A Companhia Hidrelétrica Teles Pires deverá entregar aparelhos eletrônicos e celulares, documentos contábeis e outros solicitados pela Eletrobrás, que possui participação indireta, via Furnas e Eletrosul, na empresa. A Eletrobrás argumentou que precisava das informações para atender a seus auditores independentes para as demonstrações dos exercícios de 2014 e 2015. Como já se sabe, a Eletrobrás é uma das estatais envolvidas em escândalo de corrupção; além disto, possui ação negociada no exterior. Assim, a empresa estaria precisando da informação para estabelecer a dimensão da corrupção existente no setor elétrico.
A Teles Pires possui também como acionista uma subsidiária da Odebrecht. Inicialmente o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deferiu liminar para a entrega das informações. A Teles Pires argumentou que a Eletrobrás estava tentando desviar o foco da investigação e que as informações poderia causar danos as atividades, podendo afetar a continuidade da prestação do serviço de geração de energia.
O Superior Tribunal de Justiça entendeu que o argumento da Teles Pires não procede ou não foi devidamente comprovado.
06 janeiro 2017
Eleições e mercado
As eleições de 2014 podem ter afetado o risco de mercado de empresas cotadas na bolsa de valores:
O risco oscilou e apresentou comportamento diferente para as empresas, dividindo-as em dois grupos: empresas que o risco aumentou e empresas que o risco diminuiu. Essa oscilação do risco pode ser explicada também pela variação do volume de negócios feitos por estas, pois o volume de negócios dos títulos pode influenciar o preço das transações aumentando ou reduzindo o risco das operações. (...) Entre os setores mais afetados se encontram o setor de mineração, Petróleo e Gás, onde todas as empresas tiveram oscilação no risco. Esse resultado pode também estar relacionado ao caso da Petrobras caracterizado pelas denúncias de corrupção por parte das empreiteiras contratadas e em consequência a operação Lava-jato.
O risco oscilou e apresentou comportamento diferente para as empresas, dividindo-as em dois grupos: empresas que o risco aumentou e empresas que o risco diminuiu. Essa oscilação do risco pode ser explicada também pela variação do volume de negócios feitos por estas, pois o volume de negócios dos títulos pode influenciar o preço das transações aumentando ou reduzindo o risco das operações. (...) Entre os setores mais afetados se encontram o setor de mineração, Petróleo e Gás, onde todas as empresas tiveram oscilação no risco. Esse resultado pode também estar relacionado ao caso da Petrobras caracterizado pelas denúncias de corrupção por parte das empreiteiras contratadas e em consequência a operação Lava-jato.
05 janeiro 2017
Kaggle
Fundado em 2010, Kaggle é uma plataforma de competição de modelagem analítica e preditiva. As empresas e pesquisadores colocam os dados disponíveis para que os participantes possam produzir os modelos. Isto faz com que diversas abordagens possam ser usadas na busca do melhor modelo.
Somente em 2016 300 mil novos usuários entraram para a comunidade Kaggle. Neste ano foram mais de 50 mil postagens com discussões diversas. Em algumas das competições são oferecidos prêmios para os vencedores. A Deloitte da Austrália ofereceu 10 mil dólares para melhorar o rating de xadrez Elo. O banco Santander ofereceu um prêmio para melhorar a satisfação dos clientes.
Os competidores devem escrever as soluções em códigos computacionais, geralmente Python e “R” em menor escala. Uma competição geralmente começa com a disponibilização de dados e a descrição do problema. Kaggle ajuda na disponibilização das informações. Na segunda etapa os competidores oferecem diferentes soluções, disponibilizadas publicamente. Assim que as soluções são apresentadas, os competidores podem ter um escore da qualidade da proposta. Ao término da competição, em algumas competições as soluções vencedoras recebem prêmios; a empresa que disponibilizou os dados e criou a proposta pode usar as soluções apresentadas.
Somente em 2016 300 mil novos usuários entraram para a comunidade Kaggle. Neste ano foram mais de 50 mil postagens com discussões diversas. Em algumas das competições são oferecidos prêmios para os vencedores. A Deloitte da Austrália ofereceu 10 mil dólares para melhorar o rating de xadrez Elo. O banco Santander ofereceu um prêmio para melhorar a satisfação dos clientes.
Os competidores devem escrever as soluções em códigos computacionais, geralmente Python e “R” em menor escala. Uma competição geralmente começa com a disponibilização de dados e a descrição do problema. Kaggle ajuda na disponibilização das informações. Na segunda etapa os competidores oferecem diferentes soluções, disponibilizadas publicamente. Assim que as soluções são apresentadas, os competidores podem ter um escore da qualidade da proposta. Ao término da competição, em algumas competições as soluções vencedoras recebem prêmios; a empresa que disponibilizou os dados e criou a proposta pode usar as soluções apresentadas.
Novo presidente da SEC
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que irá nomear Jay Clayton para a entidade responsável por regular o mercado de capitais, a SEC. Clayton é advogado da empresa Sullivan e Cromwell, de Nova Iorque, e já representou grandes instituições financeiras, como o Goldman Sachs e Barclays.
Na campanha eleitoral, Trump tinha afirmado que iria reduzir a regulamentação, que estaria atrapalhando os negócios nos Estados Unidos. A indicação de Clayton estaria coerente com esta diretriz, já que o mesmo defendeu, por exemplo, a revisão da lei contra a corrupção. Isto, para as empresas brasileiras que estão sendo processadas em razão do pagamento de propinas, pode ser um alento.
Na campanha eleitoral, Trump tinha afirmado que iria reduzir a regulamentação, que estaria atrapalhando os negócios nos Estados Unidos. A indicação de Clayton estaria coerente com esta diretriz, já que o mesmo defendeu, por exemplo, a revisão da lei contra a corrupção. Isto, para as empresas brasileiras que estão sendo processadas em razão do pagamento de propinas, pode ser um alento.
04 janeiro 2017
Resenha: Peak
Anders Ericsson ficou conhecido depois que Malcom Gladwell divulgou a teoria das dez mil horas. Segundo Gladwell, qualquer pessoa seria um grande especialista em sua área se dedicasse dez mil horas de esforço em aprender. Para o autor de diversos best-sellers, os Beatles praticaram estas dez mil horas tocando em Hamburgo; um jogador profissional de tênis chega ao topo treinando muito, mais precisamente dez mil horas. O que Gladwell fez foi popularizar uma pesquisa de Ericsson com pianistas de alto nível, que descobriu, entre outras coisas, que a prática leva a perfeição.
Neste livro, Ericsson, juntamente com Robert Pool, indicam que somente praticar dez mil horas não é suficiente. Sem desmerecer o papel do esforço de horas de treino, Ericsson afirmar que é necessária uma prática proposital ou deliberada, focada e com objetivos específicos. Isto inclui feedback, motivação e aprendizagem com especialistas. O livro utiliza exemplos do xadrez, incluindo aqui um breve relato das irmãs Polgar, memorização, música, aprender línguas, atletismo, entre outras situações. Os autores afirmam que “nunca encontraram um caso convincente de alguém que desenvolveu habilidades extraordinárias sem uma extensa e intensa prática”. Os prodígios, como Mozart ou Judith Polgar, são fruto do entendimento de como progredir na sua área, mas também do tipo de treinamento recebido.
A ideia de Ericsson tem sido aplicada em educação com a denominação de prática deliberada. Já no final do livro, os autores fornecem um exemplo do ensino de física através desta prática, onde o rendimento final da turma foi muito superior em relação aos alunos que aprenderam da forma tradicional.
Vale a pena? Como um bom best-seller, o livro possui uma ideia poderosa, que “a prática deliberada leva a perfeição” e passa os capítulos tentando convencer o leitor através de exemplos simples e convincentes. Dificilmente saberemos o papel da prática e o papel do talento no sucesso de uma pessoa numa determinada área, mas tudo leva a crer que o “suor” não pode ser desprezado.
Neste livro, Ericsson, juntamente com Robert Pool, indicam que somente praticar dez mil horas não é suficiente. Sem desmerecer o papel do esforço de horas de treino, Ericsson afirmar que é necessária uma prática proposital ou deliberada, focada e com objetivos específicos. Isto inclui feedback, motivação e aprendizagem com especialistas. O livro utiliza exemplos do xadrez, incluindo aqui um breve relato das irmãs Polgar, memorização, música, aprender línguas, atletismo, entre outras situações. Os autores afirmam que “nunca encontraram um caso convincente de alguém que desenvolveu habilidades extraordinárias sem uma extensa e intensa prática”. Os prodígios, como Mozart ou Judith Polgar, são fruto do entendimento de como progredir na sua área, mas também do tipo de treinamento recebido.
A ideia de Ericsson tem sido aplicada em educação com a denominação de prática deliberada. Já no final do livro, os autores fornecem um exemplo do ensino de física através desta prática, onde o rendimento final da turma foi muito superior em relação aos alunos que aprenderam da forma tradicional.
Vale a pena? Como um bom best-seller, o livro possui uma ideia poderosa, que “a prática deliberada leva a perfeição” e passa os capítulos tentando convencer o leitor através de exemplos simples e convincentes. Dificilmente saberemos o papel da prática e o papel do talento no sucesso de uma pessoa numa determinada área, mas tudo leva a crer que o “suor” não pode ser desprezado.
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