A visão de 2030 do Iasb na Arábia Saudita
A placa que evita pichação no hospital (ao lado)
A matemática foi inventada ou descoberta?
Problemas do trabalhador muito qualificado
Persuasão e a defesa contra a arte das trevas
13 março 2017
Paradoxo da Escolha
The Economist (via Estado de S Paulo), faz uma análise sobre a grande produção cultural decorrente da internet e seus problemas. Atenção para o conclusão:
(... )A questão é que essas tecnologias têm um efeito paradoxal: embora ampliem a gama de escolhas dos usuários, concentram sua atenção nas criações mais populares e nas maiores plataformas. Seja porque o entretenimento é uma atividade social, ou porque as pessoas não sabem o que fazer diante da profusão de opções que têm à disposição, o fato é que acabam recorrendo aos rankings e aos algoritmos de recomendações de plataformas como Netflix, YouTube e Spotify para se orientar e decidir qual será a próxima dose de conteúdo a ser consumida. Por causa disso, são justamente os títulos mais conhecidos que se destacam e acabam atraindo novos usuários.
Em outras palavras, as grandes marcas continuam a prosperar. Dos milhares de filmes lançados mundialmente no ano passado, as cinco maiores bilheterias foram de produções da Disney. Na outra ponta do espectro, a “cauda longa” das criações voltadas para pequenos nichos de consumo revela-se extremamente rarefeita. No ano passado, segundo a empresa de pesquisas de mercado Nielsen, os americanos adquiriram cópias digitais de 8,7 milhões de músicas, quase 5 milhões a mais do que em 2007. Mas o número de faixas cujas vendas superaram as cem cópias manteve-se inalterado: 350 mil. E o número de músicas que tiveram uma única venda aumentou de 1 milhão para 3,5 milhões. Os artistas desconhecidos continuam penando para chegar às paradas de sucesso.
Quem ganha e quem perde com isso? Os consumidores são os maiores beneficiários. (...) Do lado da produção, sairão ganhando as empresas que tiverem fôlego para continuar despejando recursos em produções “premium” – o domínio da Disney nas bilheterias, por exemplo, foi garantido com a compra da Marvel, da Lucasfilm e da Pixar –, ou que tenham plataformas com grande número de usuários, como Facebook e YouTube, ou, ainda, que sejam capazes de se encarregar tanto da distribuição, quanto da criação de conteúdo, como Amazon e Netflix pretendem fazer. Essa é a lógica por trás da oferta de US$ 109 bilhões que a AT&T fez pela Time Warner em outubro do ano passado, unindo a maior operadora de TV paga dos EUA a um de seus maiores estúdios de cinema e televisão.
O princípio remoto. Por outro lado, as perspectivas não parecem animadoras para as operadoras de TV a cabo, que são o modelo de negócio mais lucrativo da história do entretenimento nos EUA. A fórmula de seu sucesso, que consistia em acrescentar cada vez mais canais aos pacotes oferecidos aos consumidores, e, assim, elevar os preços das assinaturas, já não rende frutos. Atraídos por serviços mais baratos e flexíveis, oferecidos pela internet, os americanos começaram a cortar o cabo da TV a uma taxa superior a 1 milhão de domicílios por ano (os eventos esportivos com transmissão ao vivo são um dos últimos pilares que mantêm o sistema em pé).
O declínio da TV paga é um bom exemplo do paradoxo da escolha. É possível que as pessoas nunca tenham tido tantas coisas para assistir e escutar, mas há um limite para a quantidade de conteúdo que elas conseguem consumir. E as escolhas que os consumidores fazem acabarão por concentrar o poder nas mãos de gigantes como Disney, Netflix e Facebook. Em vez de democratizar o entretenimento, a internet deve fortalecer uma oligarquia.
O texto não cita, mas a leitura de A Cauda Longa, de Chris Anderson, é bastante apropriada.
(... )A questão é que essas tecnologias têm um efeito paradoxal: embora ampliem a gama de escolhas dos usuários, concentram sua atenção nas criações mais populares e nas maiores plataformas. Seja porque o entretenimento é uma atividade social, ou porque as pessoas não sabem o que fazer diante da profusão de opções que têm à disposição, o fato é que acabam recorrendo aos rankings e aos algoritmos de recomendações de plataformas como Netflix, YouTube e Spotify para se orientar e decidir qual será a próxima dose de conteúdo a ser consumida. Por causa disso, são justamente os títulos mais conhecidos que se destacam e acabam atraindo novos usuários.
Em outras palavras, as grandes marcas continuam a prosperar. Dos milhares de filmes lançados mundialmente no ano passado, as cinco maiores bilheterias foram de produções da Disney. Na outra ponta do espectro, a “cauda longa” das criações voltadas para pequenos nichos de consumo revela-se extremamente rarefeita. No ano passado, segundo a empresa de pesquisas de mercado Nielsen, os americanos adquiriram cópias digitais de 8,7 milhões de músicas, quase 5 milhões a mais do que em 2007. Mas o número de faixas cujas vendas superaram as cem cópias manteve-se inalterado: 350 mil. E o número de músicas que tiveram uma única venda aumentou de 1 milhão para 3,5 milhões. Os artistas desconhecidos continuam penando para chegar às paradas de sucesso.
Quem ganha e quem perde com isso? Os consumidores são os maiores beneficiários. (...) Do lado da produção, sairão ganhando as empresas que tiverem fôlego para continuar despejando recursos em produções “premium” – o domínio da Disney nas bilheterias, por exemplo, foi garantido com a compra da Marvel, da Lucasfilm e da Pixar –, ou que tenham plataformas com grande número de usuários, como Facebook e YouTube, ou, ainda, que sejam capazes de se encarregar tanto da distribuição, quanto da criação de conteúdo, como Amazon e Netflix pretendem fazer. Essa é a lógica por trás da oferta de US$ 109 bilhões que a AT&T fez pela Time Warner em outubro do ano passado, unindo a maior operadora de TV paga dos EUA a um de seus maiores estúdios de cinema e televisão.
O princípio remoto. Por outro lado, as perspectivas não parecem animadoras para as operadoras de TV a cabo, que são o modelo de negócio mais lucrativo da história do entretenimento nos EUA. A fórmula de seu sucesso, que consistia em acrescentar cada vez mais canais aos pacotes oferecidos aos consumidores, e, assim, elevar os preços das assinaturas, já não rende frutos. Atraídos por serviços mais baratos e flexíveis, oferecidos pela internet, os americanos começaram a cortar o cabo da TV a uma taxa superior a 1 milhão de domicílios por ano (os eventos esportivos com transmissão ao vivo são um dos últimos pilares que mantêm o sistema em pé).
O declínio da TV paga é um bom exemplo do paradoxo da escolha. É possível que as pessoas nunca tenham tido tantas coisas para assistir e escutar, mas há um limite para a quantidade de conteúdo que elas conseguem consumir. E as escolhas que os consumidores fazem acabarão por concentrar o poder nas mãos de gigantes como Disney, Netflix e Facebook. Em vez de democratizar o entretenimento, a internet deve fortalecer uma oligarquia.
O texto não cita, mas a leitura de A Cauda Longa, de Chris Anderson, é bastante apropriada.
12 março 2017
11 março 2017
Fato da Seman: Boas notícias no Emprego
Fato: Boas notícias no emprego
Data: 6 março
Contextualização
O governo federal é informado mensalmente os funcionários admitidos e demitidos pelas empresas. Geralmente na terceira semana do mês subsequente, a informação é divulgada, permitindo o acompanhamento do mercado de trabalho. Usando esta informação, o blog Contabilidade Financeira faz um trabalho de compilação dos dados para o setor contábil, verificando a evolução do número de contratados e o número de demitidos.
Desde que começamos a compilar e divulgar este dados, o número tem sido, de uma forma geral, ruim. Ou seja, geralmente o saldo entre admissões e demissões é negativo. Conforme mostramos na semana, a crise na economia também possui reflexo na contabilidade, atingindo homens e mulheres, jovens e idosos, experientes ou não, com curso superior ou somente ensino médio e assim por diante.
A informação de janeiro somente foi divulgada em março, provavelmente por conta dos feriados de fevereiro. E pela primeira vez, desde outubro de 2015, ocorreram mais contratações que demissões. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014 foram demitidos mais de trinta mil funcionários a mais do que foram contratados.
Relevância
Ainda é cedo para dizer que existe uma reversão. Afinal, geralmente janeiro é um mês onde esta relação é positiva. Mas os números coletados permite ter uma esperança de que atingimos o fundo do poço em dezembro de 2016.
A análise que fizemos também não mostra que o problema seja estrutural; ou seja, que a automoção esteja matando as vagas no setor. Pelo menos por enquanto.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Outro fato importante é que na economia como um todo não ocorreu esta recuperação.
Desdobramentos
No mês passado dizemos aqui que o saldo de janeiro continuaria negativo. Erramos. Quanto a movimentação de fevereiro, que deve sair em breve, acreditamos que haverá uma tendência ao padrão dos últimos meses voltar.
Mas a semana só teve isto?
A notícia que a CVM determinou que a Petrobras deve refazer suas demonstrações foi o outro fato importante da semana. É bem verdade que da entidade demorou anos que fazer esta exigência, mas antes tarde do que nunca.
Data: 6 março
Contextualização
O governo federal é informado mensalmente os funcionários admitidos e demitidos pelas empresas. Geralmente na terceira semana do mês subsequente, a informação é divulgada, permitindo o acompanhamento do mercado de trabalho. Usando esta informação, o blog Contabilidade Financeira faz um trabalho de compilação dos dados para o setor contábil, verificando a evolução do número de contratados e o número de demitidos.
Desde que começamos a compilar e divulgar este dados, o número tem sido, de uma forma geral, ruim. Ou seja, geralmente o saldo entre admissões e demissões é negativo. Conforme mostramos na semana, a crise na economia também possui reflexo na contabilidade, atingindo homens e mulheres, jovens e idosos, experientes ou não, com curso superior ou somente ensino médio e assim por diante.
A informação de janeiro somente foi divulgada em março, provavelmente por conta dos feriados de fevereiro. E pela primeira vez, desde outubro de 2015, ocorreram mais contratações que demissões. Em termos acumulados, desde janeiro de 2014 foram demitidos mais de trinta mil funcionários a mais do que foram contratados.
Relevância
Ainda é cedo para dizer que existe uma reversão. Afinal, geralmente janeiro é um mês onde esta relação é positiva. Mas os números coletados permite ter uma esperança de que atingimos o fundo do poço em dezembro de 2016.
A análise que fizemos também não mostra que o problema seja estrutural; ou seja, que a automoção esteja matando as vagas no setor. Pelo menos por enquanto.
Notícia boa para contabilidade?
Sim. Outro fato importante é que na economia como um todo não ocorreu esta recuperação.
Desdobramentos
No mês passado dizemos aqui que o saldo de janeiro continuaria negativo. Erramos. Quanto a movimentação de fevereiro, que deve sair em breve, acreditamos que haverá uma tendência ao padrão dos últimos meses voltar.
Mas a semana só teve isto?
A notícia que a CVM determinou que a Petrobras deve refazer suas demonstrações foi o outro fato importante da semana. É bem verdade que da entidade demorou anos que fazer esta exigência, mas antes tarde do que nunca.
10 março 2017
Machado de Assis era contador
Além de escrever contos, romances, peças teatrais, poemas e crônicas, o escritor carioca Machado de Assis tinha habilidade com os números. Uma pesquisa de cinco anos descobriu que ele dividia o dom com as palavras entre a profissão de contador, que lhe rendeu o cargo de responsável pelas contas do Ministério de Obras e Viação em 1873, o agora Ministério dos Transportes.
A descoberta partiu de uma curiosidade da professora Isabel Cristina Sartorelli. Isabel é doutora em contabilidade e professora adjunta do curso de graduação em administração da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Sorocaba (SP). O trabalho foi concluído em 2016, publicado no fim do ano.
A descoberta partiu de uma curiosidade da professora Isabel Cristina Sartorelli. Isabel é doutora em contabilidade e professora adjunta do curso de graduação em administração da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Sorocaba (SP). O trabalho foi concluído em 2016, publicado no fim do ano.
Fonte: aqui
[...]
O Machado de Assis da literatura brasileira, todos conhecem. Mas e o contador, o contabilista? Essa outra profissão de Joaquim Maria Machado de Assis foi confirmada por estudos do professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, em parceria com sua colega Isabel Cristina Sartorelli, do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em Sorocaba, SP.
Os pesquisadores se debruçaram sobre a vida profissional de Machado de Assis e conseguiram provar sua atuação como funcionário público no Ministério de Viação e Obras a partir de 1889. Nesse ano, Machado tinha apenas 33 anos e, por questões financeiras, decidiu entrar para a vida pública, reconhecendo que seu papel como burocrata seria seu principal meio de sobrevivência. Durante todo o restante de sua vida – ele morreu aos 69 anos -, trabalhou nessa repartição, ocupando várias posições. Chegou até ao cargo de diretor-geral de contabilidade.
O professor Martins conta que o interesse pelo estudo da vida profissional, extraliterária, do escritor veio com a percepção de que alguns de seus contos tinham uma visão mais próxima de questões econômicas e financeiras. “O livro Memorial de Aires, por exemplo, é considerado por biógrafos como autobiográfico. O personagem Aguiar, cuja profissão é de guarda-livros, seria autorretrato de Machado, que também exerceu essa função em 1902 no Ministério de Viação e Obras. Um guarda-livros executa as mesmas tarefas que um contador.”
Outro fato que os estimulou no estudo veio das discordâncias entre os biógrafos quanto à possível carreira de contador. Na busca por comprovações, os professores decidiram analisar os documentos encontrados sobre o cargo público.
Para os professores, uma releitura mais detalhada das biografias do autor pode definir a questão da profissão de Machado, mas a certeza é que “a contribuição para a área de contabilidade é de cunho histórico, pois localizamos o grande Machado de Assis como colega de profissão, o que pode ter impacto grande entre os profissionais da área contábil”, declara Martins.
A pesquisa pode ser encontrada na íntegra neste link.
[...]
O Machado de Assis da literatura brasileira, todos conhecem. Mas e o contador, o contabilista? Essa outra profissão de Joaquim Maria Machado de Assis foi confirmada por estudos do professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, em parceria com sua colega Isabel Cristina Sartorelli, do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em Sorocaba, SP.
Os pesquisadores se debruçaram sobre a vida profissional de Machado de Assis e conseguiram provar sua atuação como funcionário público no Ministério de Viação e Obras a partir de 1889. Nesse ano, Machado tinha apenas 33 anos e, por questões financeiras, decidiu entrar para a vida pública, reconhecendo que seu papel como burocrata seria seu principal meio de sobrevivência. Durante todo o restante de sua vida – ele morreu aos 69 anos -, trabalhou nessa repartição, ocupando várias posições. Chegou até ao cargo de diretor-geral de contabilidade.
O professor Martins conta que o interesse pelo estudo da vida profissional, extraliterária, do escritor veio com a percepção de que alguns de seus contos tinham uma visão mais próxima de questões econômicas e financeiras. “O livro Memorial de Aires, por exemplo, é considerado por biógrafos como autobiográfico. O personagem Aguiar, cuja profissão é de guarda-livros, seria autorretrato de Machado, que também exerceu essa função em 1902 no Ministério de Viação e Obras. Um guarda-livros executa as mesmas tarefas que um contador.”
Outro fato que os estimulou no estudo veio das discordâncias entre os biógrafos quanto à possível carreira de contador. Na busca por comprovações, os professores decidiram analisar os documentos encontrados sobre o cargo público.
Para os professores, uma releitura mais detalhada das biografias do autor pode definir a questão da profissão de Machado, mas a certeza é que “a contribuição para a área de contabilidade é de cunho histórico, pois localizamos o grande Machado de Assis como colega de profissão, o que pode ter impacto grande entre os profissionais da área contábil”, declara Martins.
A pesquisa pode ser encontrada na íntegra neste link.
Fonte: aqui
Efeito Robô
As cinco profissões que serão tomadas pelos robôs: cargos de gerenciamento em nível intermediário; vendedores de commodities; jornalistas, autores e escritores de relatórios; contadores e médicos.
Eis o que diz a reportagem:
Data processing probably created more jobs than it eliminated, but machine learning -- based accountants and bookkeepers will be so much better than their human counterparts, you're going to want to use the machines. Robo-accounting is in its infancy, but it's awesome at dealing with accounts payable and receivable, inventory control, auditing and several other accounting functions that humans used to be needed to do. Big Four auditing is in for a big shake-up, very soon.
As profissões que correm menos riscos: professor de pré-escola e escola primária; atleta profissional; político; juíz e profissional de saúde mental. (dica daqui).
É interessante que estava fazendo uma palestra para os calouros de contábeis e o tema era mercado de trabalho. Falei diversos tópicos e encerrei a palestra com a questão da inteligência artificial. Minha visão era otimista. Continua?
Eis o que diz a reportagem:
Data processing probably created more jobs than it eliminated, but machine learning -- based accountants and bookkeepers will be so much better than their human counterparts, you're going to want to use the machines. Robo-accounting is in its infancy, but it's awesome at dealing with accounts payable and receivable, inventory control, auditing and several other accounting functions that humans used to be needed to do. Big Four auditing is in for a big shake-up, very soon.
As profissões que correm menos riscos: professor de pré-escola e escola primária; atleta profissional; político; juíz e profissional de saúde mental. (dica daqui).
É interessante que estava fazendo uma palestra para os calouros de contábeis e o tema era mercado de trabalho. Falei diversos tópicos e encerrei a palestra com a questão da inteligência artificial. Minha visão era otimista. Continua?
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