Minha opinião: o imposto sobre as sociedades deve ser zero. Não apenas uma alíquota zero, mas o imposto deve ser abolido. Reduzir uma alíquota é apenas um convite à renegociação, e um aumento rápido no futuro. Reduzir uma taxa mantém todos os lobistas atentos em manter todas as isenções em curso. Para reduzir um imposto, você deve seguir o conselho de um filme de zumbi - mate e crave uma estaca no seu coração. Queime o código, exclua do disco rígido.
Na minha melhor suposição, o imposto é inteiramente pago pelos consumidores em preços mais altos e trabalhadores com salários mais baixos. No entanto, funciona melhor apenas com uma mudança no imposto sobre o consumo (progressivo, se quiser) dos indivíduos.
Cochrane tem uma opinião radical sobre o imposto sobre o lucro. Provavelmente o imposto é favorável as empresas maiores, que possuem um grande departamento de planejamento tributário, e para as empresas que fazem trapaças.Além disto, alimenta uma indústria que não agrega valor para a economia: advogados tributaristas, contadores, servidores da receita, professores de normas etc.
O problema é que no Brasil seria difícil de implantar, já que o imposto sobre o consumo é elevado.
P.S. Sobre o assunto, a Receita prorrogou o prazo de apresentação da DIRF pelo atraso na disponibilização do software.
27 janeiro 2017
Aquecimento Global
Abaixo, vídeo da Nasa mostrando o aquecimento global do século XIX até os dias de hoje.
26 janeiro 2017
Fies
Koike, em Aluno com Fies paga mensalidade mais cara (Valor. 24 de janeiro, B4) informa que as mensalidades pagas por estudantes com Fies – um financiamento do governo federal – são 8% mais altas do que os alunos sem Fies. Apesar da lei determinar que os descontos devam ser iguais para os dois grupos.
Segundo Koike, a prática é semelhante as companhias de aviação, que concedem desconto para diluir custos fixos. Na realidade isto não faz muito sentido, já que dependeria da suposição sobre a existência de uma ordem para entrar num curso: primeiro o aluno com financiamento e depois aquele sem.
Outra explicação é que o aluno busca o financiamento para depois procurar a instituição. Como o dinheiro está “garantido”, a instituição não se esforça para oferecer melhores condições em relação ao aluno sem financiamento. De certa forma isto é confirmado pela declaração de um executivo da ABMES, a associação que defende os interesses das faculdades: “os abatimentos pontuais, de caráter individual, (…) não precisam ser repassados para alunos beneficiados pelo programa estudantil”.
Acredito que existam duas outras razões: o horizonte temporal do pagamento e a assimetria informacional. Para o aluno com Fies, buscar um desconto pode não compensar em razão do valor do dinheiro no tempo. E talvez a informação do desconto fique restrita ao aluno e a instituição, criando uma assimetria e impedindo que o aluno com financiamento não busque um pagamento menor.
Segundo Koike, a prática é semelhante as companhias de aviação, que concedem desconto para diluir custos fixos. Na realidade isto não faz muito sentido, já que dependeria da suposição sobre a existência de uma ordem para entrar num curso: primeiro o aluno com financiamento e depois aquele sem.
Outra explicação é que o aluno busca o financiamento para depois procurar a instituição. Como o dinheiro está “garantido”, a instituição não se esforça para oferecer melhores condições em relação ao aluno sem financiamento. De certa forma isto é confirmado pela declaração de um executivo da ABMES, a associação que defende os interesses das faculdades: “os abatimentos pontuais, de caráter individual, (…) não precisam ser repassados para alunos beneficiados pelo programa estudantil”.
Acredito que existam duas outras razões: o horizonte temporal do pagamento e a assimetria informacional. Para o aluno com Fies, buscar um desconto pode não compensar em razão do valor do dinheiro no tempo. E talvez a informação do desconto fique restrita ao aluno e a instituição, criando uma assimetria e impedindo que o aluno com financiamento não busque um pagamento menor.
Links
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25 janeiro 2017
Falácia do WACC
Um dos erros cometidos pelos gestores de uma empresa é a falácia do WACC. Os administradores das empresas, procurando simplificar sua função, terminam por usar a mesma taxa de desconto para todos os projetos de investimentos. Assim, as decisões de investimento de maior risco terminam por apresentar uma configuração mais favorável, enquanto as alternativas menos arriscadas são descontadas por uma taxa maior do que a adequada. O resultado disto é uma decisão errônea, que distorce a rentabilidade do projeto e induz a tomada de risco mais elevada.
Isto também ocorre quando uma empresa está analisando a possibilidade de adquirir ou se juntar com outra entidade. Ao analisar o potencial de geração de caixa da operação, deve-se considerar taxa de desconto diferente daquela usada pela empresa.
Resumindo, a falácia do WACC decorre de escolher uma taxa de desconto única para todas as decisões. Cada decisão tem riscos específicos, que podem se traduzir em taxas maiores ou menores que aquela usada pela empresa.
Kruger, Landier e Thesmar, pesquisadores europeus, analisaram esta falácia no artigo The WACC Fallacy: The Real Effects of Using a Unique Discount Rate (publicado há mais de ano no Journal of Finance, em junho de 2015). O que considero interessante no trabalho dos autores foi o método usado. Sem ter como analisar cada decisão de cada empresa, os autores basearam na suposição de utilização do CAPM como forma de capturar o risco fundamental. A análise focou nas empresas diversificadas, onde a falácia do WACC seria mais provável. Assim, eles puderam perceber se as empresas estavam inclinadas a investir menos nas divisões de “baixo” beta do que nas divisões de “alto” beta. Suponha, por exemplo, que uma empresa possua três divisões: A, B e C e que os betas destas divisões (que poderia ser obtido pelos betas dos setores) seriam de 0,5, 1 e 1,5. Imagine que o beta médio desta empresa diversificada seja de 1. Assim, os projetos da Divisão A, que possui um beta pequeno de 0,5, seriam avaliados, caso existisse a falácia do WACC, usando não 0,5 mas 1. Provavelmente os projetos seriam rejeitados. Por outro lado, os projetos da divisão C seriam avaliados usando um beta menor do que deveria ser, sendo mais facilmente aprovados.
Os autores do estudo efetivamente encontraram que estas empresas caiam na falácia. Isto é surpreendente, pois geralmente as empresas diversificadas são grandes empresas. Deveríamos esperar que estas empresas tivessem uma qualidade de gestão maior que as empresas menos diversificadas. Outro aspecto, é que provavelmente estas empresas devem possuir áreas específicas que fazem a análise e seleção dos investimentos, com funcionários devidamente treinados. Não parece que isto seja verdade.
Isto também ocorre quando uma empresa está analisando a possibilidade de adquirir ou se juntar com outra entidade. Ao analisar o potencial de geração de caixa da operação, deve-se considerar taxa de desconto diferente daquela usada pela empresa.
Resumindo, a falácia do WACC decorre de escolher uma taxa de desconto única para todas as decisões. Cada decisão tem riscos específicos, que podem se traduzir em taxas maiores ou menores que aquela usada pela empresa.
Kruger, Landier e Thesmar, pesquisadores europeus, analisaram esta falácia no artigo The WACC Fallacy: The Real Effects of Using a Unique Discount Rate (publicado há mais de ano no Journal of Finance, em junho de 2015). O que considero interessante no trabalho dos autores foi o método usado. Sem ter como analisar cada decisão de cada empresa, os autores basearam na suposição de utilização do CAPM como forma de capturar o risco fundamental. A análise focou nas empresas diversificadas, onde a falácia do WACC seria mais provável. Assim, eles puderam perceber se as empresas estavam inclinadas a investir menos nas divisões de “baixo” beta do que nas divisões de “alto” beta. Suponha, por exemplo, que uma empresa possua três divisões: A, B e C e que os betas destas divisões (que poderia ser obtido pelos betas dos setores) seriam de 0,5, 1 e 1,5. Imagine que o beta médio desta empresa diversificada seja de 1. Assim, os projetos da Divisão A, que possui um beta pequeno de 0,5, seriam avaliados, caso existisse a falácia do WACC, usando não 0,5 mas 1. Provavelmente os projetos seriam rejeitados. Por outro lado, os projetos da divisão C seriam avaliados usando um beta menor do que deveria ser, sendo mais facilmente aprovados.
Os autores do estudo efetivamente encontraram que estas empresas caiam na falácia. Isto é surpreendente, pois geralmente as empresas diversificadas são grandes empresas. Deveríamos esperar que estas empresas tivessem uma qualidade de gestão maior que as empresas menos diversificadas. Outro aspecto, é que provavelmente estas empresas devem possuir áreas específicas que fazem a análise e seleção dos investimentos, com funcionários devidamente treinados. Não parece que isto seja verdade.
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