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02 dezembro 2016

Desculpas

A empresa Odebrecht publica, hoje, nos principais jornais do país um comunicado chamado de "Desculpe, a Odebrecht errou". Em quase 500 palavras, a empresa pede desculpas e assume um compromisso adotar uma postura diferente. A principal palavra do comunicado é o nome da empresa, seguido de "compromisso".
O texto começa da seguinte forma:

A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial.
Não importa se cedemos a pressões externas. 
Ou seja, a empresa participou por ter cedido a pressão. Como se a entidade não tivesse tido uma participação ativa nos problemas de corrupção ocorridos no Brasil nos últimos anos. É difícil de acreditar que isto seja verdade, vindo de uma empresa que tinha inclusive um departamento para pagamento de propina e onde seus dirigentes estão presos. 
A empresa não afirma, no documento, que os executivos que estão sendo investigados, serão afastados dos seus cargos, sem direito a indenização. Ela certamente não fará isto, já que implicaria em tirar do poder o atual chefe, que está fazendo a delação premiada e que é herdeiro do fundador. 
No item cinco, "Assegurar transparência nas informações" dá a entender que a empresa não era transparente. Será que as próximas demonstrações contábeis apresentarão claramente o valor pago a título de propina nos últimos meses/anos? Ou irá optar pela desculpa da Petrobras, que não é possível fazer uma previsão deste valor? Teremos também uma análise dos benefícios obtidos com "as práticas até então vigentes na relação público-privada, que são de conhecimento generalizado"? 
A empresa fez um comunicado com validade questionável. A tentativa de transformar a entidade em vítima não funciona se o leitor tiver um mínimo de senso crítico. Talvez a melhor forma da Odebrecht se desculpar é agir, pagando as multas pelos atos praticados, afastando os executivos que acostumaram a trabalhar de forma inadequada e evidenciando as transações relacionadas com as "práticas impróprias" da atividade empresarial. Para a sociedade, isto talvez seja mais relevante que o pedido de desculpas e o reconhecimento que errou. 

Rir é o melhor remédio


01 dezembro 2016

Perfil dos Conselhos

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa divulgou uma pesquisa interessante sobre os Conselhos de Administração das empresas brasileiras. Em média estes conselhos possuem 6.6 pessoas, sendo que nas empresas estatais o número aumenta para 8.7. Mais da metade dos conselhos possuem mandatos de dois anos e 85% até dois anos. Ao contrário do que imaginava, a grande maioria dos conselheiros ocupa no máximo dois assentos, mas uma pequena minoria é de mulher (22.5% dos conselheiros e 37.8% dos conselhos).

Apesar da pressão por conhecimento especializado em auditoria, em razão do Conselho Fiscal/de Auditoria, quase 80% dos conselhos é formado por engenheiros, administradores, economistas e advogados (na ordem). O restante está dividido em outras profissões (o relatório não divulga a participação dos contadores).

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30 novembro 2016

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Accounting e Contabilidade

As duas figuras apresentam a figura da nuvem do verbete Contabilidade e Accounting da Wikipedia.


Na língua portuguesa, além do destaque para o termo contabilidade, é perceptível os termos ciência, conselho, patrimônio, entre outros. Talvez a mania que nós brasileiros temos de reforçar que contabilidade é um "ciência"; a presença de patrimônio pode ser explicado pela herança de escolas europeias; e conselho, torna o verbete da Wikipedia voltado para os interesses da entidade de classe. Na língua inglesa o destaque para informação, financeiro e padrões. A presença do termo "enron" mostra como este fato foi relevante.

(P.S: Código-fonte que aparece na primeira figura foi em razão do uso de Crtl C e Crtl V)