor da receita de 2016 (e não “31/12/2016” como aparece na divulgação) é de 461 milhões e que em 2015 o valor é de 340 milhões, sendo que o último valor apresentados na DRE, mas não o primeiro, já que a empresa não publicou a DRE de 2016.

Mais adiante o auditor diz que examinou as demonstrações “que compreendem o balanço patrimonial em 31/12/2016 e as respectivas demonstrações do resultado (...)”.

Podemos concluir então que a empresa fez um CTRL C e CTRL V da DRE do balanço anterior. Apenas isto.