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24 fevereiro 2017

Bankia 2

No início da semana comentamos sobre o caso do Bankia. Temos novidades sobre o caso: os ex-presidentes executivos da Caja Madrid e do Bankia, Miguel Blesa e Rodrigo Rato (foto), foram condenados a 6 anos e 4 anos e dois meses, nesta ordem, por apropriação indébita e uso das “tarjetas black” (ou seja, cartões de crédito corporativos) entre 2003 e 2012. Outras pessoas também foram condenadas por colaborar com o crime. Segundo o jornal El País a sentença, com mais de duzentas folhas, foi rápida.

explica claramente y con rotundidad las razones por las cuales las tarjetas negras eran una retribución irregular, abusiva y dañina para los intereses de Caja Madrid primero y de Bankia después. Carecían de justificación del gasto, su utilización no estaba incluida en ningún contrato profesional de los implicados con la entidad, su uso fue discrecional además de abusivo y estaban al margen de cualquier control para la declaración de IRPF. Hacienda resultó perjudicada por la autoatribución de retribuciones opacas y fuera de cualquier control.

Para o jornal, a sentença abre um precedente importante para os gestores: suas decisões devem estar sustentadas por uma justificativa contábil e fiscal.

O interessante é que inicialmente a investigação surgiu com a publicação de um artigo. A justiça tentou processar a imprensa por ter obtido a informação de maneira ilícita. Posteriormente o Bankia promoveu uma investigação interna, que conduziu a condenação. Rato foi diretor-geral do FMI !!!

Dois pontos na contabilidade de uma seguradora

Dois pontos chamaram a atenção nas demonstrações da Assurant Seguradora. Primeiro, a honestidade de admitir que utilizam as taxas de depreciação da receita. A questão do uso da taxa fiscal sempre foi um exemplo de como a contabilidade de “sujeitava” as normas da receita federal. Na introdução das normas internacionais, imaginava-se que as empresas iriam passar a utilizar suas próprias taxas e que isto aproximaria o valor contábil de uma mensuração mais adequada. O problema é que a mensuração da depreciação é muito cara e, ao mesmo tempo, imprecisa. Vale a pensa gastar dinheiro para fazer uma mensuração deste tipo ou não seria melhor usar um valor que ninguém questionaria, mesmo sendo da receita federal? A resposta é óbvia: usa-se a taxa de depreciação fiscal. A Assurant fez isto e disse com todas as letras:

(Além disto, o imobilizado da empresa é de 3.7 milhões para um ativo de 794 milhões; em outras palavras, é pouco expressivo)

O segundo ponto que chamou a atenção foi uma nota explicativa. Geralmente a empresa detalha na nota explicativa aquilo que foi apresentado no balanço e demonstração do resultado. E a empresa colocou um nota 6 no item Disponível, do ativo circulante. Na nota explicativa aparece o seguinte:


Rir é o melhor remédio


22 fevereiro 2017

Curso de Contabilidade Básica: Despesas Antecipadas numa empresa de turismo

Como você pode perceber pelo capítulo 4 do livro Curso de Contabilidade Básica, volume 1, as despesas antecipadas correspondem a algo que já foi desembolsado pela empresa, mas que ainda não faz parte da competência do exercício. Os exemplos mais comuns são os pagamentos de seguros, aluguéis e os estoques.

Numa empresa de turismo existem dois tipos de despesas antecipadas interessantes. A primeira é a comissão dos vendedores. Quando um cliente faz uma aquisição de um pacote turístico, o vendedor recebe uma comissão pela venda efetuada. Isto também ocorre no comércio em geral. Mas no caso da empresa de turismo, a venda do pacote realizada no dia de hoje somente será receita para a empresa quando ocorrer o embarque de passageiros. Vamos imaginar que um funcionário tenha vendido um pacote de R$5 mil para um cliente e sua comissão seja de 3% ou R$150. Este pacote, vendido no mês de fevereiro, refere-se às férias de julho. Assim, a receita de venda do pacote turístico somente será considerada na empresa em julho. Mas o empregado não espera tanto: recebe sua comissão no pagamento do salário, no início de março. No momento da venda, em fevereiro, registra-se “receita antecipada” (passivo circulante) e “contas a receber de clientes” (ativo circulante). Em março, paga-se a comissão com um lançamento de “despesa antecipada” (ativo circulante) e saída de caixa. Quando do embarque do passageiro, a despesa antecipada é lançada a crédito, tendo a contrapartida uma despesa operacional.

O segundo tipo de despesa antecipada interessante numa empresa de turismo é o pagamento de um fretamento de um navio. A viagem será feita no segundo semestre, mas a agência antecipa o pagamento agora para garantir a venda futura de um pacote. No momento do pagamento, tem-se um débito na despesa antecipada e o crédito em caixa. No futuro, esta despesa será levada a resultado, como vimos acima (D: despesa operacional; C: despesa antecipada).

Estas duas situações estão presentes no balanço da empresa CVC, talvez a maior operadora de turismo do Brasil. Veja a nota explicativa referente a esta conta:

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