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02 novembro 2016

Iasb divulga agenda para os próximos cinco anos

O Iasb divulgou um comunicado com a agenda para os próximos cinco anos. Segundo o International Accounting Standards Board o foco das suas atividades será "melhor comunicação" das demonstrações contábeis. Segundo o comunicado, o Iasb irá focar na eficácia da comunicação das demonstrações, com um "novo olhar" sobre a sua apresentação e agrupamento.

Além disto, a entidade pretende:

a) completar os grandes projetos de normas, que inclui as regras sobre seguros e a estrutura conceitual;
b) apoiar a implementação dos novos padrões e os existentes
c) focar nos projetos de pesquisas. Segundo o Iasb, isto significa reduzir o número de tópicos para tentar concluir os estudos no prazo. Nos termos do Iasb:

In order to reduce the burden on stakeholders, we have decided to limit how many topics we work on at any one time. 

Um aspecto interessante, que poderá decepcionar alguns no Brasil, o Iasb considerou "Projects for which no further work is planned" o tópico de inflação.

O documento completo encontra-se aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

01 novembro 2016

Desigualdade de gênero no mercado de trabalho contábil?

Ao postar ontem sobre a questão do desemprego no setor contábil comentamos que "o saldo entre os admitidos e os demitidos é possível notar que a maioria deles é do sexo feminino (-658 versus -188)".  Mas será que isto é algo comum no mercado de trabalho contábil? Lembrando que incluímos no nosso levantamento os contadores, auditores, técnicos de contabilidade e escriturários de contabilidade e a fonte primária da informação é o Caged, que abrange somente o mercado formal de trabalho.

Diante da questão sobre a possibilidade de existir desigualdade de gênero no mercado de trabalho, compilamos os dados de movimentação desde janeiro de 2015, quando começou a crise no setor. O resultado encontra-se na figura a seguir:
A linha vermelha são as mulheres e a azul os homens. Em cada mês é calculado o número de admitidos no mercado de trabalho e o número de demitidos. Quando ocorre mais admissões que demissões tem-se a criação de vagas de trabalho e a informação está acima da linha do "zero" do gráfico. O gráfico permite constatar que geralmente a linha dos homens está em posição acima da linha das mulheres. Como geralmente o número de demitidos tem sido superior ao de admitidos desde início de 2015, isto significa dizer que as mulheres estariam sofrendo mais com a crise de emprego na contabilidade. Ou seja, o empregador ao demitir tem escolhido prioritariamente as mulheres.

Mas como este gráfico mostra o desempenho de cada mês, não fica muito claro se a movimentação mensal seria mais favorável ao homem ou a mulher. O gráfico a seguir mostra o valor acumulado, desde o primeiro mês (janeiro de 2015). Aqui a visão do efeito da crise sobre o mercado de trabalho fica mais claro. E apesar das mulheres terem sido mais poupadas no início do processo, a partir de setembro de 2015 a situação se inverte.
Considerando os valores acumulados, o número de destruição de vagas para o gênero feminino foi de quase quinze mil postos; para o gênero masculino este número aproxima-se de dez mil. Ou seja, uma diferença de 50% a mais para o gênero feminino.

Estes números impressionam. Além da diferença salarial existente entre homens e mulheres, haveria uma diferença no momento de demitir o funcionário.

O problema da análise acima é que não sabemos quantos homens e quantas mulheres são atualmente empregadas no mercado de trabalho contábil. E esta informação é crucial para análise. Se o setor é ocupado principalmente pelos homens, isto é um sinal claro de desigualdade de gênero. Mas se o setor for ocupado prioritariamente pelas mulheres, dependendo da proporção, teríamos ou não um problema de desigualdade de gênero.

Infelizmente não é possível obter esta informação diretamente do Caged. Mas podemos usar alguns aproximações, como o número de horas contratadas, o tempo de emprego, a soma das idades dos trabalhadores e o salário mensal. Com base nestes parâmetros temos que a participação da mulher é de 62%, 60%, 62% e 56%, na ordem. Ou seja, a mulher detém uma parcela em torno de 60% do mercado de trabalho na contabilidade, segundo esta estimativa (de dezembro de 2014). Há uma diferença no salário, mas isto deve ser resultante do fato de salário pago para mulher ser menor que do homem.

Ficando com este percentual de 60%, precisamos determinar se o número do saldo de movimentação também está próximo deste valor. Como o saldo de movimentação acumulado é de 24.674 negativos, de janeiro de 2015 a setembro de 2016, o valor para as mulheres, de menos 14.864, corresponde a 60,2%. Podemos então concluir que o número maior de redução de vagas para as mulheres que está ocorrendo no mercado de trabalho contábil no Brasil nos últimos meses não decorre de preconceito contra a mulher. Infelizmente as demissões estão ocorrendo independente do gênero do trabalhador.

Repatriação de recursos

O Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária oferece incentivos para a declaração de bens mantidos no exterior. Os brasileiros que regularizaram a situação até ontem [31/10] pagaram 15% de Imposto de Renda e 15% de multa.

O valor recuperado com a repatriação permitirá à equipe econômica do governo ampliar a reserva técnica do orçamento e cumprir a meta fiscal de 2016 do setor público consolidado.

Segundo o Valor, a repatriação de ativos resultou em R$ 50,9 bilhões em imposto de renda e multa decorrente da formalização de ativos, que por sua vez totalizaram R$ 169,9 bilhões

As pessoas físicas regularizaram R$ 163,875 bilhões em ativos no exterior, o que correspondeu a R$ 24,581 bilhões em Imposto de Renda e de R$ 24,580 bilhões de multa pela regularização. No caso das pessoas jurídicas, foram regularizados R$ 6,064 bilhões em ativos, o que gerou R$ 909,739 milhões em Imposto de Renda e R$ 909,738 milhões em multa.


O poder da motivação