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18 abril 2017

Contabilidade Financeira faz 11 anos e surge um novo blog: GECAP

Há 11 anos surgia um blog chamado Contabilidade Financeira. A origem estava num endereço pessoal. A atualização do conteúdo deste endereço levava muito tempo e nem sempre o formato era razoável para o leitor – afinal o endereço era feito por um amador.

Durante estes anos todos nós vimos nascer e, em alguns casos e infelizmente, morrer algumas tentativas de criação de blog na área. Confesso que em alguns momentos foi difícil manter atualizações, principalmente no período de 2014 a 2016, quando assumi um cargo na área administrativa da minha universidade que tomava muito tempo.

Mas, entre idas e vindas, o blog, que teve sua primeira postagem no dia 18 de abril de 2006, ainda está na ativa. Somente neste mês de abril foram 59 postagens, algumas de contabilidade, outras nem tanto.

De vez em quando recebemos contato de pessoas querendo criar um blog. O entusiasmo do nosso apoio é acompanhado de uma ressalva: dá trabalho. Sabe aquela postagem sobre a Aramco? Levou mais de uma hora e meia. E aquelas de história da contabilidade? Algumas levavam mais de três horas para serem feitas.

Para comemorar os 11 anos do blog estou reproduzindo, com autorização, um texto de um novo blog: GECAP ou Grupo de Estudos em Contabilidade e Administração Pública, criado por Victor Godeiro, Leandro Saraiva, Roberto Lima e Nyalle Matos. É muito bom ter mais esta companhia.

Rir é o melhor remédio


17 abril 2017

Sobre procrastinação e motivação...



Dica: mude a velocidade do vídeo nas configurações, assista mais rápido e poupe tempo.

Links

Canadá faz um acordo de livre comércio com ele mesmo

A relação entre Facebook e a saúde das pessoas

Museu das falhas inclui lasanha Colgate

Agenda do CEO e o desempenho da empresa (inclui dados com executivos brasileiros)

Efeito Uber esvazia estacionamentos, reduz serviços de valets e multas de trânsito por embriaguez

Aramco, governança e valor de mercado

A Saudi Aramco (ou Aramco) é uma empresa da Arábia Saudita, que explora o petróleo e derivados daquele país. A empresa possui a maior reserva de petróleo do mundo, sendo também a maior produtora. Isto faz da empresa a maior do setor de petróleo e derivados.

A empresa nasceu nos primórdios da exploração do petróleo na Arábia Saudita. Com a crise de 1973 e por conta do apoio do governo dos Estados Unidos a Israel, o governo daquele país começou a adquirir ações da empresa até que tomou o controle total em 1980, com 100% das ações.

Estima-se que a receita da empresa, em 2010, tenha sido de 311 bilhões de dólares ou 977 bilhões de reais na conversão atual (a receita da Petrobras é de 320 bilhões). Com 65 mil funcionários (a Petrobras possui 78 mil) e reservas de 260 bilhões de barris (ve1rsus 13 bilhões da empresa brasileira), produção de 12 milhões de barris por dia (versus 2,8 milhões), a empresa é um gigante no setor.

Quanto é o seu valor? A estimativa varia entre 1,25 trilhão a 10 trilhões de dólares, o que faz da empresa aquela de maior do mundo. Recentemente, o governo da Arábia Saudita anunciou a possibilidade de abrir o capital da empresa em 2018, vendendo 5% das ações. Aparentemente o governo daquele país pretende aumentar a participação do setor privado na economia, incluindo o mercado de capitais. Mas a bolsa da Arábia Saudita é pequena para comportar uma empresa avaliada em 2 trilhões de dólares por seus proprietários. Além disto, a participação dos investidores estrangeiros é reduzida naquele mercado (4%). Outro problema é a grande chance de existir preço diferenciado na privatização, onde os investidores locais receberiam um desconto.

Mas um ponto central é a questão da governança. Há dúvidas se os padrões sauditas de governança são adequados. Ao mesmo tempo, alguns mercados financeiros mundiais oferecem a possibilidade, para empresas internacionais, de abrir o capital sem cumprir padrões de governança local, o que seria um atrativo para a empresa saudita. Atualmente a empresa é supervisionada por um conselho de nove diretores, sendo três sem influência do governo.

Oferecendo 5% de uma empresa com valor de 2 trilhões de dólares, a oferta da Saudi Aramco seria a maior oferta pública de ações da história: 200 bilhões de dólareas. Mas um artigo de Gregory Brew questiona esta estimativa oficial. Este valor foi fruto da multiplicação do valor das reservas por US$ 8 por barril:

261 bilhões de barris x 8 = 2,1 trilhão.

(Por esta expressão, o valor da Petrobras seria 13 bilhões x 8 = 104 bilhões de dólares ou 327 bilhões de reais). Esta regra usada pelo governo para estimar o valor da empresa é falha. A Bloomberg (via aqui) usou o múltiplo para Rosneft (Rússia) e chegou a uma valor de 272 bilhões, versus 64 bilhões no valor de mercado. Até a ExxonMobil, uma empresa privada, seria supervalorizada com este múltiplo. E a Petrobras não vale 327 bilhões de reais.

Um estudo independente sugere um valor de 400 bilhões de dólares, que inclui no preço o fato da Saudi Aramco ser uma empresa estatal (e nós, brasileiros, sabemos como isto interfere no valor de uma empresa de petróleo). Além disto, como as demonstrações contábeis não são divulgadas, não se sabe a estrutura de custos da empresa. Não é possível saber sequer quanto são os impostos; as informações disponíveis informam que a empresa paga royalties sobre as receitas e imposto de 85% sobre o lucro. Este peso dos tributos possui impacto sobre o valor.

Rir é o melhor remédio


16 abril 2017

O que é mais gratificante em ser professor?

A pergunta acima apareceu no Quora, um endereço onde as pessoas fazem perguntas e outras podem responder. Até o momento que escrevo esta postagem somente Ben Zhao, um professor de computação, respondeu. Mas muito do que ele disse parece que tem a minha história (grifo meu e fiz pequenas mudanças no texto).

Há uma série de respostas para esta pergunta, e dependendo da sua personalidade, elas provavelmente produzirão níveis variáveis ​​de impacto. Em vez de tentar chegar a uma lista exaustiva, vou fazer o meu melhor para mencionar alguns dos melhores momentos que eu experimentei a partir da minha perspectiva pessoal.

1. Observando como um estudante de doutorado (quase) terminando seu curso receber essa oferta de trabalho cobiçado. Este é o culminar de anos de trabalho duro, pelo estudante, e em menor grau, pelo orientador. Estes são momentos em que você vê maneiras quantificáveis ​​que seus esforços literalmente alteraram e moldaram a vida de outro ser humano. Ao contrário dos pais e professores que muitas vezes precisam esperar anos para ver seus esforços chegarem a bom termo, um conselheiro de doutorado vê que o impacto direto de seus esforços dos últimos N anos, materializado imediatamente em um único momento.

2. Assistir um de seus alunos apresentar uma palestra fantástica numa conferência de primeira linha, na frente de uma sala cheia de participantes de todo o mundo.

3. Recebendo uma inesperada nota de agradecimento no correio (ou e-mail) de um ex-aluno, agradecendo pela disciplina que você ensinou a ele há 6 anos e detalhando como mudou a trajetória de sua vida e carreira. Apesar do nível de esforço significativo que a maioria dos professores colocam no ensino, tendemos a esquecer quantos alunos são afetados pelo que e como ensinamos. Essas notas ocasionais são grandes lembretes de quanto nossa aula importa.

4. Encontrar-se com um ex-aluno em uma conferência acadêmica, e ser apresentado aos seus atuais alunos se preparando para apresentar o seu trabalho.

Todos estes item têm o mesmo tema recorrente: o impacto sobre a vida dos alunos e ex-alunos. Há muitos outros componentes que fazem a vida acadêmica, como publicar, obter bolsa, receber prêmios e reconhecimento, ver nossa pesquisa impactar diretamente na indústria e nos usuários reais, etc. Mas pessoalmente acho que o papel do professor é mais satisfatório e é por isso que esses momentos são os mais gratificantes e memoráveis ​​para mim.