Sobre o teste de Turing, leia aqui
18 março 2017
17 março 2017
Hoje é um novo tempo
A Globo Comunicação e Participações SA divulgou, hoje, no Valor Econômico, jornal de propriedade do grupo, as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de 2016. É possível notar uma redução no caixa, assim como no ativo, nas receitas, no lucro e uma geração negativa de caixa das operações.
Espeto de Pau – sendo dona do melhor e maior jornal econômico do País, o Valor Econômico, seria possível esperar uma grande qualidade na divulgação das informações. Mas o que tivemos acesso é uma página de jornal, com as demonstrações contábeis com os itens 1 e 2 das notas explicativas. Ao final da página, uma informação: “O parecer dos Auditores Ernst Young Auditores Independentes SS, datado de 10/03/17, foi emitido sem ressalvas e encontra-se à disposição dos acionistas junto com as demonstrações financeiras completas, na sede da Companhia.” Somente os acionistas que forem na sede é que terão acesso às informações completas.
Particularmente estava curioso com a posição da diretoria quanto ao cenário do país em 2016, mas o relatório da administração publicado só afirma que “em cumprimentos às disposições legais e estatutárias, apresentamos aos Senhores Acionistas as demonstrações financeiras e notas explicativas relativas aos exercícios sociais encerrados em 31 de dezembro de 2016 e 2015. Rio de Janeiro, 17 de março de 2017. A Diretoria.” (negrito do Relatório). É muito pouco para uma empresa de comunicação. Gostaria de ler também sobre a operação de compra do jornal Valor Econômico. É bem verdade que o grupo é uma empresa de capital fechado, mas é a curiosidade…
Conforme fui lendo as demonstrações, fiquei com a impressão de que o que foi publicado foram todas as demonstrações. Ou seja, a empresa não deixou de lado nenhuma informação adicional. Não é possível determinar o grau de certeza desta afirmação.
Notas Explicativas – a maior parte das notas explicativas reproduzem textos de conhecimento do usuário de uma demonstração contábil. A título de exemplo considere o item 2.3:
Investimento em Coligadas: coligadas são entidades sobre as quais a Globo tem influência significativa. Influência significativa é o poder de participara nas decisões sobre políticas operacionais da investida, não sendo, no entanto, controle ou controle em cojunto sobre essas políticas. Os investimentos em coligadas são contabilizados utilizando o método da equivalência patrimonial
Este trecho pode ser encontrado praticamente igual no CPC ou num material institucional do seu auditor, a EY, por exemplo.
A parte mais interessante diz respeito ao reconhecimento das receitas, na nota explicativa 2.6, e dos direitos de exibição e transmissão, na nota 2.9.
Balanço Patrimonial e DRE – Apesar da elevada liquidez (2,70 no final de 2016), do baixo endividamento (37% do ativo foi financiado pelo passivo ou 15% considerando somente os empréstimos de curto e longo prazo), a dívida líquida onerosa, resultado dos empréstimos menos caixa e equivalentes, aumentou em quase 1,4 bilhão de reais.
As receitas reduziram de 16 bilhões para 15.3 bilhões, o que corresponde a um giro menor que a unidade. Apesar da redução da receita, os custos aumentaram, de 9,2 bilhões para 10,1 bilhões, reduzindo o lucro bruto e o resultado operacional. Mas chama a atenção o volume de despesa financeira: 1,264 bilhão, para uma média de empréstimo de 3,238 bilhões (soma do curto e longo prazo, inicial e final, dividido por dois), o que projetaria um custo da dívida de 39%. Apesar da rentabilidade operacional da empresa ser elevada, este custo é excessivo para uma empresa do porte da Globo. Qual a razão? Não sabemos, pela falta de informação. E é um valor acima do retorno dos acionistas, de 15.3%.
Fluxos de Caixa – Uma empresa sobrevive no longo prazo somente se consegue gerar caixa com suas operações. Se no ano de 2015 a Globo teve um lucro líquido de 4.3 bilhões e uma geração de caixa de 4,3 bilhões, no ano de 2016 não somente o lucro reduziu substancialmente, para 2,6 bilhões, como também a geração de caixa foi ruim: negativo em 64,4 milhões. O principal responsável pelo desempenho foi a menor quantidade de dinheiro recebida, de maneira adiantada, dos clientes.
Para compensar o caixa das operações negativo, a empresa gerou caixa nas atividades de investimento, graças ao resgate de investimentos e a menor aquisição de imobilizado. Isto ajudou em quase 1 bilhão o fluxo de caixa. Como ocorreu um aumento no pagamento de dividendos, de 819 milhões para 2,5 bilhões, a variação no caixa foi de 2,2 bilhões.
Espeto de Pau – sendo dona do melhor e maior jornal econômico do País, o Valor Econômico, seria possível esperar uma grande qualidade na divulgação das informações. Mas o que tivemos acesso é uma página de jornal, com as demonstrações contábeis com os itens 1 e 2 das notas explicativas. Ao final da página, uma informação: “O parecer dos Auditores Ernst Young Auditores Independentes SS, datado de 10/03/17, foi emitido sem ressalvas e encontra-se à disposição dos acionistas junto com as demonstrações financeiras completas, na sede da Companhia.” Somente os acionistas que forem na sede é que terão acesso às informações completas.
Particularmente estava curioso com a posição da diretoria quanto ao cenário do país em 2016, mas o relatório da administração publicado só afirma que “em cumprimentos às disposições legais e estatutárias, apresentamos aos Senhores Acionistas as demonstrações financeiras e notas explicativas relativas aos exercícios sociais encerrados em 31 de dezembro de 2016 e 2015. Rio de Janeiro, 17 de março de 2017. A Diretoria.” (negrito do Relatório). É muito pouco para uma empresa de comunicação. Gostaria de ler também sobre a operação de compra do jornal Valor Econômico. É bem verdade que o grupo é uma empresa de capital fechado, mas é a curiosidade…
Conforme fui lendo as demonstrações, fiquei com a impressão de que o que foi publicado foram todas as demonstrações. Ou seja, a empresa não deixou de lado nenhuma informação adicional. Não é possível determinar o grau de certeza desta afirmação.
Notas Explicativas – a maior parte das notas explicativas reproduzem textos de conhecimento do usuário de uma demonstração contábil. A título de exemplo considere o item 2.3:
Investimento em Coligadas: coligadas são entidades sobre as quais a Globo tem influência significativa. Influência significativa é o poder de participara nas decisões sobre políticas operacionais da investida, não sendo, no entanto, controle ou controle em cojunto sobre essas políticas. Os investimentos em coligadas são contabilizados utilizando o método da equivalência patrimonial
Este trecho pode ser encontrado praticamente igual no CPC ou num material institucional do seu auditor, a EY, por exemplo.
A parte mais interessante diz respeito ao reconhecimento das receitas, na nota explicativa 2.6, e dos direitos de exibição e transmissão, na nota 2.9.
Balanço Patrimonial e DRE – Apesar da elevada liquidez (2,70 no final de 2016), do baixo endividamento (37% do ativo foi financiado pelo passivo ou 15% considerando somente os empréstimos de curto e longo prazo), a dívida líquida onerosa, resultado dos empréstimos menos caixa e equivalentes, aumentou em quase 1,4 bilhão de reais.
As receitas reduziram de 16 bilhões para 15.3 bilhões, o que corresponde a um giro menor que a unidade. Apesar da redução da receita, os custos aumentaram, de 9,2 bilhões para 10,1 bilhões, reduzindo o lucro bruto e o resultado operacional. Mas chama a atenção o volume de despesa financeira: 1,264 bilhão, para uma média de empréstimo de 3,238 bilhões (soma do curto e longo prazo, inicial e final, dividido por dois), o que projetaria um custo da dívida de 39%. Apesar da rentabilidade operacional da empresa ser elevada, este custo é excessivo para uma empresa do porte da Globo. Qual a razão? Não sabemos, pela falta de informação. E é um valor acima do retorno dos acionistas, de 15.3%.
Fluxos de Caixa – Uma empresa sobrevive no longo prazo somente se consegue gerar caixa com suas operações. Se no ano de 2015 a Globo teve um lucro líquido de 4.3 bilhões e uma geração de caixa de 4,3 bilhões, no ano de 2016 não somente o lucro reduziu substancialmente, para 2,6 bilhões, como também a geração de caixa foi ruim: negativo em 64,4 milhões. O principal responsável pelo desempenho foi a menor quantidade de dinheiro recebida, de maneira adiantada, dos clientes.
Para compensar o caixa das operações negativo, a empresa gerou caixa nas atividades de investimento, graças ao resgate de investimentos e a menor aquisição de imobilizado. Isto ajudou em quase 1 bilhão o fluxo de caixa. Como ocorreu um aumento no pagamento de dividendos, de 819 milhões para 2,5 bilhões, a variação no caixa foi de 2,2 bilhões.
IN da Receita
A Receita publicou hoje a IN 1700
Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014.
São 317 artigos, incluindo anexos de inclusão/exclusão do lucro líquido e uma nova tabela de depreciação.
Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014.
São 317 artigos, incluindo anexos de inclusão/exclusão do lucro líquido e uma nova tabela de depreciação.
16 março 2017
Emprego: boa notícia para economia, má notícia para o setor
Saiu hoje os dados de emprego formal do Caged, coletados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O governo comemorou o resultado, já que desde março de 2015 o número de demitidos superava o de admitidos. Ou seja, o mercado de trabalho não estava criando vagas para os trabalhadores. O número acumulado estava chegando perto de três milhões de vagas destruídas. Em fevereiro foram admitidos 1.250 mil empregados e demitidos 1.215 mil, o que dá um saldo positivo de 35,6 mil vagas criadas.
Apesar dos dados, é difícil dizer que existe uma reversão do comportamento ruim do mercado de trabalho. Em 2014 tivemos neste mês o melhor desempenho; mas em 2016, foi um dos piores meses do ano. Um ponto negativo se destaca nos dados divulgados: foi o pior mês para os trabalhadores antigos. Enquanto em janeiro de 2014 o tempo médio de serviço do empregado demitido era de 16, 02 meses, este número aumentou ao longo do tempo atingindo 23,84 meses em fevereiro de 2017. Isto é um indício de que as empresas começaram demitindo os empregados com menos tempo de casa e nos últimos meses estão mandando para rua os mais antigos.
Setor Contábil – Como comentamos anteriormente, em janeiro o saldo da movimentação no setor contábil foi positivo pela primeira vez desde outubro de 2015. Mas em fevereiro, foram demitidos 8702 empregados, um número 1.109 acima dos admitidos. O valor acumulado de destruição de vagas chegou bem perto dos 32 mil. A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos chegou a quase 25%, um número bastante elevado. Já o tempo de emprego do empregado demitido reduziu um pouco em relação aos meses anteriores: 35,52 em fevereiro e 35,56 em janeiro. A diferença de idade entre quem entrou e quem saiu também reduziu em fevereiro.
A variação no emprego de fevereiro ocorreu principalmente entre as mulheres (-698), quem tinha ensino médio completo (-587) e contadores e auditores (-571). Mas o número foi negativo em todos os grupos.
Professores – O único grupo no setor contábil que não teve um resultado ruim em fevereiro foram dos professores, já que ocorreram mais contratações do que demissões. Mas como o mercado de trabalho deste grupo é muito sazonal, o blog prefere analisar os números acumulados em doze meses. Isto elimina a sazonalidade e permite uma análise mais adequada. Com isto, nos últimos doze meses mais professores foram demitidos do que contratados, a exemplo do que ocorreu no setor contábil e na economia. O tempo médio de emprego dos professores demitidos tem apresentado crescimento expressivo, atingindo em fevereiro de 2017 47,1 meses (versus 35,52 do setor contábil como um todo).
Apesar dos dados, é difícil dizer que existe uma reversão do comportamento ruim do mercado de trabalho. Em 2014 tivemos neste mês o melhor desempenho; mas em 2016, foi um dos piores meses do ano. Um ponto negativo se destaca nos dados divulgados: foi o pior mês para os trabalhadores antigos. Enquanto em janeiro de 2014 o tempo médio de serviço do empregado demitido era de 16, 02 meses, este número aumentou ao longo do tempo atingindo 23,84 meses em fevereiro de 2017. Isto é um indício de que as empresas começaram demitindo os empregados com menos tempo de casa e nos últimos meses estão mandando para rua os mais antigos.
Setor Contábil – Como comentamos anteriormente, em janeiro o saldo da movimentação no setor contábil foi positivo pela primeira vez desde outubro de 2015. Mas em fevereiro, foram demitidos 8702 empregados, um número 1.109 acima dos admitidos. O valor acumulado de destruição de vagas chegou bem perto dos 32 mil. A diferença salarial entre os admitidos e os demitidos chegou a quase 25%, um número bastante elevado. Já o tempo de emprego do empregado demitido reduziu um pouco em relação aos meses anteriores: 35,52 em fevereiro e 35,56 em janeiro. A diferença de idade entre quem entrou e quem saiu também reduziu em fevereiro.
A variação no emprego de fevereiro ocorreu principalmente entre as mulheres (-698), quem tinha ensino médio completo (-587) e contadores e auditores (-571). Mas o número foi negativo em todos os grupos.
Professores – O único grupo no setor contábil que não teve um resultado ruim em fevereiro foram dos professores, já que ocorreram mais contratações do que demissões. Mas como o mercado de trabalho deste grupo é muito sazonal, o blog prefere analisar os números acumulados em doze meses. Isto elimina a sazonalidade e permite uma análise mais adequada. Com isto, nos últimos doze meses mais professores foram demitidos do que contratados, a exemplo do que ocorreu no setor contábil e na economia. O tempo médio de emprego dos professores demitidos tem apresentado crescimento expressivo, atingindo em fevereiro de 2017 47,1 meses (versus 35,52 do setor contábil como um todo).
Enecon
Estão abertas as inscrições para submissão de trabalhos para o 13º ENECON (Encontro Nordestino de Contabilidade). Os trabalhos deverão ser submetidos e enviados até 30/04/2017 por meio eletrônico, por meio do endereço: www.enecon2017.crcrn.org.br. O evento acontecerá entre 2 e 4 de agosto de 2017, no Centro de Convenções de Natal. O evento é organizado pelo CRC/RN.
Saraiva
Os conselhos de administração e fiscal da rede Saraiva vão pedir aos auditores independentes da empresa, da Grant Thornton, que "analisem e confirmem" que as demonstrações financeiras de 2014, 2015 e 2016 estão de acordo com os princípios e práticas de contabilidade e refletem a posição patrimonial da companhia. A decisão foi tomada em reunião depois que o Valor informou, na terça-feira, que a gerência de acompanhamento de empresas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está analisando potenciais irregularidades "muito graves" na empresa. Entre 2014 e o segundo trimestre de 2016, a KPMG foi responsável pela auditoria dos balanços. A decisão da rede de analisar os números consta em comunicado ao mercado publicado ontem.
Fonte: Aqui
Segundo o Valor, de 7 de março,
Numa troca de e-mails, em 10 de abril de 2016, entre Ana Recart, diretora da GWI, e Saraiva Neto, o presidente esclarece uma dúvida sobre o lucro bruto da empresa verificado de janeiro a fevereiro daquele ano. O valor estava R$ 3,5 milhões menor do que o apurado inicialmente. "A razão disso é que escondemos esse valor em uma provisão, fazemos isso pois é uma antiga prática do varejo (...)"
Fonte: Aqui
Segundo o Valor, de 7 de março,
Numa troca de e-mails, em 10 de abril de 2016, entre Ana Recart, diretora da GWI, e Saraiva Neto, o presidente esclarece uma dúvida sobre o lucro bruto da empresa verificado de janeiro a fevereiro daquele ano. O valor estava R$ 3,5 milhões menor do que o apurado inicialmente. "A razão disso é que escondemos esse valor em uma provisão, fazemos isso pois é uma antiga prática do varejo (...)"
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