Cinco decisões tomadas pelas instâncias superiores da Universidade de São Paulo foram responsáveis pelo desequilíbrio financeiro da instituição, segundo tese de doutorado defendida por Alexandre Hideo Sassaki, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEAUSP). Com o título “Governança e Conformidade na Gestão Universitária” e sob a orientação do professor Jacques Marcovitch, o estudo focou o período de 2010 a 2013. (...)
O estudo apontou as cinco decisões que impactaram as finanças da Universidade: o crescimento do quadro de pessoal, a partir de 2011, com o aumento de 6,27% no número de servidores técnico-administrativos e de 3,87% no número de docentes; as movimentações de carreira dos servidores técnico-administrativos, a ampliação do número de beneficiários e os reajustes do auxílio alimentação e do vale refeição.
(...) Ao final de sua arguição, Alexandre Hideo Sassakia pontou as falhas observadas no processo de decisões que resultaram no desequilíbrio financeiro da USP: a ausência de instrumentos de gestão de riscos, a falta de análise dos impactos cruzados; o encaminhamento de propostas ao CO com projeções de impacto financeiro subdimensionado, a deficiência na avaliação dos impactos plurianuais e dos riscos decorrentes; a alteração na estrutura administrativa prevista originalmente no Regimento da Universidade e, finalmente, o uso de reservas (estoque) como se fossem semelhantes à receita (fluxo).
(...) Outras recomendações apresentadas são o encaminhamento, aos conselhos superiores, das projeções orçamentárias de três a cinco anos para decisões que impliquem no aumento de despesas com impactos plurianuais; estabelecimento e manutenção de reservas equivalentes a um percentual do orçamento da USP; obrigatoriedade de desenvolvimento e aprovação do plano plurianual de obras e reformas além da elaboração de relatório anual “Estado da Universidade” a ser submetido ao Conselho Consultivo da Universidade e seu encaminhamento ao governador do Estado. (...)
Fonte: Aqui (dica de Selene Peres Peres, grato)
Algumas das questões apontadas são consistentes com os problemas que existem hoje em algumas IFES. Entretanto, parece que falta um aspecto relacionado com o processo decisório, comum nas universidades. As decisões colegiadas tendem, aparentemente, a induzir alguns dos erros ocorridos na USP.
05 novembro 2016
Fato da semana: A Agenda do Iasb
Fato: Calendário do Iasb para os próximos anos
Data: 2 de novembro de 2016
Foco do Plano
A divulgação durante a semana do calendário de tarefas futuras do Iasb é um posicionamento da entidade sobre seu futuro e suas prioridades.
Conforme comentamos, o foco é melhorar a comunicação com o usuário, com um novo olhar para apresentação e agrupamento. Sem dúvida nenhuma o Iasb foi corajoso em reconhecer que a contabilidade atual, inclusive aquela baseada em suas normas, não está cumprindo requisitos mínimos de comunicação. O número de informações é elevado demais e sua compreensibilidade afasta o usuário.
Além disto, o documento divulgado fala em terminar os projetos começados anteriormente (seguros e estrutura conceitual), apoiar a implantação dos novos padrões e focar nos projetos de pesquisas.
A entidade decidiu reduzir o leque de itens a serem regulados para tentar ser mais ágil naqueles escolhidos. Isto significou deixar de lado, por exemplo, o estudo sobre o efeito da inflação na contabilidade, uma demanda dos países da América Latina (leia-se principalmente Argentina). É bem verdade que tenho dúvidas sobre a relevância (e competência) de alguns destes projetos, como é o caso da taxa de desconto. Mas não deixa de ser um reconhecimento das limitações políticas e de estrutura da entidade.
Os projetos conjuntos com o Fasb são coisas do passado. Num documento de 46 páginas, a entidade reguladora do maior mercado acionário do mundo só foi citada cinco vezes, a mesma quantidade da palavra "convergence" (e por coincidência, os termos Fasb e convergence foram citados no mesmo tópico)
Prazo e Relevância
O documento contempla o período de 2017 a 2021 (cinco anos).
Trata-se de uma declaração do que irá fazer neste período. Ao decidir pelo "foco" em um menor número de tarefas, o Iasb manda um recado para aqueles que esperam da entidade uma atuação em diversos assuntos: isto não será possível nos próximos anos.
Também disse claramente os assuntos que serão de seu interesse, e isto não inclui projetos conjuntos com o Fasb ou assuntos de baixa relevância para os mercados desenvolvidos, como inflação.
Notícia boa para contabilidade?
Uma agenda é sempre positiva. Sabemos o que esperar do regulador internacional para os próximos anos. E não iremos criar falsas ilusões. Mas cumprir a escolha do foco será um desafio.
Desdobramentos
A falácia do planejamento indica que muitas metas e prazos não serão cumpridos. Mesmo sendo mais realista, o plano não deve ser executado integralmente (e seria inocente esperar que fosse).
Mas a semana só teve isto?
Não. As informações sobre o problema do emprego no setor, compiladas por este blog esta semana, os efeitos da repatriação dos recursos externos, a questão da gestão do FGTS e a Caixa, o posicionamento do CFC quanto a extinção dos princípios contábeis foram outros fatos relevantes da semana.
04 novembro 2016
BM&FBovespa e Bolsa do Egito
A BM&FBovespa e a Bolsa do Egito (EGX) acabam de assinar um Memorando de Entendimento (MOU) que inclui a cooperação mútua e o intercâmbio de informações em diversas áreas de negócios de ambas companhias. A estratégia, segundo a Bolsa, dá mais musculatura para o fortalecimento internacional.
"Essa relação de cooperação tem como objetivo o desenvolvimento dos mercados dos dois países, a partir da identificação de oportunidades que tragam benefícios para ambos", afirma Edemir Pinto, diretor presidente da Bolsa brasileira, em nota.
A Bolsa destaca que por meio desse acordo o intuito é ampliar um leque de oportunidades que podem ser estudadas para o desenvolvimento de seus negócios, produtos e mercados com o compartilhamento de conhecimento mútuo. A BM&FBovespa irá ainda cooperar na "disseminação da informação e da educação por meio do intercâmbio de programas sobre mercados de capitais, valores mobiliários, derivativos e outros programas de sensibilização dos investidores", frisa a companhia em nota.
Já o presidente executivo da EGX, Mohamed Omran, destaca que esse memorando de entendimento complementa a sua estratégia para cooperar mais com as bolsas globais, além de seus mercados tradicionais na África, no Oriente Médio e na Europa. "Esperamos que haja colaboração longa e profícua com a BM&FBovespa para o benefício de ambas as bolsas e visamos listar índices ou ETFs que viabilizem novas alternativas de investimento para os investidores em ambos os mercados", salienta.
O anúncio do memorando de entendimento ocorreu hoje durante encontro da federação mundial de bolsa de valores (WFE, na sigla em inglês).
Internacionalização. Em sua estratégia de internacionalização, a Bolsa brasileira já adquiriu fatias minoritárias em três bolsas de valores na América Latina: Colômbia, México e Chile. Na mira estão ainda Peru e Argentina. O objetivo é atingir a fatia minoritária nessas cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. A intenção é finalizar esse processo de aquisições até o fim deste ano.
Fonte: Jornal O Estado de SP via Ibracon
"Essa relação de cooperação tem como objetivo o desenvolvimento dos mercados dos dois países, a partir da identificação de oportunidades que tragam benefícios para ambos", afirma Edemir Pinto, diretor presidente da Bolsa brasileira, em nota.
A Bolsa destaca que por meio desse acordo o intuito é ampliar um leque de oportunidades que podem ser estudadas para o desenvolvimento de seus negócios, produtos e mercados com o compartilhamento de conhecimento mútuo. A BM&FBovespa irá ainda cooperar na "disseminação da informação e da educação por meio do intercâmbio de programas sobre mercados de capitais, valores mobiliários, derivativos e outros programas de sensibilização dos investidores", frisa a companhia em nota.
Já o presidente executivo da EGX, Mohamed Omran, destaca que esse memorando de entendimento complementa a sua estratégia para cooperar mais com as bolsas globais, além de seus mercados tradicionais na África, no Oriente Médio e na Europa. "Esperamos que haja colaboração longa e profícua com a BM&FBovespa para o benefício de ambas as bolsas e visamos listar índices ou ETFs que viabilizem novas alternativas de investimento para os investidores em ambos os mercados", salienta.
O anúncio do memorando de entendimento ocorreu hoje durante encontro da federação mundial de bolsa de valores (WFE, na sigla em inglês).
Internacionalização. Em sua estratégia de internacionalização, a Bolsa brasileira já adquiriu fatias minoritárias em três bolsas de valores na América Latina: Colômbia, México e Chile. Na mira estão ainda Peru e Argentina. O objetivo é atingir a fatia minoritária nessas cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. A intenção é finalizar esse processo de aquisições até o fim deste ano.
Fonte: Jornal O Estado de SP via Ibracon
Mercado
As pesquisas eleitorais são relevantes para uma campanha. Se as pesquisas mostram que um candidato está ganhando, isto pode aumentar o volume de doações; mas se as pesquisas mostram que a derrota é eminente, isto reduz a moral, o dinheiro e a participação dos adeptos. Como diz o economista Rajiv Sethi,
A probabilidade real de vitória não é independente das crenças sobre essa probabilidade.
Sethi lança uma discussão sobre o mercado de previsão e a probabilidade de manipulação. Em alguns “mercados” de aposta, pequenas alterações no preço pode mudar as chances anunciadas. Ou seja, cria-se incentivos para manipular os preços das apostas. Um comentário de um leitor apresenta uma questão adicional: o fato de que alguns mercados de previsão são pouco capitalizados, criando oportunidades para manipulação. E isto faz com que estas “previsões de mercado” sejam pouco confiáveis.
A probabilidade real de vitória não é independente das crenças sobre essa probabilidade.
Sethi lança uma discussão sobre o mercado de previsão e a probabilidade de manipulação. Em alguns “mercados” de aposta, pequenas alterações no preço pode mudar as chances anunciadas. Ou seja, cria-se incentivos para manipular os preços das apostas. Um comentário de um leitor apresenta uma questão adicional: o fato de que alguns mercados de previsão são pouco capitalizados, criando oportunidades para manipulação. E isto faz com que estas “previsões de mercado” sejam pouco confiáveis.
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