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13 dezembro 2016

Ainda Deloitte

Francine McKenna (em At Deloitte, the problems with audit quality and professionalism start at the top) analisa a multa imposta pelo PCAOB a Deloitte Brasil, no valor de 8 milhões de dólares. A empresa de auditoria encerrou as acusações de publicar relatórios falsos de auditoria e encobrir os problemas falsificando documentos e prestando depoimentos falsos. Trata-se da maior multa aplicada pelo PCAOB, que é a entidade que fiscaliza as empresas de auditoria nos Estados Unidos. Além da “honra duvidosa”, conforme McKenna, nunca antes uma empresa de auditoria global tinha sido acusada deste tipo de comportamento.

O interessante no texto de McKenna é lembrar a participação de Wanderley Olivetti. Em 2002 este funcionário da Deloitte chamou a atenção para as transações pouco usuais entre a Parmalat brasileira e uma subsidiária das Ilhas Cayman, Bonlat. Aparentemente Olivetti teve um comportamento adequado no escândalo da Parmalat, já que um executivo da empresa escreveu que não gostaria de ter contato com um auditor. Um elogio diante da fraude da empresa. Entretanto, os documentos também revelaram que Olivetti, em maio de 2002, concordou em suavizar o seu parecer para que o mesmo não fosse negativo, afirma McKenna.

O Valor Econômico de hoje qualifica Olivetti como um profissional “sério, capacitado e até rigoroso demais em determinados casos” (grifo nosso). Mas em 2012 Olivetti fez um acordo  com a CVM, juntamente com Michael Morrel e a Deloitte, pagando R$400 mil por não terem atuado adequadamente no caso Parmalat.

Em 2011 Olivetti e sua Deloitte esteve envolvido em outro problema com a CVM, agora relacionado com a Saraiva. A Saraiva não considerou que operações com derivativos fossem dignas de registro, mas posteriormente corrigiu as informações. A Deloitte era responsável pela auditoria e deveria ter emitido uma ressalva. Na época Olivetti declarou: "O valor em questão é totalmente imaterial e estou surpreso de receber esse questionamento. E mais surpreso ainda de receber um processo por uma situação totalmente imaterial (de valor não relevante)". Segundo o Estado de S Paulo, “Olivetti alega ainda que não faz parte das funções do auditor revisar e confirmar esse tipo de informação num relatório trimestral. Segundo o executivo, as obrigações do auditoria são mais restritas no relatório trimestral do que no relatório anual.

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Fotos de crianças com cachorros enormes (ao lado)

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O que é anosmia?

12 dezembro 2016

Falha num software da PwC pode permitir alteração na contabilidade

Uma falha crítica em uma ferramenta de segurança construída para sistemas SAP pela PricewaterhouseCoopers pode permitir que hackers manipulem dados contábeis e financeiros dos clientes, uma pesquisa recente afirmou.

Conforme a notícia, publicada no IB Times, o problema pode permitir que um invasor altere a contabilidade. Apesar de não afirmar que a falha já foi explorada, o problema poderia manipular, por exemplo, o pagamento de recursos humanos. A PwC negou a falha e disse que o código não está na versão atual disponibilizada para os clientes. Inicialmente a empresa de auditoria não respondeu a investigação, mas depois encaminhou uma carta através dos seus advogados.


O primeiro nome

A figura apresenta uma tábua administrativa da cidade de Uruk.

"Aparentemente registra um total de 29.086 medidas de cevada recebido por Kushim ao longo de 37 meses. "Kushim" pode ser o título genérico de um funcionário público ou o nome de um indivíduo em particular. Se Kushim foi mesmo uma pessoa, talvez seja o primeiro indivíduo da história cujo nome conhecemos! Todos os nomes usados nos estágios antigos da história humana - os neandertais, os natufianos, a caverna de Chauvet, Gobeldi Tepe - são invenções modernas. Não temos ideia de como os construtores de Gobeldi Tepe batizaram o lugar. Com o surgimento da escrita, começamos a ouvir a história da boca de seus protagonistas. Ao designá-lo, os vizinhos de Kushim podem ter na verdade gritado "Kushim". É revelador que o primeiro nome registrado na história pertença a um contador, e não a um profeta, poeta ou grande conquistador."

(Hariri, Yuval Noah. Sapiens, p. 131, grifo nosso)

11 dezembro 2016

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Políticos e empresários corruptos vivendo nos EUA

300 bilhões de multas das instituições financeiras dos EUA
 (gráfico)

Mercado de artes

Os maiores exércitos ao longo da história do homem

História da Contabilidade: Um caso de falência em 1862

Na metade do segundo império, o governo aprovou uma série de medidas legais para regulamentar as atividades comerciais. Isto inclui uma legislação sobre a destinação dos ativos de um falecido assim como um código comercial, inspirado nas normas europeias. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da economia e as crises decorrentes dos produtos agrícolas que o país exportava gerou um grande movimento falimentar. As normas editadas pelo governo ajudaram a julgar estes processos de falência. Alguns processos de falência já foram estudados pelos historiadores. A maioria deles foi esquecido, seja por falta de documentos, por falta de interesse ou por ambos.

Um dos processos que possui alguma documentação é o da sociedade em comandita Amorim, Fragoso, Santos e C., que tinha sede em Recife, Pernambuco. Começando suas operações em 1º de março de 1860, tratava-se de uma entidade financeira tendo como sócios o Comendador Antonio Marques d´Amorim, o gerente João Baptista Fragoso (que residia na sede da empresa) e o gerente José Antonio dos Santos Azevedo Junior (1), que tinha a função de caixa e escriturário. A entidade parecia ter um bom nome nos primeiros meses de funcionamento. Mas em 18 de junho de 1862, um pouco mais de dois anos de funcionamento, numa assembleia convocada para esclarecer a suspensão de pagamentos da entidade, o gerente Fragoso denuncia a falência da mesma. O sócio Amorim estranhamente não estava presente. Passa-se a investigar a situação da entidade para tentar entender como uma empresa que meses antes apresentou um balanço saudável, chegava a situação de falência. A investigação promovida por curadores indicou problemas graves na contabilidade, com livro caixa viciado, borrões nos lançamentos, ativos de qualidade duvidosa, lançamentos estranhos antes da falência, entre outros aspectos (2).

A falência foi justificada pela desordem geral das finanças do país (3). Este fato teria sido reconhecido pelo próprio governo, que suspendeu trechos do recente código comercial. Além da estranha ausência de Amorim na assembleia de junho de 1862, a suspensão de pagamentos indica que a situação da empresa não era boa. O fato do caixa também ser o escriturário, indicando a não separação de funções, mostra problemas de controle interno na sociedade.

Dois fatos curiosos para os dias de hoje. Em primeiro lugar, num processo de falência era necessário apurar os ativos, que eram definidos na legislação através de uma lista de itens, e as dívidas. Na legislação brasileira da época isto representava o cabedal apurado, que segundo a defesa do sócio Amorim, era diferente do termo capital apurado. Assim, o cabedal apurado da entidade era positivo. Em segundo lugar, não foram incluídos na apuração do cabedal, os bens dos gerentes, o que garantiria um valor muito mais expressivo do que aquele determinado pelos curadores (5). Deste modo, não fazia sentido a “denuncia” de falência feita, de forma precipitada, por Fragoso. O cabedal (4) era suficiente.


(1) Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Provincia de Pernambuco, 1862, p. 182.
(2) Aurora Cearense, ano I, n. 18 e 19, diversas páginas. Trata-se da defesa do comendador perante o juiz criminal de Recife, feita por José Bento da Cunha Figueiredo e publicada no jornal. Este trecho específico encontra-se no número 19, p. 3.
(3) Aurora Cearense, ano I, n. 18, p. 3.
(4) Cabedal, no dicionário, refere-se a um conjunto de bens que representa a sua riqueza.
(5) Não existia a entidade.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui