Além de passivo a descoberto, o balanço da Infraero se destaca por uma nota do auditoria estranha (ou interessante):
Base para opinião com ressalva
Identificamos o registro de notas fiscais de despesas de serviços e materiais decorrentes de exercícios anteriores em 2016, refletindo assim no resultado do exercício, ferindo o princípio contábil da competência.
28 março 2017
27 março 2017
Curso de Contabilidade Básica
No capítulo 3 do volume 1 de nosso livro Curso de Contabilidade Básica (que pode ser adquirido aqui ou aqui) apresentamos logo no início um exemplo de uma nova empresa. A primeira transação é a constituição da empresa, com a integralização do capital. Esta é uma situação rara: provavelmente entre as inúmeras transações que ocorrem numa empresa, a integralização do capital é um evento que acontece uma vez a cada cinco ou dez anos.
Nos exemplos de casos práticos que estamos apresentando aos leitores do nosso livro é difícil encontrar esta situação. Mas recentemente tivemos um exemplo publicado em jornais. A Bancoob Par Seguridade publicou na edição Centro-Oeste do Valor Econômico de segunda (27 de março de 2017) as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2016 e 2015. Para fins deste nosso estudo de caso, o balanço patrimonial do exercício findo de 2015 era o seguinte:
(Retiramos os dados de 31/12/2016). Logo na introdução tem-se o seguinte texto:
A Bancoob Participações em Seguridade S.A. – Bancoob Par Seguridade, subsidiária integral do Banco Cooperativo do Brasil S.A. – Bancoob, foi constituída em 23 de dezembro de 2014, com o objetivo de deter participação acionária em Companhia Seguradora, em parceria com a Mongeral Aegon Seguros e Previdência S.A. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no dia 12 de agosto, a entrada em operação da Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S/A, por meio da portaria nº 6.620. Com capital social inicial de R$ 40 milhões e sede em Brasília (DF), a nova companhia é resultado de uma joint venture entre a seguradora Mongeral Aegon e a Bancoob Participações em Seguridade S.A. A chegada da Sicoob Seguradora ao mercado tem como meta levar seguros de vida e planos de previdência aos quase quatro milhões de cooperados do Sicoob no País e a expectativa é que a empresa esteja no grupo das dez maiores seguradoras de vida brasileiras nos próximos cinco anos, pois conta com a experiência da Mongeral Aegon no mercado de seguros de vida e previdência e com a capilaridade do Sistema de Cooperativas Sicoob para distribuição dos produtos da empresa.
O leitor da nossa obra poderá responder as questões a seguir:
a) A partir deste balanço, e tendo por base o explicado no capítulo 3 do livro, seria possível descrever a operação?
b) Existe uma informação no texto acima que contradiz os dados do Balanço. Qual seria?
Nos exemplos de casos práticos que estamos apresentando aos leitores do nosso livro é difícil encontrar esta situação. Mas recentemente tivemos um exemplo publicado em jornais. A Bancoob Par Seguridade publicou na edição Centro-Oeste do Valor Econômico de segunda (27 de março de 2017) as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2016 e 2015. Para fins deste nosso estudo de caso, o balanço patrimonial do exercício findo de 2015 era o seguinte:
(Retiramos os dados de 31/12/2016). Logo na introdução tem-se o seguinte texto:
A Bancoob Participações em Seguridade S.A. – Bancoob Par Seguridade, subsidiária integral do Banco Cooperativo do Brasil S.A. – Bancoob, foi constituída em 23 de dezembro de 2014, com o objetivo de deter participação acionária em Companhia Seguradora, em parceria com a Mongeral Aegon Seguros e Previdência S.A. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) autorizou, no dia 12 de agosto, a entrada em operação da Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S/A, por meio da portaria nº 6.620. Com capital social inicial de R$ 40 milhões e sede em Brasília (DF), a nova companhia é resultado de uma joint venture entre a seguradora Mongeral Aegon e a Bancoob Participações em Seguridade S.A. A chegada da Sicoob Seguradora ao mercado tem como meta levar seguros de vida e planos de previdência aos quase quatro milhões de cooperados do Sicoob no País e a expectativa é que a empresa esteja no grupo das dez maiores seguradoras de vida brasileiras nos próximos cinco anos, pois conta com a experiência da Mongeral Aegon no mercado de seguros de vida e previdência e com a capilaridade do Sistema de Cooperativas Sicoob para distribuição dos produtos da empresa.
O leitor da nossa obra poderá responder as questões a seguir:
a) A partir deste balanço, e tendo por base o explicado no capítulo 3 do livro, seria possível descrever a operação?
b) Existe uma informação no texto acima que contradiz os dados do Balanço. Qual seria?
26 março 2017
25 março 2017
Fato da Semana: Petrobras em 2016
Fato: Petrobras em 2016
Data: 22 de março de 2017
Contextualização - Com a operação lava-jato foi constatado que a empresa estatal Petrobras estava sendo usada num esquema que envolvia políticos, empreiteiras, diretores e elevados cargos republicanos. A consequência contábil era que os ativos da empresa estavam subestimados, assim como diversas decisões foram tomadas a partir do dinheiro da corrupção, ignorando qualquer conselho técnico. Somente após um elevada amortização dos ativos, o balanço da empresa foi publicado.
Entretanto, tudo leva a crer que o valor reconhecido como perda em 2014 não foi suficiente. Nos balanços seguintes, o valor do impairment levado a resultado foi gigantesco, atingindo a 113 bilhões de reais ou 17% dos ativos existentes no final de 2013.
Ao mesmo tempo, a empresa não tem condições de receber aporte do seu maior acionista - a União - e apresenta um volume de dívida que impede um reconhecimento imediato destas perdas.
As demonstrações publicadas nesta semana mostram um prejuízo de quase 15 bilhões de reais, o não pagamento de dividendos pelo terceiro ano consecutivo e uma dívida elevada. Mas, por outro lado, a empresa continua gerando lucro operacional (desconsiderando a perda do impairment) e caixa das operações.
Relevância - Três aspectos foram destacados pelo blog na sua análise. O primeiro é a baixa rentabilidade das aplicações financeiras, abaixo até da inflação. O segundo é a tentativa de reescrever a história através das demonstrações contábeis, dizendo que o esquema de corrupção ocorria entre 2004 a abril de 2012. E a tentativa de assumir um papel de vítima do esquema de corrupção.
As demonstrações contábeis da Petrobras começam a representar um retrato do que ocorreu na empresa nos últimos anos. E como tudo isto ocorreu sem que o auditor soubesse, os sistemas de controle funcionassem e os investidores não punissem a empresa com a queda no preço das ações.
Notícia boa para contabilidade? Não. Analisar as demonstrações contábeis é perguntar como tudo isto aconteceu. As perdas de 113 bilhões de reais acumuladas ao longo dos três últimos anos representam mais de 500 por brasileiro. É muito dinheiro desviado, sem que fosse detectado pelos sistemas de controle (aí incluindo a auditoria). A contabilidade, como responsável por relatar a situação de uma entidade, falhou.
Desdobramentos - Creio que as próximas demonstrações terão resultados melhores. Mas a falta de dividendos pelo terceiro ano seguido pode gerar uma discussão interessante. Se for constatado que a empresa não relatou todas as perdas já em 2014, as demonstrações de 2014 e 2015 podem ser contestadas. Quanto aos três aspectos destacados pelo blog (papel de vítima, baixa rentabilidade das aplicações financeiras e tentativa de reescrever a história) somos céticos, infelizmente.
Mas a semana só teve isto? Dois outros fatos se destacam. O primeiro são as consequências da operação Carne Fraca, que atingiu o setor de proteínas brasileiro. O blog destacou a questão da gestão de riscos, mas outras análises podem ser feitas. O segundo fato é o acordo PwC e MF Global.
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