Recentemente houve muita especulação que a crescente sofisticação e penetração da inteligência artificial irá dizimar fileiras [de profissionais] da indústria de serviços profissionais, particularmente com contabilidade em perigo.
De fato, um estudo de 2013 da Universidade de Oxford listou contadores e auditores como dos mais ameaçados pelos computadores, e um relatório da McKinsey de 2016 previa que 86% do trabalho feito pelos auditores e contadores, tinha potencial técnico para ser automatizado.
Computadores e software têm evoluído para um ponto onde eles podem preencher planilhas, números e gerar demonstrações financeiras e relatórios de desempenho mais rapidamente e com mais precisão do que qualquer contador humano. De fato, as máquinas já estão assumindo muitas das antigas, rotineiras e administrativas tarefas da contabilidade e os softwares de contabilidade são grandes exemplos de trabalho de rotina que os contabilistas não precisam mais fazer.
Isto é uma coisa boa. Já está permitindo que os contadores humanos sejam consultores e planejadores mais sofisticados. Desta forma, a tecnologia pode ser melhor utilizada como uma ferramenta que dá aos seres humanos mais espaço para se concentrar em análise, interpretação e estratégia. Em outras palavras, os computadores têm enorme potencial para capacitar.
Vimos essa evolução em muitas outras indústrias. Recentemente, tive a oportunidade de visitar o escritório da IBM em Nova York, onde testemunhei o poder da Inteligência Artificial na indústria médica. (...) o que eu vi na IBM tem um potencial incrível. Watson - o supercomputador da IBM - tem sido capaz de ler e reter milhões de páginas de revistas médicas e pesquisas de uma forma que um médico humano não pode. Isso permitiu que a máquina cuspisse diagnósticos potenciais - mesmo os raros que não poderiam vir à mente imediatamente - em tempo recorde (...)
Com esta informação, o médico pode começar a trabalhar tratando o paciente mais rápido, e o tempo economizado pode ser a diferença entre a vida e a morte. Ainda assim, no final, um médico humano é necessário para fazer as perguntas pertinentes e adicionar o julgamento que uma máquina não pode oferecer. (...) com a ajuda de AI, ele ou ela [o médico) pode fazê-lo melhor.
No futuro da contabilidade, os seres humanos serão os usuários finais da informação gerada pela IA da mesma forma que os médicos são. Contadores oferecerão o julgamento humano que não pode ser automatizado (...)
Rachel Grimes (foto), presidente do IFAC. Continue lendo aqui. (Este texto foi traduzido com o apoio do computador.)
04 abril 2017
03 abril 2017
Desempenho das empresas brasileiras piorou em 2016
Analisando o comportamento de 340 empresas no ano de 2016, em comparação com os três exercícios sociais anteriores, é possível perceber que o desempenho piorou. Usando quatro medidas contábeis de desempenho, que são tradicionalmente inquestionáveis, é possível verificar que somente em 52,35% dos casos os valores aumentaram em relação ao período anterior. Este percentual foi de quase 65% no exercício de 2013, tendo caído para 62% em 2014 e 55% em 2015.
Usando os valores de ativo, patrimônio líquido, receita e lucro líquido, a medida compara o valor do ano com o período anterior. Espera-se que as quatro medidas tenham aumentado para um desempenho razoável. Entretanto, isto só ocorreu em 63 das 340 empresas da amostra. Já em 50 casos ocorreu uma redução das quatro medidas. Em 2015 105 empresas aumentaram as quatro medidas e 23 tiveram redução.
Eis os campeões de desempenho ruim:
Maior redução de ativo = Petrobras
Maior redução do PL = Gerdau
Maior redução da Receita = Petrobras
Maior redução do lucro = JBS
Usando os valores de ativo, patrimônio líquido, receita e lucro líquido, a medida compara o valor do ano com o período anterior. Espera-se que as quatro medidas tenham aumentado para um desempenho razoável. Entretanto, isto só ocorreu em 63 das 340 empresas da amostra. Já em 50 casos ocorreu uma redução das quatro medidas. Em 2015 105 empresas aumentaram as quatro medidas e 23 tiveram redução.
Eis os campeões de desempenho ruim:
Maior redução de ativo = Petrobras
Maior redução do PL = Gerdau
Maior redução da Receita = Petrobras
Maior redução do lucro = JBS
Curso de Contabilidade Básica: Provisão Judicial
Quando uma empresa tem processos na justiça, a mesma deve levar em consideração as chances de vitória ou derrota. Essas chances precisam ser classificadas como: prováveis, possíveis ou remotas. Se o processo for favorável para a empresa, o valor em discussão deve ser considerado como um ativo da empresa. Se a causa é contra a empresa e existe chances de derrota, temos um caso de um passivo que recebe a denominação de provisão. Mostramos isto no capítulo 4 do segundo volume do livro Curso de Contabilidade Básica.
Agora, vamos mostrar isto na prática com a empresa BrasilBrokers, uma empresa de intermediação e consultoria imobiliária:
Como estamos tratando de provisão, é necessário olhar o lado direito do balanço (do passivo). Lá é possível encontrarmos diversas provisões, como aquelas relacionadas com os empregados, as de perdas com investimento e para riscos processuais. Esta última chama a atenção pelo elevado valor proporcional – quase 19 milhões no circulante e mais 72 milhões no não circulante, totalizando 91 milhões para um ativo de 424 milhões, ou seja 21% do ativo seria destinado para o pagamento de tais dívidas. Além disto, percebemos que esta provisão não existia no período anterior.
Como riscos processais significaria bastante coisa, para entender a razão desta provisão, fomos buscar as informações nas narrativas da empresa. Lá, em uma leitura do Relatório da Administração é possível esclarecer:
“um dos efeitos da severa crise que atinge a quase todos os setores da economia, foi o expressivo crescimento na quantidade de reclamações trabalhistas promovidas, no nosso caso, por corretores associados. Apesar do contrato de associação e regulação da profissão (…) aperfeiçoada recentemente pela Lei 13.097/2015, continuamos sendo impactados por decisões desfavoráveis. A Companhia está trabalhando incansavelmente para que reversões desses casos sejam obtidas. Para tal, estamos buscando maneiras de tratar o assunto de forma setorial e não apenas isoladamente para levar ao conhecimento de instâncias superiores do poder judiciário a realidade da relação entre imobiliária e corretores autônomos associados.”
Ou seja, a empresa está frequentemente perdendo as ações de corretores na justiça, ela fez a devida provisão. Um ponto relevante é que deste total, 19 milhões devem, segundo a estimativa da empresa, representar saída de caixa até o final de 2017, pois são de curto prazo.
E qual a contrapartida? Está no resultado, com a denominação de outras despesas operacionais:
Agora, você saberia responder em que situações essa empresa poderia não reconhecer esse passivo em seu Balanço Patrimonial? E seria isso possível (ou a empresa estaria omitindo informações relevantes aos seus usuários?) Se você não consegue essas respostas, não deixe de ler o capítulo 4 do Curso de Contabilidade Básica, vol.2. Lá, nós apresentamos essas respostas pra você....
Agora, vamos mostrar isto na prática com a empresa BrasilBrokers, uma empresa de intermediação e consultoria imobiliária:
Como estamos tratando de provisão, é necessário olhar o lado direito do balanço (do passivo). Lá é possível encontrarmos diversas provisões, como aquelas relacionadas com os empregados, as de perdas com investimento e para riscos processuais. Esta última chama a atenção pelo elevado valor proporcional – quase 19 milhões no circulante e mais 72 milhões no não circulante, totalizando 91 milhões para um ativo de 424 milhões, ou seja 21% do ativo seria destinado para o pagamento de tais dívidas. Além disto, percebemos que esta provisão não existia no período anterior.
Como riscos processais significaria bastante coisa, para entender a razão desta provisão, fomos buscar as informações nas narrativas da empresa. Lá, em uma leitura do Relatório da Administração é possível esclarecer:
“um dos efeitos da severa crise que atinge a quase todos os setores da economia, foi o expressivo crescimento na quantidade de reclamações trabalhistas promovidas, no nosso caso, por corretores associados. Apesar do contrato de associação e regulação da profissão (…) aperfeiçoada recentemente pela Lei 13.097/2015, continuamos sendo impactados por decisões desfavoráveis. A Companhia está trabalhando incansavelmente para que reversões desses casos sejam obtidas. Para tal, estamos buscando maneiras de tratar o assunto de forma setorial e não apenas isoladamente para levar ao conhecimento de instâncias superiores do poder judiciário a realidade da relação entre imobiliária e corretores autônomos associados.”
Ou seja, a empresa está frequentemente perdendo as ações de corretores na justiça, ela fez a devida provisão. Um ponto relevante é que deste total, 19 milhões devem, segundo a estimativa da empresa, representar saída de caixa até o final de 2017, pois são de curto prazo.
E qual a contrapartida? Está no resultado, com a denominação de outras despesas operacionais:
Agora, você saberia responder em que situações essa empresa poderia não reconhecer esse passivo em seu Balanço Patrimonial? E seria isso possível (ou a empresa estaria omitindo informações relevantes aos seus usuários?) Se você não consegue essas respostas, não deixe de ler o capítulo 4 do Curso de Contabilidade Básica, vol.2. Lá, nós apresentamos essas respostas pra você....
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