Translate

30 março 2017

Auditores punidos

O órgão de supervisão de auditores nos Estados Unidos (PCAOB) anunciou ontem mais duas punições ligadas à investigação de irregularidades cometidas por antigos sócios da Deloitte no Brasil. As sanções atingiram Michael John Morrell, ex-presidente do conselho, e a Juarez Lopes de Araújo, ex-presidente-executivo da empresa no país. (Valor Econômico)

A punição é decorrente dos problemas descobertos pelo PCAOB no trabalho de auditoria de 2010 da empresa Gol. Anteriormente alguns profissionais foram punidos e agora a punição chega ao topo da hierarquia. Mas os executivos já não fazem mais parte da empresa e estão aposentados, segundo o jornal.

BNDES

O jornal Estado de S Paulo informa que o BNDES estará adotando uma postura mais forte com as empresas que praticam a corrupção:

O BNDES está alterando as exigências para a concessão de novos empréstimos. O banco só vai liberar recursos a partir de agora para empresas que assinarem um termo anticorrupção declarando que a condução de seus negócios segue estritamente a lei. A medida será adotada para todo e qualquer novo financiamento de projetos que envolvam contratos com a administração pública ou parceria com entes públicos, segundo o diretor jurídico da instituição, Marcelo Siqueira.

Além de se comprometerem a seguir regras de conformidade, as empresas terão de comunicar ao banco qualquer problema ou indício de irregularidade que identifiquem nos projetos. Se não o fizerem ou se forem envolvidas em investigações de corrupção e ficar provado que os administradores da empresa sabiam das irregularidades, os desembolsos do financiamento serão imediatamente suspensos, a empresa terá de pagar multas e será decretado o vencimento antecipado de todas as dívidas da empresa com o BNDES.


O interessante é que foram estabelecidas penas para quem não cumprir as obrigações. É bom lembrar que a lista dos empréstimos realizados pelo BNDES a juros subsidiados precisa ser melhor investigada pelos órgãos de controle.

28 março 2017

E para onde foi a DRE?

Recentemente postamos um texto sobre o balanço da Bancoop Par Seguridade. A postagem chamava atenção para o balanço em 31/12/2015, com duas contas somente: CDB e Capital. Ou seja, a empresa foi constituída com aplicação financeira.


Nas notas explicativas tem logo de início a seguinte observação:

A Bancoob Participações em Seguridade S.A. (“Bancoob Par Seguridade”) ou (“Companhia”) é uma sociedade anônima de capital fechado, constituída em 23 de dezembro de 2014, e está sediada em Brasília. 

No início do Relatório da Administração tem o seguinte trecho:

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no dia 12 de agosto [2016], a entrada em operação da Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S/A, por meio da portaria nº 6.620. Com capital social inicial de R$ 40 milhões (…)

Se a entidade foi constituída em 2014 e tinha aplicação em CDB, para onde foi a receita financeira da empresa em 2015? E onde está a DRE?

Pesquisa

O Grupo de Pesquisas em Organizações da UFGD, Pessoas e Ambiente (UFGD) está pedindo ajuda aos estudantes de contabilidade para responder um questionário sobre a relação da educação financeira e do otimismo no uso de cartões de crédito. Os dados obtidos serão tratados e analisados de forma estritamente confidencial e os resultados somente serão apresentados de forma agregada sem identificação do respondente.

O link do questionário está aqui

Para que serve um banco público?

Pelo menos é o que se pode extrair de um estudo recente publicado pelo FMI. Na verdade, não é  exactamente um estudo, é mais um meta-estudo – o tipo de coisa que se faz quando a  investigação sobre um tema já é tão vasta e dispersa que o melhor contributo que alguém pode dar para o debate é sintetizar o que já existe e usar estatística e bom senso para separar as águas, distinguindo as conclusões aberrantes das conclusões sólidas. Em Bank Ownership: Trends and Implications, três economistas do Departamento de Investigação do Fundo propuseram-se a fazer isso: aventuraram-se numa uma laboriosa compilação de dados, reviram a bibliografia e passaram em revista mais de 100 estudos acerca deste tema.
(...) E, no geral, a maioria dos estudos sugere que os bancos com capital público tendem a ter piores resultados do que os bancos privados. Os custos são frequentemente mais altos, a percentagem de crédito malparado é maior e a rentabilidade é mais baixa. O contraste assume maiores proporções na América Latina, mas os resultados permanecem válidos para a Europa Ocidental. Como em todas as regras em economia, esta também tem a sua excepção: na Alemanha, a banca pública leva vantagem face à banca privada.

(...) A importância dos bancos públicos nota-se mais após as crises se materializaram, altura em que funcionam como um instrumento contra-cíclico para aumentar o crédito quando mais ninguém quer fazer empréstimos. Em suma, eles parecem mais úteis para limpar os estilhaços do que para evitar que os vidros se partam.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


Infraero

Além de passivo a descoberto, o balanço da Infraero se destaca por uma nota do auditoria estranha (ou interessante):

Base para opinião com ressalva

Identificamos o registro de notas fiscais de despesas de serviços e materiais decorrentes de exercícios anteriores em 2016, refletindo assim no resultado do exercício, ferindo o princípio contábil da competência.