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21 setembro 2016

Uma breve análise do ranking da Folha

A divulgação do ranking da Folha de S Paulo no início da semana permite uma constatação interessante: se você quiser qualidade de ensino, inovação, internacionalização e pesquisa procure uma universidade pública. Se seu foco é o mercado, a entidade privada pode ser útil. Os números confirmam de forma consistente esta afirmação.

Tomando somente as vinte melhores universidades para cada item do ranking RUF é possível observar que todas as vinte mais bem colocadas em pesquisa e inovação são instituições públicas. Quando o item é o ensino, somente a PUC de São Paulo estaria nesta lista, mas em 19º lugar. No quesito de internacionalização, três instituições privadas, todas vinculadas à Igreja Católica, estariam entre as melhores do Brasil: PUC Rio (7º.), PUC RS (15º.) e Católica de Pelotas (18º.). Também é importante notar que os critérios de análise de pesquisa, internacionalização e inovação são números totalmente objetivos: número de publicação no Web of Science, citações internacionais e pedidos de patentes. Já a avaliação em ensino e mercado é composta por opiniões: no quesito de ensino, de professores escolhidos pelo MEC para avaliação de cursos superiores; no mercado, de responsáveis pela contratação de profissionais no mercado.

A análise das vinte melhores em cada um dos quesitos permite notar um leve viés geográfico na avaliação mais subjetiva. Enquanto cinco das vinte melhores instituições em inovação estão localizadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, no tópico ensino são oito e no de mercado são dez. Este viés geográfico poderia explicar a boa classificação da Universidade de Brasília neste item (4ª. Colocada), talvez pela grande presença desta instituição entre os avaliadores do MEC. Por outro lado, provavelmente os especialistas de mercado pesquisados pela Folha podem estar concentrados nos estados citados, que explicaria a 24ª. Posição da UnB.

Claramente o índice de mercado é o que parece mais estranho. Algumas instituições que tiveram classificações ruins nos outros quesitos foram bem contempladas neste. Uma instituição que está entre as vinte melhores no mercado foi classificada como 86ª. No quesito ensino, 99º em inovação e acima disto em pesquisa e internacionalização. Faz sentido o mercado desejar um profissional formado numa instituição de baixa qualidade de ensino, inovação, pesquisa e internacionalização? Uma possível explicação para esta distorção talvez esteja na grande quantidade de alunos formados por esta universidade; com este grande número, aumenta a chance de um deles estar entre os “especialistas de mercado” que responderam para a Folha. E obviamente isto deve afetar o resultado final.

Rir é o melhor remédio


20 setembro 2016

Links

A história do cientista que descobriu o altruísmo

A confiança excessiva e o poder da humildade

EY: Quebra de independência

Fonte: Aqui
A Ernst & Young concordou em pagar US$ 9,3 milhões em um acordo para encerrar acusações de quebra de independência feitas pela Securities and Exchange Commission.

As acusações se referem a dois sócios que se tornaram muito próximos a clientes de auditoria incluindo um que estava em um relacionamento romântico com o CFO do cliente. Leia mais aqui.


O diretor da Division of Enforcement da SEC, Andrew J. Ceresney, afirmou que essas foram as primeiras ações de sanção da SEC direcionadas a empresas de auditoria que falham em divulgar as relações interpessoais entre auditores e clientes. Andrew afirmou ainda que a EY não fez o suficiente para detectar e prevenir os sócios de estarem demasiadamente próximos de seus clientes, comprometendo seus papéis como auditores independentes.

Rir é o melhor remédio


19 setembro 2016

Macroeconomia é pseudociência

 Paul Romer, atual economista-chefe do Banco Mundial e professor da NYU,  é um dos economistas mais importantes da atualidade. No texto abaixo ele justifica seu ceticismo com a teoria macroecômica e afirma que desde os anos 70 a macraeconomia regrediu e tornou-se uma pseudociência. Nas palavras de Romer:

"In the distribution of commentary about the state of macroeconomics, my pessimistic assessment of regression into pseudoscience lies in the extreme lower tail. Most of the commentary acknowledges room for improvement, but celebrates steady progress, at least as measured by a post-real metric that values more sophisticated tools. A natural question meta-question to ask is why there are so few other voices saying what I say and whether my assessment is an outlier that should be dismissed.[...]

When the person who says something that seems wrong is a revered leader of a group with the characteristics Smolin lists, there is a price associated with open disagreement. This price is lower for me because I am no longer an academic. I am a practitioner, by which I mean that I want to put useful knowledge to work. I care little about whether I ever publish again in leading economics journals or receive any professional honor because neither will be of much help to me in achieving my goals. As a result, the standard threats that members of a group with Smolin’s characteristics can make do not apply."

Resumo:

For more than three decades, macroeconomics has gone backwards. The treatment of identification now is no more credible than in the early 1970s but escapes challenge because it is so much more opaque. Macroeconomic theorists dismiss mere facts by feigning an obtuse ignorance about such simple assertions as "tight monetary policy can cause a recession." Their models attribute fluctuations in aggregate variables to imaginary causal forces that are not influenced by the action that any person takes. A parallel with string theory from physics hints at a general failure mode of science that is triggered when respect for highly regarded leaders evolves into a deference to authority that displaces objective fact from its position as the ultimate determinant of scientific truth.

Fonte: The Trouble With Macroeconomics-Paul Romer-Wednesday 14th September, 2016 

Links

Selfies estão ajudando na mensuração do valor dos parques nacionais

Uma análise do blog Marginal Revolution

Invenções (estranhas) para bebês do passado

Atravessando a rua na frente de um carro sem motorista

Nudge: Colocou uma imagem de televisão na embalagem e melhorou a qualidade do transporte