Após olhar o balanço do Bradesco, publicado no dia de hoje, poderia comentar dos 15 bilhões de reais de lucro (abaixo dos 17 do ano anterior), da receita de intermediação financeira de 162 bilhões de reais, dos 62 bilhões de caixa operacional (versus -35 bilhões de 2015), entre outros aspectos.
Muitas vezes o que não é dito é tão importante quanto aquilo que é dito. Isto também é uma verdade na contabilidade. O que faltou dizer na demonstração publicada hoje? Se no dia de hoje você pensar no ano de 2016, qual assunto seria o mais importante: (a) Olimpíadas do Rio; (b) Operação Lava-Jato e outras operações de combate a corrupção; e (c) cassação do mandato de Rousseff? Talvez uma resposta em cima do muro seja as três alternativas.
Na mensagem aos acionistas, o presidente do Conselho de Administração do Bradesco enfatiza a conclusão da operação de aquisição do HSBC, o patrocínio das Olimpíadas e Paraolimpíadas e "os desafios impostos pelo atual cenário econômico". No Relatório de Administração o conteúdo está focado principalmente nas realizações da entidade. A entidade simplesmente ignora o item (b) e (c). É bem verdade que na nota explicativa 18, item d, ironicamente entitulada de "outros assuntos", comenta-se sobre a Operação Zelotes e a Operação Greenfield. No formulário 20F a entidade afirma:
nossa subsidiária Banco Bradesco BBI S.A. (“Bradesco BBI”) é parte em alguns processos judiciais e administrativos instaurados contra a Petrobras e outros réus, devido à sua atuação em uma oferta de títulos da Petrobras. Nós ou nossas subsidiárias podemos nos tornar parte em outros processos judiciais e/ou administrativos contra a Petrobras ou outras companhias, que ainda não foram instaurados
Deve ser um grande dilema para uma entidade fazer comentários sobre a situação política do principal mercado onde atua. Provavelmente o acionista não deseja que a entidade divulgue comentários como fazia o saudoso empresário Salvador Arena, que escrevia sobre a burocracia, os elevados impostos e outros assuntos. Mas dois fatos recentes incomodam este "esquecimento" do Bradesco. Primeiro, em 2014 o atual presidente, sr. Luís Trabuco, foi convidado para ser ministro da fazenda do governo Rousseff. O segundo, foi uma reunião ocorrida no Planalto, em fevereiro de 2016, onde este mesmo senhor tomou a palavra para dizer que
Hoje, temos uma pauta única no Brasil: o que nos angustia é como tirar o país da recessão
(Não era verdade, tanto é que a pauta de 2016 foi principalmente política, não econômica)
Ao ignorar o assunto, a diretoria do Bradesco nada mais faz do que confirmar a fama de dilmista (1). A entidade perdeu uma grande oportunidade de analisar os efeitos políticos dos acontecimentos recentes nos resultados, passados e futuros.
Um contra-argumento é que a instituição deve comentar estes aspectos no formulário 20F, entregue à SEC. Não concordo; o relatório de administração tem espaço para isto e a própria entidade resolveu abrir um item denonominado "Controle Integrado de Riscos", onde o assunto poderia ser tratado. Um subitem, 12.3 Fatores de Riscos, remete ao 20F, afirmando:
"O Formulário 20F é arquivado anualmente na SEC e pode ser acessado ..."
Mas a versão existente é de 2015. (Embora tenha sido colocado na página em abril de 2015, quando já estava em andamento o processo de impeachment). A entidade cometeu um grave erro contábil: ignorou o que realmente ocorreu no ano de 2016.
Prêmio Abrasca - No início do Relatório de Administração, o Bradesco afirma que conquistou "mais uma vez" o Prêmio Abrasca de Melhor Relatório Anual, que "reconhece o compromisso das empresas com a transparência no relacionamento com acionistas, clientes e partes interessadas". Não sou acionista, nem cliente, nem parte interessada. Mas se depender da minha opinião, o Bradesco não deveria ganhar o prêmio este ano.
(1) Vide em http://observatoriodaimprensa.com.br/crise-economica/dilma-e-o-bradesco/
08 fevereiro 2017
07 fevereiro 2017
Teoria Econômica é uma Fábula!
Resumo:
What on earth are economic theorists like me trying to accomplish? This paper discusses four dilemmas encountered by an economic theorist:
The dilemma of absurd conclusions: Should we abandon a model if it produces absurd conclusions or should we regard a model as a very limited set of assumptions that will inevitably fail in some contexts?
The dilemma of responding to evidence: Should our models be judged according to experimental results?
The dilemma of modelless regularities: Should models provide the hypothesis for testing or are they simply exercises in logic that have no use in identifying regularities?
The dilemma of relevance: Do we have the right to offer advice or to make statements that are intended to influence the real world?
Respostas na conclusão do artigo:
Like us, the teller of fables confronts the dilemma of absurd conclusions, because the logic of his story may also lead to absurd conclusions. Like us, the teller of fables confronts the dilemma of response to evidence. He wants to maintain a connection between his fable and what he observes; there is a fine line between an amusing fantasy and a fable with a message. Like us, the teller of fables is frustrated by the dilemma of fableless regularity when he realizes that sometimes his fables are not needed to obtain insightful observations. Like us, the teller of fables confronts the dilemma of relevance. He wants to influence the world, but knows that his fable is only a theoretical argument. As in the case of fables, absurd conclusions reveal contexts in which the model produces unreasonable results, but this may not necessarily make the model uninteresting. As in the case of fables, models in economic theory are derived from observations of the real world, but are not meant to be testable. As in the case of fables, models have limited scope. As in the case of a good fable, a good model can have an enormous influence on the real world, not by providing advice or by predicting the future, but rather by influencing culture.13 Yes, I do think we are simply the tellers of fables, but is that not wonderful?
Fonte: Rubinstein, Ariel, (2006), Dilemmas of an Economic Theorist, Econometrica, 74, issue 4, p. 865-883,
What on earth are economic theorists like me trying to accomplish? This paper discusses four dilemmas encountered by an economic theorist:
The dilemma of absurd conclusions: Should we abandon a model if it produces absurd conclusions or should we regard a model as a very limited set of assumptions that will inevitably fail in some contexts?
The dilemma of responding to evidence: Should our models be judged according to experimental results?
The dilemma of modelless regularities: Should models provide the hypothesis for testing or are they simply exercises in logic that have no use in identifying regularities?
The dilemma of relevance: Do we have the right to offer advice or to make statements that are intended to influence the real world?
Respostas na conclusão do artigo:
Like us, the teller of fables confronts the dilemma of absurd conclusions, because the logic of his story may also lead to absurd conclusions. Like us, the teller of fables confronts the dilemma of response to evidence. He wants to maintain a connection between his fable and what he observes; there is a fine line between an amusing fantasy and a fable with a message. Like us, the teller of fables is frustrated by the dilemma of fableless regularity when he realizes that sometimes his fables are not needed to obtain insightful observations. Like us, the teller of fables confronts the dilemma of relevance. He wants to influence the world, but knows that his fable is only a theoretical argument. As in the case of fables, absurd conclusions reveal contexts in which the model produces unreasonable results, but this may not necessarily make the model uninteresting. As in the case of fables, models in economic theory are derived from observations of the real world, but are not meant to be testable. As in the case of fables, models have limited scope. As in the case of a good fable, a good model can have an enormous influence on the real world, not by providing advice or by predicting the future, but rather by influencing culture.13 Yes, I do think we are simply the tellers of fables, but is that not wonderful?
Fonte: Rubinstein, Ariel, (2006), Dilemmas of an Economic Theorist, Econometrica, 74, issue 4, p. 865-883,
Governo e Laudos de Avaliação
Quando o governo decide repassar para a iniciativa privada a exploração de um serviço ou uma entidade, sob a forma de privatização, é usual utilizar da avaliação de empresas e dos seus métodos. São dois os objetivos do governo: garantir que o serviço seja ofertado - ou que a empresa permaneça em continuidade e gerando emprego - com a qualidade adequada e obter recursos que possam ser usados em outras atividades.
O processo de alienação de um serviço ou um ativo precisa seguir algumas "regras" típicas do setor público, que inclui transparência do processo, certeza que o preço obtido foi adequado, entre outros fatores.
Um aspecto relevante, que não existe numa operação de compra e venda da iniciativa privada, é que se tenha a continuidade ou até melhoria no serviço. Se uma rodovia é privatizada, o governo irá desejar que os usuários fiquem satisfeitos, já que isto ajuda a legitimar o processo. Assim, no processo de privatização estabelecem metas que devem ser cumpridas pela empresa vencedora.
Em geral o processo de alienação é muito mais demorado que na iniciativa privada, já que existe um ritual que deve ser cumprido. Isto faz com que exista uma grande possibilidade de que os estudos preliminares que deram origem ao lance inicial do leilão fiquem defasados.
Neste texto iremos destacar estes dois aspectos: a questão da defasagem dos laudos na área pública e a necessidade de garantir uma qualidade mínima do serviço privatizado.
Qualidade mínima - O governo brasileiro descobriu, da pior forma possível, que a privatização de serviços por valor mínimo pode ser perigosa. No governo Dilma, a burocracia federal resolveu fazer leilões de rodovias usando o menor lance. Funcionava da seguinte forma: a empresa interessada deveria gerenciar uma rodovia e fazer alguns melhoramentos futuros previstos no edital. Para financiar estes gastos, o governo permite que a empresa cobre pedágios ao longo da estrada. A empresa é declarada vencedora quando fixar o menor preço possível deste pedágio.
Suponha que esteja sendo privatizado um trecho rodoviário de 350 quilômetros, com a possibilidade de implantar cinco postos de pedágio, sendo necessários desembolsos de investimento para reformar trechos em estado precário e valores para conservação ao longo do contrato. A empresa faz uma análise, estimando o potencial de geração de receita de pedágio e confronta com a expectativa de despesa futura. Posteriormente calcula o valor presente do fluxo de caixa a ser gerado.
Ao fazer a análise, a empresa deve levar em consideração os potenciais concorrentes. Fatores como a maldição do ganhador podem conduzir a um lance bastante reduzido, que pode ser inferior àquilo que seria razoável em termos de lance de um leilão. Nos leilões do governo tem ocorrido lances que tornam inviável a prestação de um serviço com qualidade mínima. Esta situação é politicamente desastrosa para o governo.
O governo agora está propondo uma forma de tentar resolver este problema (1). A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está considerando impor uma regra no leilão onde quando menor o preço oferecido - em relação ao valor estipulado no laudo - maior a necessidade de integralização de capital. Esta proposta tem uma consequência imediata que é aumentar o valor do lance mínimo ganhador. E isto pode ser ruim para o usuário, que estará pagando mais por um serviço. A razão disto é simples: como a taxa de desconto é composta do custo do capital próprio (ke) e o custo do capital de terceiros (ki). Geralmente o Ke é bem maior que o Ki; ao impor uma necessidade de capital, aumenta-se a participação do capital próprio e, consequentemente, o custo ponderado de capital. Para compensar o efeito do aumento da taxa de desconto, a empresa deve aumentar o valor a ser cobrado no pedágio.
Defasagem dos laudos - os laudos de avaliação de concessão de rodovias ou privatização de empresas estatais costumam ficar defasados em razão da lentidão do processo no governo. A necessidade de aprovação em diversos órgãos e a complexa costura política podem atrasar meses, aumentando a distância entre a data do laudo e o evento.
É sempre bom lembrar que um laudo é feito numa data específica. As estimativas foram construídas a partir das informações existentes naquele momento. Por este motivo, é comum que a mudança no cenário econômico possa alterar a qualidade do laudo, assim como o valor mínimo (ou máximo, dependendo do tipo de alienação).
Notícia recente informa que o governo pretende leiloar quatro aeroportos (Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre) tendo por base dados de final de 2015 (2). O clima econômico naquele momento era bem diferente do existente no início de 2017. O volume de passageiros em cada um dos aeroportos caiu e isto afeta a previsão futura de geração de receita, variável relevante para a determinação do preço. O risco que o governo corre é não aparecer candidato ou se ter lance único, sendo necessário rever o processo de leilão.
(1) RITTNER, Daniel. Leilões de rodovias ganham nova regra contra lance "irresponsável". Valor Econômico. 1 fev 2017, p. A2.
(2) WARTH, Anne; NAKAGAWA, Fernando. Aeroportos vão a leilão com menos passageiros. Estado de S Paulo, 4 fev 2017, p B4
O processo de alienação de um serviço ou um ativo precisa seguir algumas "regras" típicas do setor público, que inclui transparência do processo, certeza que o preço obtido foi adequado, entre outros fatores.
Um aspecto relevante, que não existe numa operação de compra e venda da iniciativa privada, é que se tenha a continuidade ou até melhoria no serviço. Se uma rodovia é privatizada, o governo irá desejar que os usuários fiquem satisfeitos, já que isto ajuda a legitimar o processo. Assim, no processo de privatização estabelecem metas que devem ser cumpridas pela empresa vencedora.
Em geral o processo de alienação é muito mais demorado que na iniciativa privada, já que existe um ritual que deve ser cumprido. Isto faz com que exista uma grande possibilidade de que os estudos preliminares que deram origem ao lance inicial do leilão fiquem defasados.
Neste texto iremos destacar estes dois aspectos: a questão da defasagem dos laudos na área pública e a necessidade de garantir uma qualidade mínima do serviço privatizado.
Qualidade mínima - O governo brasileiro descobriu, da pior forma possível, que a privatização de serviços por valor mínimo pode ser perigosa. No governo Dilma, a burocracia federal resolveu fazer leilões de rodovias usando o menor lance. Funcionava da seguinte forma: a empresa interessada deveria gerenciar uma rodovia e fazer alguns melhoramentos futuros previstos no edital. Para financiar estes gastos, o governo permite que a empresa cobre pedágios ao longo da estrada. A empresa é declarada vencedora quando fixar o menor preço possível deste pedágio.
Suponha que esteja sendo privatizado um trecho rodoviário de 350 quilômetros, com a possibilidade de implantar cinco postos de pedágio, sendo necessários desembolsos de investimento para reformar trechos em estado precário e valores para conservação ao longo do contrato. A empresa faz uma análise, estimando o potencial de geração de receita de pedágio e confronta com a expectativa de despesa futura. Posteriormente calcula o valor presente do fluxo de caixa a ser gerado.
Ao fazer a análise, a empresa deve levar em consideração os potenciais concorrentes. Fatores como a maldição do ganhador podem conduzir a um lance bastante reduzido, que pode ser inferior àquilo que seria razoável em termos de lance de um leilão. Nos leilões do governo tem ocorrido lances que tornam inviável a prestação de um serviço com qualidade mínima. Esta situação é politicamente desastrosa para o governo.
O governo agora está propondo uma forma de tentar resolver este problema (1). A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está considerando impor uma regra no leilão onde quando menor o preço oferecido - em relação ao valor estipulado no laudo - maior a necessidade de integralização de capital. Esta proposta tem uma consequência imediata que é aumentar o valor do lance mínimo ganhador. E isto pode ser ruim para o usuário, que estará pagando mais por um serviço. A razão disto é simples: como a taxa de desconto é composta do custo do capital próprio (ke) e o custo do capital de terceiros (ki). Geralmente o Ke é bem maior que o Ki; ao impor uma necessidade de capital, aumenta-se a participação do capital próprio e, consequentemente, o custo ponderado de capital. Para compensar o efeito do aumento da taxa de desconto, a empresa deve aumentar o valor a ser cobrado no pedágio.
Defasagem dos laudos - os laudos de avaliação de concessão de rodovias ou privatização de empresas estatais costumam ficar defasados em razão da lentidão do processo no governo. A necessidade de aprovação em diversos órgãos e a complexa costura política podem atrasar meses, aumentando a distância entre a data do laudo e o evento.
É sempre bom lembrar que um laudo é feito numa data específica. As estimativas foram construídas a partir das informações existentes naquele momento. Por este motivo, é comum que a mudança no cenário econômico possa alterar a qualidade do laudo, assim como o valor mínimo (ou máximo, dependendo do tipo de alienação).
Notícia recente informa que o governo pretende leiloar quatro aeroportos (Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre) tendo por base dados de final de 2015 (2). O clima econômico naquele momento era bem diferente do existente no início de 2017. O volume de passageiros em cada um dos aeroportos caiu e isto afeta a previsão futura de geração de receita, variável relevante para a determinação do preço. O risco que o governo corre é não aparecer candidato ou se ter lance único, sendo necessário rever o processo de leilão.
(1) RITTNER, Daniel. Leilões de rodovias ganham nova regra contra lance "irresponsável". Valor Econômico. 1 fev 2017, p. A2.
(2) WARTH, Anne; NAKAGAWA, Fernando. Aeroportos vão a leilão com menos passageiros. Estado de S Paulo, 4 fev 2017, p B4
Listas: Celebridades mais bem pagas
1) Taylor Swift - 170 milhões de dólares
2) One Direction - 110 milhões de dólares
3) James Patterson - 95 milhões de dólares
4) Dr. Phil McGraw - 88 milhões de dólares
Cristiano Ronaldo - 88 milhões de dólares
6) Kevin Hart - 87,5 milhões de dólares
7) Howard Stern - 85 milhões de dólares
8) Lionel Messi - 81,5 milhões de dólares
9) Adele - 80,5 milhões de dólares
10) Rush Limbaugh - 79 milhões de dólares
2) One Direction - 110 milhões de dólares
3) James Patterson - 95 milhões de dólares
4) Dr. Phil McGraw - 88 milhões de dólares
Cristiano Ronaldo - 88 milhões de dólares
6) Kevin Hart - 87,5 milhões de dólares
7) Howard Stern - 85 milhões de dólares
8) Lionel Messi - 81,5 milhões de dólares
9) Adele - 80,5 milhões de dólares
10) Rush Limbaugh - 79 milhões de dólares
06 fevereiro 2017
Cobrando perdas por corrupção
Segundo Juliano Basile (Petrobras quer ser ressarcida de fraudes, Valor Econômico, 6 fev 2017, na capa, e Petrobras cobrará perdas por corrupção, p. B5), a empresa entende que foi vítima do esquema de corrupção e que pedirá para ser ressarcida pelos prejuízos que teve com os desvios de corrupção nos seus contratos. A primeira parte da frase anterior é muito complicada: a empresa se diz vítima, mas quando toda direção parecia estar envolvida no esquema, pode-se dizer isto? Parece razoável imaginar que uma empresa que foi tomada por um grupo de pessoas que desviaram recursos seja “vítima”; mas supor que a justiça irá trabalhar com esta premissa parece forte demais. É mais fácil a justiça cobrar as multas e deixar que a empresa possa buscar a reparação em outro processo.
O segundo aspecto é interessante pois a emprega alega ter a receber R$5.7 bilhões pelos desvios “que foram apurados até aqui pela Lava-Jato”. Este é um número mágico e para muitos setores da empresa confortável. Não por coincidência, é um valor que se aproxima bastante daquele que foi apresentado pela empresa no balanço do terceiro trimestre de de 2014, ainda na gestão de Graça Foster. Assim, a empresa pretende insistir neste número mágico, que discordamos fortemente. Nossa estimativa é que o rombo foi de 20 bilhões, mas devemos destacar que a própria empresa reconheceu que seu número mágico de 6 bilhões é baseado numa estimativa grosseira. Importante destacar que a comissão cobrada era de 3% do valor dos negócios; isto representaria negócios de 190 bilhões (5,7 dividido por 3%), numa empresa que somente o imobilizado era superior a 500 bilhões de reais. Somente ao departamento de Justiça dos Estados Unidos a Braskem, onde a Petrobrás é acionista, tem-se um pagamento de 957 milhões de dólares.
O segundo aspecto é interessante pois a emprega alega ter a receber R$5.7 bilhões pelos desvios “que foram apurados até aqui pela Lava-Jato”. Este é um número mágico e para muitos setores da empresa confortável. Não por coincidência, é um valor que se aproxima bastante daquele que foi apresentado pela empresa no balanço do terceiro trimestre de de 2014, ainda na gestão de Graça Foster. Assim, a empresa pretende insistir neste número mágico, que discordamos fortemente. Nossa estimativa é que o rombo foi de 20 bilhões, mas devemos destacar que a própria empresa reconheceu que seu número mágico de 6 bilhões é baseado numa estimativa grosseira. Importante destacar que a comissão cobrada era de 3% do valor dos negócios; isto representaria negócios de 190 bilhões (5,7 dividido por 3%), numa empresa que somente o imobilizado era superior a 500 bilhões de reais. Somente ao departamento de Justiça dos Estados Unidos a Braskem, onde a Petrobrás é acionista, tem-se um pagamento de 957 milhões de dólares.
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